O que esperar da política econômica do governo interino de Temer

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Velocidade de crescimento da dívida pública também deve ser monitorado

Jornal GGN – O governo interino de Michel Temer (PMDB-SP) pretende elaborar uma série de reformas na área econômica, abordando desde as relações trabalhistas e de aposentadoria, até as questões ligadas ao setor produtivo – sem esquecer de acenar ao mercado financeiro.

Uma dessas sinalizações se deu com a confirmação de Henrique Meirelles – ex-presidente do Banco Central e figura bem vista pelos analistas e investidores – para o cargo de ministro da Fazenda, além da indicação de Ilan Goldfajn (economista-chefe do Itaú Unibanco) para o comando do Banco Central, em substituição a Alexandre Tombini.

O ajuste das contas públicas é a principal dificuldade na área econômica que o governo precisa enfrentar para superar a crise, segundo avaliação de economistas ouvidos pela Agência Brasil. “Se não resolver nosso dilema fiscal, a dívida pública, que está em trajetória insustentável, vai continuar e vai contaminar todos os setores da economia brasileira. Então, tem que fazer uma âncora fiscal para mostrar que, na frente, o Brasil vai de novo ter uma dívida pública sob controle”, disse o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas, que ressaltou a necessidade de reforma da previdência, desvincular algumas despesas obrigatórias para “sobrar” recursos, cortar subsídios dados a empresas e desvincular benefícios da Previdência dos reajustes do salário mínimo.

O economista Armando Castelar, ex-chefe do Departamento Econômico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), considera que o problema está no crescimento muito rápido da dívida pública. “Gera preocupações em relação à capacidade do governo arrumar isso, não agora, mas daqui a algum tempo, mantido o ritmo atual. Então, a questão fiscal é essencial. Está afetando a confiança de empresas, de consumidores, de todos”, disse.

Já os analistas consultados pela BBC Brasil dizem que, no curto prazo, Temer deve dar sinalizações ao mercado financeiro, mostrando comprometimento com o ajuste fiscal, apesar das divergências existentes em várias correntes teóricas sobre essa estratégia. Entre os pontos a serem explorados pelo novo governo, estão a limitação dos gastos públicos, a reforma da Previdência e a reforma do sistema tributário nacional.

Para os analistas consultados pelo jornal espanhol El País, o país precisa realizar reformas semelhantes às que os países europeus efetuaram durante a crise de 2009, realizando cortes de gastos e aumentando impostos. Uma das alternativas seria a reforma da Previdência Social, que responde por 12% do PIB (Produto Interno Bruto) do país. Desde o início do Governo de Rousseff discute-se aumentar essa média para 63 anos (60 mulher e 65 anos os homens, ou igualar a idade).

Também existe a questão do rombo nas contas públicas, que pode superar a marca de R$ 100 bilhões e, segundo os analistas, será “difícil” cumprir as metas sem uma fonte de renda. O governo Dilma tentou recriar a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) em 2014, mas não obteve sucesso. E a pressão sobre o governo Temer cresce, uma vez que Dilma acabou processada por irresponsabilidade fiscal devido a uma manobra contábil (a pedalada).

Atualmente, a dívida bruta do país ultrapassa os 70% do PIB, considerado o maior da América Latina, e que avançou durante o período de governo de Dilma. Diante desse quadro, uma recomendação seria reduzir o gasto público em longo prazo e estabelecer uma espécie de limite de legal para novos gastos.

O desemprego é outro ponto a ser trabalhado no novo mandato. Segundo os dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a taxa de desemprego chegou a 10,9% no primeiro trimestre, com o total de trabalhadores sem trabalho chegando a 11,1 milhões.

 (Com BBC Brasil, El País, e Agência Brasil)

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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  1. “que ressaltou a necessidade

    “que ressaltou a necessidade de reforma da previdência, desvincular algumas despesas obrigatórias para “sobrar” recursos, cortar subsídios dados a empresas e desvincular benefícios da Previdência dos reajustes do salário mínimo”.

    Cortar subsídios dados a empresas jamais. O resto com certeza será implementado.

  2. A pergunta a se fazer é
    A pergunta a se fazer é outra: Como um vice presidente interinamente presidente pode falar em política econômica e ainda montar ministério de “notáveis”? Ele não pulou pelo menos duas etapas obrigatórias para chegar nesse ponto?

  3. Não há nada mais delicioso do

    Não há nada mais delicioso do que sacanar um velho filho da puta pelo Twitter:

     

    If win the contest can come to Brazil ask its “Jus primae noctis”. is very old and has a young and sexy wife.

  4. Putz… acabei de descobrir

    Putz… acabei de descobrir que há algo mais gostoso de sacanear um velho filho da puta.: sacanear ele e uma velha norte-americana tão ou mais filha da puta que ele.

    If win the contest can come to Brazil ask its “Jus primae noctis”. is very old and has a young and sexy wife.

     

  5. Mais uma vez arrocho nos

    Mais uma vez arrocho nos véio. Podiam acabar com esta bobagem de aposentadoria. O Ilan Goldfajn (economista-chefe do Itaú Unibanco) tenho certeza que altrusíticamente colocaria seu banco á disposição para planos de previdência privada.

  6. Falência Moral e Ética do Brasil

    Vaza por todos os poros a falência moral e ética do Brasil e seus representantes.

    Não se analisou a motivação da ação do Presidênte da Câmara dos Deputados Federais, Waldir Maranhão, exigindo que lhe pagassem o pau para ele integrar ao script do processo de impedimento que está sendo urdido por ambas as partes, mas que se mostram velhacamente antagônicas. Farsa rocambolesca e circence.

    Só um ingênuo para pensar que num país onde 90% senão 110% dos envolvidos com o governo brasileiro estão enfiados até o pescoço em falcatruas penais e devem satisfações com a justiça não existe uma luta de vida e morte para escapar da punição e da cadeia, assim, mesmo a mídia e a net não falando, fica claro e evidente que o atual processo foi montado para que não desse em condenação a nenhum dos bandidos que assaltaram o povo e a nação, livrando-os de penas e punições.

    O Maranhão pegou o bonde andando e quis receber sua parte para manter a farsa do impeachment que irá absolver a todos, os articuladores não contavam com sua ousadia, e cá entre nós, se você quer vencer é preciso ser ousado, anulando a votação ele conseguiu o seu intento. Agora que já foi devidamente integrado e recompensado pode continuar na presidência.

    O roteiro do Golpe, que é útil para a pizza na esplanada, mas que sucumbe o Brasil nas trevas e liquida de vêz com o povo, esta sendo executado, como se vê, aos trancos e barrancos. Com surpresas de todos os lados, mas com um só intento, passar a conta de forma final e inexorável para o Brasil e sua população.

    O Nassif, dono do espaço colaborativo aqui, deve estar inteirado de alguns destes detalhes que estão sendo omitidos, mas que transparecem nestes momentos singulares, como a anulação de sessões pelo Maranhão e outros, mas colabora para o andamento da farsa. Os dois lados, tanto o governo da dona Dilma, como a oposição, vejam que existem condenados de todas as cores, remam para o mesmo objetivo. A democracia brasileira foi liquidada e enterrada, o que exigirá uma luta imensa para a sua retomada.

    Por outro lado, como a solução para os problemas reais do Brasil e sua população escapa ao alcance intelectual dos bandidos que estão fugindo da cadeia, ou seja, a formulação de política pública que entregue Rumo, Norte e Estrela para o Brasil, quando conseguirem o seu intento de absolvição, já terão destruído todas as condições anteriores de um desenvolvimento saudável e pacífico.

    O Brasil e seu povo não merecem isto, uma injustiça sem tamanho está sendo perpetrada contra nós, a vingança será maligna.

  7. O que esperar?

    Podemos esperar ver a “classe mérdia” zumbi da mírdia suando sangue, em menos de um ano. Pena que antes disso os mais pobres terão sofrido ainda mais!

  8. “Pagar” os compromissos, pelo menos parte.

         Tais como :

         1. Desvinculação das “obrigatórias” do orçamento, tipo saude e educação, ou seja, desingessar os dispendios federais, caso não seja possivel, o que dá para fazer apenas modificando, pelo Congresso, em maioria simples, a tranitação da DRU.

        2.  Não chorem, nem reclamem muito, mas em fases de alto desemprego, medidas para reforço da “expansão das possibilidades de contratação e trabalho “, são bem acitas pela população desempregada, pois é melhor um universo de ganho, ou a possibilidade de, com redução de garantias, do que ficar sem ganho algum, por depender as contratações dos custos da CLT.

        3. Discussão de genero na Previdência, é passado, estatisticamente a força de trabalho, nos dias de hj. é “disgenérica”, portanto estabelecer em 65 anos, para todos os humanos, na fórmula 100/105, é o caminho, pois a expectativa de vida, e o custo desta ( SUS por exemplo ), é geométrico.

        

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