Relatório de inflação reduz prognóstico para PIB e aponta nova alta dos juros

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – O Banco Central reduziu seu prognóstico de crescimento da economia em 2013 de 2,7% para 2,5%. Segundo o Relatório Trimestral de Inflação divulgado pela autoridade monetária, a projeção para o avanço em quatro trimestres encerrados em junho de 2014 chegou a 2,5%, ao mesmo tempo em que as projeções de inflação traçadas pela autoridade monetária voltaram a piorar na margem.

A inflação mensurada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ficar em 5,8% este ano, projeção 0,2 ponto percentual abaixo da previsão divulgada em junho (6%). A probabilidade para o fechamento de 2014 é que totalize 5,7%, ante 5,4% previstos anteriormente. Quanto ao cenário de mercado, a inflação deve alcançar 5,8% este ano, a mesma registrada no relatório de junho. Para 2014, a inflação deve ficar em 5,7%, ante 5,2% previstos anteriormente.

O cenário de referência da autoridade monetária projetou uma inflação mais alta para 2014, chegando a 5,7%, contra 5,2% no relatório de junho, enquanto o cenário de mercado (em que são usadas projeções de analistas de instituições financeiras) mostra que as projeções do próximo ano também subiram: 5,7%, contra 5,2%. Para a inflação acumulada em 12 meses no final do terceiro trimestre de 2015, a estimativa é que caia para 5,5%. As projeções do Banco Central são do cenário de referência, com base na taxa básica de juros, a Selic, no atual patamar (9% ao ano) e o dólar a R$ 2,35.

Na visão da equipe de análise da LCA Consultores, o aumento das projeções sinalizado pelo relatório pode ser em boa parte creditado “aos efeitos remanescentes da depreciação cambial e à alta das expectativas de inflação”.

Outro sinal que foi considerado preocupante pelos analistas foi a elevação da probabilidade de a inflação superar o teto da meta em 2014 em ambos os cenários. No cenário de referência, a probabilidade deste evento é de 29%, ante o percentual de 25% no documento elaborado em junho. No cenário de mercado, a autoridade monetária projeta uma probabilidade de 31% para que a inflação supere o teto de 6,5%, em junho, essa possibilidade era de 25%.

Quanto à atividade econômica, houve uma redução na estimativa para o crescimento do país neste ano, de 2,7% para 2,5%. De acordo com o Bacen, encontra-se em curso uma “mudança importante” da da composição demanda, onde os investimentos e exportações ganhariam impulso enquanto o consumo das famílias cresceria de forma moderada.

Segundo a LCA, embora o Banco Central mantenha a avaliação de que o mercado de trabalho oferece um risco importante para a inflação, a autoridade monetária acredita que tais riscos poderão se reduzir no futuro, e o principal fator para tal expectativa é o menor reajuste do salário mínimo no próximo ano (alta de            6,62%, de R$ 678 para R$ 722,90).

Relatório também abordou política fiscal

Os analistas da LCA ressaltam que o Relatório Trimestral de Inflação também pontuou temas importantes em termos de política fiscal. Em primeiro lugar, os agentes afirmam que a redução da preocupação com a solvência do setor público diminui a necessidade de um elevado superávit primário. Para o BC, a estabilidade do nível atual da dívida pública como proporção do PIB não é necessário um aumento do superávit primário atual, uma vez que a situação atual é diferente de quando a solvência do setor público era motivo de preocupação. Além disso, o importante para a demanda agregada é o impulso fiscal, definido como a diferença do superávit primário estrutural de um ano para o outro. O Banco Central acredita que existem condições para que esta variação seja nula.

“Para o Comitê [de Política Monetária do BC], entretanto, superávits primários em patamares próximos aos que têm sido gerados recentemente são necessários para manter a dívida pública em trajetória sustentável”, acrescenta, no relatório. Em 12 meses encerrados em julho, o superávit primário alcançou R$ 88,2 bilhões, ou 1,91% do Produto Interno Bruto (PIB).

O BC também seguiu com o indicativo de que a política monetária será ajustada para mitigar os efeitos secundários da depreciação cambial nos demais preços da economia. “Além disso, manteve a sinalização de que a política monetária continuará vigilante e pronta para agir com a devida tempestividade”, diz a consultoria.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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