Sem motivos para alarmismos

Alarmismo sem base alguma
 
Por Diogo Costa
 
 
 
Não há razão alguma para alarmismos, a saúde do Brasil é de fazer inveja a qualquer outro país da face da Terra. Vejamos o caso do déficit em transações correntes (e nos concentremos nesta questão específica):
 
 
 
– Série histórica do Banco Central (1947-2013) – 
 
 
 
Em 67 anos consecutivos da série histórica de transações correntes de Pindorama, segundo o próprio Banco Central, em apenas 12 oportunidades o Brasil apresentou superávit em transações correntes. Foi nos anos de 1950, 1964, 1965, 1984, 1988, 1989, 1992, 2003, 2004, 2005, 2006 e 2007.
 
 
 
Em absolutamente nenhum dos 08 anos de desgoverno do PSDB de FHC o Brasil apresentou superávit nas transações correntes.
 
 
 
Na série histórica do Banco Central constata-se que em 82% dos 67 anos analisados (55 anos do total de 67) o Brasil teve déficit em transações correntes, de modo que os resultados atuais não constituem nenhuma novidade histórica e nem mesmo um ponto fora da curva.
 
 
 
A questão principal hoje, no que se refere ao déficit em transações correntes, vem da conta dos derivados de petróleo. Esta situação será normalizada com a entrada em operação das Refinarias de Abreu e Lima (novembro de 2014) e da Refinaria do Complexo do Comperj (2016), além da melhora na situação da economia mundial que verificar-se-á a partir de 2014 (e com mais força ainda a partir de 2015).
 
 
 
Nada para assustar quem quer que seja. O câmbio no Brasil já está favorável para as exportações, o problema é que o mundo ainda sofre os efeitos do Crash de 15 de setembro de 2008 e o Brasil, portanto, também os sofre. Sobre o câmbio é salutar relembrar alguns dados:
 
 
 
-Janeiro de 2011, R$ 1,65 por dólar;
 
-Janeiro de 2012, R$ 1,86 por dólar;
 
-Janeiro de 2013, R$ 2,04 por dólar;
 
-Janeiro de 2014, R$ 2,39 por dólar.
 
 
 
Ou seja, desde o primeiro minuto de seu governo Dilma Rousseff promoveu uma benéfica e gradual desvalorização cambial, cujos frutos positivos ainda não estão assimilados em sua plenitude. E fez tudo isto com inflação ampla, geral e irrestritamente controlada (os três primeiros anos de Dilma tiveram inflação inferior aos três primeiros anos de FHC e de Lula).
 
 
 
O Brasil tem hoje pleno emprego, distribuição de renda, diminuição das desigualdades sociais e regionais, aumentos reais nos dissídios das classes laborais e no salário mínimo. E tem tudo isto combinado com indicadores macroeconômicos, fiscais, financeiros e monetários invejáveis para qualquer país do globo terrestre. Não há razão alguma para alarmismos.
 
 
 
Para finalizar, e antes que eu me esqueça, no dia 15 de setembro de 2008 (dia do estouro da maior crise econômica e financeira ocorrida desde o Crash de outubro de 1929) o Brasil tinha reservas internacionais na casa dos US$ 207 bilhões. Hoje essas reservas estão na casa dos US$ 376 bilhões (aumento de 81,6%). Ou seja, o Brasil está muito, mas muito e muito mais preparado hoje para enfrentar turbulências externas do que estava lá em 2008. Que bom!
Redação

13 Comentários

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  1. Tá tudo ótimo para os proselitistas

    Dioguito cinco estrelas., o homem que publica e auto-avalia. 

    Deve ser penosa a tarefa de manutenção dos ânimos elevados, não companheiro?

    Numa boa, espero que seus esforços sejam reconhecidos pela direção.

    1.  
      Vaziooo
      Os tucanos

       

      Vaziooo

      Os tucanos conseguiram destruir a expertise política dos mineiros, uma lástima !!

      Esta destruição começou com o “popularíssimo Newton Cardoso” ( o camarada proprietário de terras quase o tamanho de Portugal) .

  2. O grande problema da

    O grande problema da discussão econômica hoje, a meu ver, é que toda vez que se critica algo no governo ou na economia hoje, sempre vem a patrulha ideológica pra mostrar que antes do Lula era pior. É como se os índices econômicos do governo FHC fossem o teto onde acima disso ninguém hoje pode ousar criticar. Temos, então, que aceitar tudo que venha a acontecer na economia até que voltemos aos índices de 2002, e aí sim, poderemos criticar.

    Economia virou religião.

    1. Sempre foi meu caro,

      mas ainda há os que insistem que Economia é um tipo de futurologia com bases científicas extremamente fiáveis… Por enquanto as evidências apontam que Economia e Religião tem mais pontos em comum do que alguns gostariam de admitir.

  3.  
    O companheiro Diogo, como

     

    O companheiro Diogo, como bom petista, não espera ser “reconhecido” pela direção do Partido .

    A grande diferença de nós, Petistas militantes, é que nunca nos conformamos (e odiamos) com a mentira, a covardia, a dissimulação e a injustiça .

    O Governo Dilma peca por tentar responder apenas de uma maneira técnica as ilações e colocações meramente politiqueira da oposição máfio-midiática .

    O grande Lula de uma forma absolutamente genial demonstrou como devemos responder aos politiqueiros degenerados, explico :

    Durante a campanha de 2010, quando um jornalista piguento perguntou a Lula sobre ” a gravíssima agressão que o candidato Serra sofreu em Campo Grande no RJ”

    Lula, o grande Lula deu uma resposta política de apenas 9 segundos : ” O José Serra não deveria repetir o lamentável papel do jogador Rojas ” .. Pronto, em apenas 9 segundos o José Chirico passou a ser conhecido como Zé farsante Rojas .

    É isso aí, épreciso responder de forma política a qualquer canalhice desta oposição escrota .

     

  4. Eu queria viver nesse mundo

    Eu queria viver nesse mundo famtástico desse cara! E não no Rio de preço galopantes, de falta de luz, de falta de água, de transporte ruins. Aliás eu quero o mesmo que esse cara bebe pra me sentir assim.

    1. ?

      Falta de luz e de água no Rio de Janeiro, além de transportes ruins? E o que é que isto tem a ver com o post em questão? Tu não precisa beber nada, naturalmente tu já vê tudo de forma distorcida…

      1. Ok, Dioguito, vamos falar

        Ok, Dioguito, vamos falar sobre o post. Se estamos no pleno emprego, por que o bolsa família bate recorde? Não seria natural que diminuísse?

  5. O mercado não se guia por

    O mercado não se guia por numeros presentes e sim por tendencias,  os analistas de mercado são sofisticados, a argumentação que serve para leigos nao convence as raposas velhas do mercado. Credibilidade não se forma em discursos e sim na analise das curvas e tambem em sinalizações importantes.

    Se o Governo colocar mão pesada nos gastos pode-se criar credibilidade a partir disso.

    A orgia de gastos no Congresso e no Judiciario não ajuda nada, esses poderes atuam com total irrresponsabilidade, como se dinheiro desse em arvore, ontem mesmo o MPF entrou com processo contra o ex-Senador Efraim Morais por contratação de 50 funcionarios fantasmas em seu gabinete, o distinto queimou R$6 milhões de dinheiro poublico.

    A Justiça do trabalho é o poder judicario mais caro do planeta e continuam a criar Varas do Trabalho todos os anos,

    cada Vara é carissima, salarios irreais, a roda do gasto não tem fim, a palavra austeridade inexiste no Brasil.

    1. Colóquio flácido para embalar semoventes.

      Prezado Senhor Motta,

      Estas raposas felpudas, de raro senso financeiro e de sofisticado faro de que estamos tratando são aquelas que diziam em 2007 que a Islândia era o paraíso da Terra?

      E que a Grécia ia bem, muito bem?

      Ou que nos disseram que o mercado mundial não apresentava nenhum sinal de esgotamento de sua estruturas de alavancagem em “pilares de areia subprime”?

      É este pessoal sério e antenado que assitiu a manipulação criminosa da taxa Eurolibor durante anos?

      Então me diga, o que está além do discurso (confiança) na Economia? Nada, meu caro, nada.

      Qual é o sentido de tratar a América Latina com um tipo de rigor de julgamento, e tratar a cambaleante e indigente Inglaterra, ou a esmolante Espanha e a França com indulgência?

      Bem, nossos gastos de custeio da máquina são altos? Podem ser, embora os números não tenham sido apresentados (há indicações que que o gasto de custeio do Brasil dividido por habitante é um dos menores do G20), mas eu pergunto, e o gastos dos EEUU para fazer uma guerra (perdida) no Afeganistão? Não é algo como torrar dinheiro também?

      Eu só concordo em uma coisa com o Senhor, o governo deve cortar drasticamente os gastos…mas com o que paga de juros.

      Senhor Motta, o que o Senhor defende é o mesmo de sempre:

      Arrocho fiscal, juro alto e apreciação da moeda para que a banca ganhe, e para que os patrões possam manter seus produtos em preços competitivos frente o desmonte de nossa indústria.

      Esta conversa não cola mais, prezado amigo.

      Saudações.

       

      1. Meu caro, eu apenas constato,

        Meu caro, eu apenas constato, não acho que o pessoal do mercado seja genio, eles erram e muito , agem em manadas porque assim erram junto mas não adianta reclamar porque erraram no passado, o mundo capitalista sempre teve crises financeiras das quais se recupera e reinicia um ciclo de expansão, a Inglaterra é indigente aonde? A City é hoje mais liquida do que Wall Street, a renda per capita da Inglaterra é quase cinco vezes a nossa e eles tem o maior banco do mundo, inglês não é fanatico pelo trabalho e tem excelente qualidade de vida.

        A Grecia é pais de malandragens, deu rasteira nos alemães, a Espanha e Portugal estão em franca recuperação, os bancos americanos estão com imensa lucratividade hoje e as empresas não financeiras dos EUA estão com US$1,5 trilhão em caixa. Erros conjunturais são frequentes mas não mudam a essencia do sistema.

        Veja o caso das agencias de rating, erraram muito desde o caso Enron mas nem porisso perderam importancia, assim como juizes erram mas não deixam de ser juizes. O Brasil está fazendo tudo para manter as notas das agencias porque um rebaixamento tornaria o Brasil um pais mais arriscado para todas as emissões de bonus, só a Petrobras precisa de US$180 bilhões nos proximos 5 anos, então a nota das agencias continuam sendo cruciais.

        È preciso distinguir erros analiticos conjunturais com o que é a essencia do sistema de mercados. O Brasil está perdendo a “quimica” com o mercado, isso não é bom, pode tornar o Brasil um pais a se evitar, é a realidade, com todos os erros que

        as raposas do mercado podem cometer, isso não muda a situação.

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