1939-2019, as duas pontas da infâmia se uniram no Rio de Janeiro

A liberdade de expressão foi proibida e qualquer crime praticado contra ela será premiado (senão patrocinado) pelos agentes do Estado

Por Fábio de Oliveira Ribeiro

Há bem pouco tempo a PF me tratou como terrorista por causa de um Twitter.

Agora que se consolidou como Polícia Política Federal, sob o comando de Sérgio Moro, a PF não quer perseguir o terrorismo de extrema direita. Um delegado da PF simplesmente se recusou a reconhecer como terrorismo o uso de coquetéis molotov contra uma produtora de vídeo.

Em se tratando do Rio de Janeiro essa conclusão até parece plausível. Afinal, no caso de Rafael Braga o MP/RJ e o TJRJ firmaram entendimento de que carregar uma garrafa plástica de Pinho Sol é terrorismo, pois o objeto poderia ser transformado num coquetel molotov (apesar desta substância não ser inflamável).

Atirar coquetéis molotov feitos com gasolina numa produtora de vídeo inimiga do Führer bananeiro é bem menos perigoso do que espalhar piados indesejados na rede internacional de computadores ou que ser preso com uma sacola contendo produtos de limpeza.

O ciclo está completo.

A liberdade de expressão foi proibida e qualquer crime praticado contra ela será premiado (senão patrocinado) pelos agentes do Estado.

Estamos diante do mesmo fenômeno que Hannah Arendt descreveu acerca do Nazismo: a inversão total da moralidade. No entanto, na Alemanha de Hitler isso foi obtido mediante a promulgação de Leis consideradas válidas e eficazes pelo Sistema de Justiça.

No Reich bananeiro, esse fenômeno está se tornando uma realidade mediante a interpretação maliciosa (e algumas vezes até criminosa) da legislação que garante a liberdade de expressão e reprime a violência política.

Fábio de Oliveira Ribeiro

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