A bancada evangélica e o conservadorismo da sociedade

Do Correio Braziliense

“A sociedade é conservadora”  

A Frente Parlamentar Evangélica tem hoje 79 parlamentares, entre deputados e senadores, o que representa 13% do Congresso Nacional. Os integrantes do grupo estão entre os grandes opositores dos chamados projetos progressistas, como a Lei Gabriela Leite. Presidente da Frente Evangélica, o deputado João Campos (PSDB-GO) afirma categoricamente que a proposta “não tem nenhuma chance de lograr êxito”. Para ele, o Congresso está mais conservador porque esse é o perfil da sociedade brasileira. “Esse projeto é um plágio do projeto do Gabeira que já derrubamos. Conhecendo a Casa como eu conheço, não há chance de prosperar”, comenta Campos.

O representante dos evangélicos diz que é preciso ampliar as políticas de inclusão social e a criação de vagas no mercado de trabalho para tirar as mulheres da prostituição. “As mulheres ficam nessa vida por falta de oportunidades, elas não querem viver disso. Nossa defesa é da dignidade da pessoa humana”, diz João Campos. O deputado acredita que a bancada de perfil progressista vai encolher. “As pessoas que defendem essas ideias merecem nosso respeito e têm legitimidade para discutir. Vamos fazer esses debates sem levar para o lado pessoal. Mas a maioria da sociedade é conservadora e a Casa representa a sociedade”, finaliza o presidente da Frente Parlamentar.

O deputado Jean Wyllys lembra que o fenômeno não acontece somente no Congresso, mas também nos estados e nos municípios. “Tanto católicos de direita quanto os neopentecostais tomaram assento nas assembleias estaduais e nas câmaras de vereadores. O número é crescente, mas eles não são maioria. Temos uma configuração no Congresso que permite a existência de uma bancada de fundamentalistas religiosos. Não vemos isso em outros países como Portugal, que tem tradição católica, mas permitiu a aprovação do casamento igualitário”, comenta Wyllys.

A saída da senadora Marta Suplicy (PT-SP) para assumir o Ministério do Turismo foi a mais recente redução da chamada bancada progressista, que hoje tem entre seus representantes mais aguerridos, além de Wyllys, os deputados Érika Kokay (PT-DF), Manuela d’Ávila (PCdoB-RS), Domingos Dutra, Luiz Couto (PT-PB) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ). 

Para Antônio Augusto de Queiroz, analista político e diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), a tendência é de crescimento dos segmentos mais conservadores a cada eleição. “O custo alto das campanhas não deixa espaço para o voto de opinião, como o dos candidatos com perfil mais progressista. Os conservadores votam em função de orientação religiosa, e os candidatos alinhados com esse perfil têm mais acesso a financiamento”, explica.

Luis Nassif

1 Comentário

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  1. Conservadorismo

    Os caras, digo, evengélicos, estão conseguindo “ENDIREITAR” ainda mais o Brasil? O que eles querem? a quem defendem? quem sairá perdendo? As mulheres, perderão, e muito, os conservadores evangélicos são treinados para lavar as mentes, uma grande parte de seguidores são “gado” ao matadouro, é impressioanante e assustador. Um dos grandes problemas dessa onda fundamentalista é que os trabalhadores e trabalhadoras perdem, perdem por que? por diminue sensivelmente sua organização política, sua capacidade de reação de organização de luta e A CONSCIENTIZAÇÃO dos grande problemas brasileiros; a religião cega e miope encobre a realidade dura da maioria do povo.

     

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