A candidatura de Paulo Skaf

Do Valor

PSB lança Skaf em SP e soma nove candidaturas próprias nos Estados

Vandson Lima, de São Paulo
21/05/2010

“Vou concorrer de qualquer maneira e arco com as consequências”. Foi com esta frase, dita há uma semana que Paulo Skaf, ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e do Serviço Social da Indústria (Sesi-SP), convenceu seus correligionários no PSB e selou sua candidatura ao governo do Estado. Skaf segue para a disputa sem definições quanto ao vice de sua chapa e alianças com outros partidos.

O lançamento da pré-candidatura acontece hoje à tarde, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Estarão presentes, entre outros, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente nacional do PSB e o deputado federal Márcio França, presidente estadual da sigla e principal articulador do ingresso de Skaf no partido. O deputado federal Ciro Gomes, licenciado, está nos Estados Unidos.

Antes de viajar, Ciro afirmou, em reunião do partido, que participaria da elaboração do programa de governo de Skaf, possibilidade com a qual Márcio França, que será o coordenador da campanha, ainda conta: “Ciro é um homem de grande visão política. Se ele se engajar de fato na construção do programa de governo, vai tomar a frente no projeto, o que será ótimo pra nós”, afirma.

Apesar dos baixos percentuais apontados nas pesquisas de intenção de voto, em torno de 2%, França crê em uma rápida subida de Skaf, que o levaria ao segundo turno, amparado em dois pontos: a novidade “segura” e uma campanha televisiva competente, que ficará a cargo de Duda Mendonça. Uma pesquisa qualitativa encomendada pelo partido constatou que 65% dos eleitores paulistas querem uma novidade no governo, mas que 35% querem algo novo com o mesmo estilo do PSDB, há 16 anos à frente do Palácio dos Bandeirantes.

“O único a juntar esses dois universos é Skaf, que tem conhecimento estrutural do Estado, presidiu instituições empresariais e através delas investiu em Educação. O orçamento da Fiesp é maior que o de sete Estados brasileiros”, avalia França.

O secretário geral do partido, Carlos Siqueira, diz que Skaf agrega ao PSB um eleitorado diferente do que tradicionalmente vota com o partido: “Nunca tivemos, em São Paulo, uma candidatura tão representativa. Valoriza a economia produtiva, traz o empresariado para perto de causas populares”.

A contratação do marqueteiro Duda Mendonça, responsável pela vitoriosa campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, em 2002, foi acertada antes mesmo de Paulo Skaf ter assegurada sua vaga para concorrer ao governo. No início do ano, Duda foi o responsável pelas inserções televisivas do PSB, estreladas por Skaf. Ficou acordado ali que, caso o partido o escolhesse para a disputa estadual, Duda cuidaria da campanha. Pelas contas do partido, o PSB terá direito a pouco mais de 2 minutos na propaganda eleitoral gratuita na televisão.

Vislumbrando aumentar sua bancada na Câmara Federal, atualmente de 27 deputados para algo entre 40 e 50, o PSB avalia estratégias para também aumentar seus representantes paulistas na Casa. O ex-jogador do Corinthians Marcelinho Carioca é nome certo na disputa. O vereador da capital Gabriel Chalita, cuja popularidade galgou vários degraus após a publicação do livro “Cartas entre Amigos”, parceria com o padre e cantor Fábio de Melo e há meses na lista dos mais vendidos, era nome certo para a disputa ao Senado, mas agora avalia concorrer a deputado federal, ajudando a sigla a eleger uma grande bancada: “Nas nossas pesquisas, Chalita teria mais votos que o Paulo Maluf. Conseguiríamos dobrar a bancada”, diz Márcio França. Atualmente, são cinco os paulistas do PSB na Câmara. No total, o PSB terá 100 candidatos a deputados federal e 150 a deputado estadual.

A aliança com o PT em pelo menos 13 Estados – além de três nos quais os dois partidos apoiarão um mesmo candidato, de outra sigla – engorda a previsão de eleitos no Senado e em governos dos Estados. O partido espera eleger cinco senadores. Hoje tem um. Além de seus quatro governadores, todos concorrendo à reeleição – Cid Gomes (CE), Eduardo Campos (PE), Iberê Camargo (RN) e Wilson Martins (PI) – o PSB pretende eleger outros dois, o senador Renato Casagrande, que disputa no Espírito Santo, e Camilo Capiberibe, no Amapá.

Luis Nassif

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