A droga de Kalil, médico que endossou a cloroquina de Bolsonaro, é poder: Figueiredo, Lula, Dilma, Temer, Serra…

No Brasil, o laboratório que o produz é propriedade de um milionário bolsominion, de militância aberta e radical na defesa das bandeiras obscurantistas de seu mito.

Kalil (dir.) com o general Figueiredo e seu pai

por Diário do Centro do Mundo

A droga de Kalil, médico que endossou a cloroquina de Bolsonaro, é poder: Figueiredo, Lula, Dilma, Temer, Serra…

Jair Bolsonaro empreende uma louca cavalgada em favor da cloroquina que de louca nada tem. Provavelmente, muito lucrativa.

Seu patrão Donald Trump, a quem a caneta mais esvaziada do Brasil já declarou “I love you”, é acionista do gigantesco laboratório Sanofi, fabricante do remédio.

No Brasil, o laboratório que o produz é propriedade de um milionário bolsominion, de militância aberta e radical na defesa das bandeiras obscurantistas de seu mito.

No pronunciamento de ontem à noite, em rede nacional de rádio e TV, após ser humilhado pelo infectologista David Uip, Bolsonaro se superou.

 

Querem que ele diga se usou a miraculosa cloroquina. David Uip respondeu duramente que não costuma, por ética, comentar procedimentos médicos e processaria a publicação criminosa de documento subtraído de seu prontuário.

Doeu. E Bolsonaro passou recibo.

Convocou uma cadeia nacional de rádio e televisão para fazer lobby por sua poção milagrosa e para exaltar o antípoda de Uip no mundinho médico, o midiático cardiologista Roberto Kalil Filho, chefe do Sírio-Libanês, do Incor e do Hospital das Clínicas.

 

A Folha de S. Paulo anunciou que o médico de Kalil “afirma que ele usou cloroquina sem o seu aval”.

E o pneumologista Carlos Carvalho, professor da USP e subordinado de Kalil no Sírio-Libanês, afirmou textualmente que “Kalil perguntou, após conversar com outros membros da equipe médica, se deveria incorporar a cloroquina”.

“Carvalho respondeu que não concorda com o uso do remédio para isso no momento, mas que não se oporia ao colega”. E arremata: “Cientificamente, estou certo de que ainda não há estudos que comprovem a eficácia da cloroquina contra o coronavírus”, diz Carvalho.

“Não há como dizer que foi a cloroquina que ajudou o Kalil. Ele tomou outros remédios além dela”, completa. “Eu mesmo tive coronavírus, tomei Novalgina e outros remédios e estou curado. Vou dizer que a Novalgina cura coronavírus?”

Kalil com Lula e Marisa Letícia

Ao R7, o portal da Record, Kalil foi mais taxativo.

“Eu acredito que esse conjunto de tratamento impediu minha ida para a UTI”, disse a respeito do coquetel que incluiu a hidroxicloroquina.

Kalil foi usado por Bolsonaro? Ou se deixou usar?

Os antecedentes mostram uma proximidade inquietante com o poder.

Ele foi afilhado de casamento do ditador João Figueiredo, amigo do pai dele. Três décadas depois, casou-se e seus padrinhos foram Lula e Dilma, seus pacientes.

Na festança, que causou frisson no soçaite paulistano, se acotovelavam José Serra, Paulo Salim Maluf, Geraldo Alckmin, empresários, colunáveis e alguns colegas.

Do lado de fora, o MBL e outros movimentos fascistas, entoavam impublicáveis slogans e palavras de ordem contra Dilma, que já caminhava para o cadafalso.

Kalil cuidou de Temer quando este assumiu a cadeira de Dilma. O amigo Lula estava preso em Curitiba e seu neto preferido, o pequeno Arthur, morreria num atendimento de saúde pública em São Bernardo do Campo, bem longe do Sírio-Libanês.

Enviou médicos a Juiz de Fora quando Bolsonaro foi esfaqueado, segundo a Piauí. A ideia era fazer com que o então candidato se tratasse no Sírio. O sujeito acabou no Einstein.

Agora surgiu a oportunidade de, novamente, o doutor Kalil ser amigo do presidente, quem sabe até ser seu médico.

Mas a coisa não foi de bom jeito… O presidente já não é tão presidente. O tal remédio não é como se diz. Não há cura possível para o bolsonarismo.

Redação

5 Comentários

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    1. Ótima dica Arthemisia. Parece que o Dr. Kalil deles é mais médico do que o nosso. E ele deve saber que morte iatrogênica é a terceira causa nos EUA (250.000 por ano !). Todo cuidado é pouco, pois tanto lá como cá, coisas que matam muito são >>Wrong drugs, wrong doses, bad combinations, bad reactions.

  1. Bolsonaro, Kalil e a banha do peixe elétrico

    A dupla Pària & Kalil comporta-se tal e qual aqueles caras que eram muito comuns nos anos 60 e 70, que se instalavam nas calçadas das cidades, abriam uma mala surrada e caindo aos pedaços, estendiam um pano colorido e encardido no chão e espalhavam vidros de unguentos miraculosos, anunciados como a banha do peixe elétrico, diretamente do Amazonas. A pomada malcheirosa curava e servia para tudo, e segundo alguns maldosos, tirava até jipe do atoleiro.

    Atuavam em dupla, geralmente tinha um índio fajuto devidamente paramentado, que ficava cantando com um chocalho na mão (o único artefato indígena autêntico), e batendo o pé descalço – comme il faut – no chão. Ou então aquelas carroças do velho oeste. O espírito da coisa é o mesmo.

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