A entrevista dos líderes MPL no Roda Viva

Por Carlos Henrique Machado Freitas

A EXCELENTE ENTREVISTA DOS LÍDERES DO MPL NO RODA VIVA

Quem vinha afirmando que o Movimento Passe Livre é algo sem pauta, quebrou a cara. Vi dois grandes debatedores, jovens com uma postura clara de, primeiro, focar que o critério das manifestações está na pauta da revogação da tarifa do transporte em São Paulo. Ou seja, é um equívoco imaginar que todo esse movimento é uma fatalidade cosmopolita que alguns andaram badalando nas redes sociais e que a mídia quis fazer de tempero para seus instintos golpistas. Os dois líderes que estiveram no Roda Viva, Lucas Monteiro e Nina Campello, foram de uma clareza e simplicidade que nada tem a ver com esse “senso comum” de que o “Brasil está acordando”, que os reacionários, sempre eles com suas ideias geniais, tentaram fomentar. Outro fato fundamental que os dois deixaram claro, é que esse movimento não nasceu hoje e muito menos nas redes sociais, ele tem quase uma década. Portanto, a burguesia nescau pode tirar o cavalinho da chuva.

Os dois, Lucas e Nina, mostraram que o movimento tem uma linha evolutiva e que não tem somente uma pauta política, o que já seria fundamental, mas tem uma valiosa contribuição técnica. Portanto, não tem nenhum parentesco com qualquer porralouquice pós-moderna e o seu manjado oportunismo “vamo que vamo”. É uma luta que vem de longe com uma formação sólida que não tem sequer um traço fisiológico, ao contrário, em nenhum momento vimos efeitos de individualismos. Os dois são maravilhosamente centrados e exclusivamente empenhados na questão da redução do preço das passagens. O que significa que isso só aumenta a responsabilidade de Haddad. Porque, primeiro, a postura indecorosa de Alckmin é sabida por todos e eles, os entrevistados, deixaram claro que o conceito filosófico de uma PM brutal é prática exclusiva da polícia de Alckmin.

Por outro lado se mostraram extremamente abertos ao diálogo com Fernando Haddad. E é isso que o PT como um todo tem que reconhecer. Mais que isso, as melancólicas perguntas dos entrevistadores dos jornalões eram rebatidas de imediato, por exemplo, quando eles foram indagados sobre o movimento, a resposta foi, que o Brasil melhorou muito nos últimos dez anos e, portanto, pela melhoria de sua condição social, as pessoas têm mais condição de participar dos debates que estão sendo cada vez mais ampliados. Então, repetindo para aqueles que diziam não existir propriamente uma pauta, reafirmo, a pauta existe, assim como um mosaico de partidos de esquerda que apoiam o movimento e que este está longe de ser um modismo via facebook. Repetindo. Portanto, que a crônica nua e crua é a revogação da tarifa do transporte em São Paulo. o que sinceramente espero é que Haddad tenha a sensibilidade de simplesmente se posicionar politicamente a favor da reivindicação para que a harmonização entre os anseios da sociedade nesta questão e sua administração se deem de forma natural.

Luis Nassif

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