“A gangue do Cabral deveria estar na cadeia”, diz Garotinho

Por Marco Antonio L.

Do Terra

Virtual candidato, Garotinho diz que “gangue do Cabral” merece a prisão

Deputado federal pelo PR-RJ praticamente se lançou candidato ao governo do Estado, em 2014, em evento do partido na Baixada Fluminense

 
André Naddeo
Direto do Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro já tem o seu terceiro virtual candidato ao governo do Estado nas eleições do ano que vem. Após o senador Lindbergh Farias (PT) e o vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) terem deixado bem claro que são postulantes para 2014, foi a vez de Anthony Garotinho, atual deputado federal e ex-governante fluminense, praticamente lançar sua candidatura, após evento do seu partido, o PR, na tarde deste sábado, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.

Atacando veementemente a gestão de quase sete anos de Sérgio Cabral (PMDB) à frente do Estado, chegando ao ponto de dizer que “a gangue do Cabral deveria estar na cadeia”, Garotinho, como se pudesse despistar, diz que “por enquanto sou apenas o primeiro inscrito”, já que as prévias que definirão o candidato do PR no Rio acontecem apenas em dezembro.

Em seu discurso efusivo para cerca de cinco mil militantes republicanos, ele deixou escapar, no entanto, que “só não serei candidato se Deus não quiser”. “Quero ganhar (estas eleições) para devolver o Estado ao povo e retomar o progresso e desenvolvimento”, completou ainda, em nova alfinetada no atual governador.

“Eu venho tentando organizar o partido”, disse, aos jornalistas, após o evento. “Era um partido muito fraco no Estado, e nas últimas eleições demos um salto. Estamos fazendo um arco de alianças para que a gente possa, não só se fortalecer, mas retomar o governo do Estado”, admitiu.

Nas últimas eleições municipais, o PR de Garotinho se uniu ao DEM, do ex-prefeito do Rio César Maia, antigos desafetos na política, e integrou a chapa que colocou na disputa o deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) e a deputada estadual Clarissa Garotinho (PR). O desempenho pífio de Rodrigo Maia nas urnas (ficou em 3º lugar, com apenas 2,94% dos votos), em 2012, junto ao fato de que Cesar Maia poderia também se candidatar, parece ter jogado por terra uma possível nova aliança.

“Tem que ver se ele não vai querer sair candidato, dizem por aí que ele pode sair. Se ele quiser sair candidato, é um direito dele de não cumprir o acordo firmado”, esclareceu Garotinho.

O governo do Estado do Rio não quis fazer comentários sobre o que disse o deputado federal.

Disputa acirrada
A administração do Palácio Guanabara a partir de 2015 promete uma agitada corrida eleitoral para o ano que vem. Além dos projetos para atrair os eleitores, o cenário político ainda pode vislumbrar uma ruptura entre o PMDB de Sérgio Cabral, e o PT da presidente da República, Dilma Rousseff, aliados no governo federal.

Isso porque o senador petista já deixou claro que será candidato, em inúmeras entrevistas e aparecendo em programas do partido na rede de televisão e rádio locais, contrariando o desejo dos peemedebistas de fortalecer uma chapa única, que terá como candidato o atual vice-governador, Luiz Fernando Pezão.

Se este cenário permanecer, pensando já na sua reeleição, a presidente Dilma Rousseff ficaria numa encruzilhada dentro do seu partido, já que endossou a união firmada pelo ex-presidente Lula com Cabral em 2006. União, aliás, sempre enaltecida nas agendas da presidente no Rio de Janeiro por ambas as partes. Além disso, teria menor espaço no palanque eleitoral fluminense, uma vez que usaria apenas a base do próprio PT.

Outra possibilidade, caso um esforço federal retire a candidatura de Lindbergh, o senador, irrefutável em seu planejamento de se eleger governador em 2014, já deu sinais de que poderia usar o PSB como “plano B”. Uma prova disso foi o apoio, no ano passado, à candidatura do atual prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardozo, presidente estadual dos socialistas. Correndo por fora, Garotinho usará sua base eleitoral no norte e interior, e seu apoio na base evangélica, para tentar mais quatro anos à frente do Estado. Ele foi governador entre os anos de 1999 e 2002.

Luis Nassif

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