Ágatha entra para as estatísticas que orgulham Witzel, diz OAB do Rio

Já são mais de 1,2 mil pessoas mortas neste ano em decorrência da política de segurança patrocinada por Witzel, que mandou as forças do Estado "atirar na cabecinha" e promover uma "caça" nas favelas

Jornal GGN – A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) do Rio de Janeiro publicou uma nota lamentando a morte de Ágatha Félix, uma menina de 8 anos que foi vítima de uma bala perdida nas costas, disparada pela Polícia Militar no Complexo do Alemão. Ela chegou a ser levada para o hospital, mas não resistiu e faleceu na madrugada de sábado (21).

A OAB destacou que Ágatha, infelizmente, entrou para as estatísticas que tanto orgulham o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. Já são mais de 1,2 mil pessoas mortas neste ano em decorrência da política de segurança patrocinada pelo ex-juiz, que mandou as forças do Estado “atirar na cabecinha” e promover uma “caça” nas comunidades do Rio, usando a luta contra o tráfico como desculpa.

“A OABRJ lamenta profundamente que a média de cinco mortos por dia pela polícia seja encarada com normalidade pelo Executivo estadual e por parte da população. A normalização da barbárie é sintoma de uma sociedade doente.”

Ágatha já é a quinta criança morta no Estado em 2019. Ao todo, 16 foram baleadas.

NOTA DA OABRJ SOBRE A MORTE DA MENINA ÁGATHA NO COMPLEXO DO ALEMÃO

A Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Estado do Rio de Janeiro, lamenta profundamente a morte da menina Ágatha Vitória, de oito anos, no Complexo do Alemão, na noite de sexta-feira. A morte de Ágatha vem se somar à estatística de 1.249 pessoas mortas pela polícia nos oito primeiros meses do ano. Um recorde macabro que este governo do Estado aparenta ostentar com orgulho.

A OABRJ lamenta profundamente que a média de cinco mortos por dia pela polícia seja encarada com normalidade pelo Executivo estadual e por parte da população. A normalização da barbárie é sintoma de uma sociedade doente.

A OABRJ lamenta profundamente que horas antes da morte de Ágatha o governador tenha dito, conforme relatou a imprensa, que promoveria um “combate e caça nas comunidades”.

As mortes de inocentes, moradores de comunidades, não podem continuar a ser tratadas pelo governo do Estado como danos colaterais aceitáveis. A morte de Ágatha evidencia mais uma vez que as principais vítimas dessa política de segurança pública, sem inteligência e baseada no confronto, são pessoas negras, pobres e mais desassistidas pelo Poder Público.

A defesa do direito à vida é o princípio mais básico do ser humano e deveria ser o norte de qualquer governo civilizado. Uma política de segurança pública sem planejamento de inteligência atenta contra a integridade da população, e da própria polícia, e afronta os parâmetros básicos de civilidade.

Por meio de sua Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária, a OABRJ está à disposição da família de Ágatha e de familiares de outras vítimas da violência do Estado.

Rio de Janeiro, 21 de setembro de 2019.

Redação

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