Do Valor
Candidatos à presidência do PT criticam aliança com PMDB
Por Cristiane Agostine
SÃO PAULO – Cinco dos seis candidatos à presidência nacional do PT criticaram, nesta segunda-feira, 26, a política de aliança do governo federal com o PMDB. Na avaliação da maioria dos postulantes, os pemebebistas têm adotado comportamento de oposição à presidente Dilma Rousseff no Congresso.
No primeiro debate promovido pelo partido com os candidatos, em São Paulo, apenas o presidente da legenda, o deputado estadual Rui Falcão (SP), que tenta um novo mandato, defendeu a manutenção do acordo com o PMDB no primeiro turno em 2014. Todos os candidatos integram o Diretório nacional ou a Executiva nacional do PT.
Para o candidato Valter Pomar, o PMDB tem dado ao governo federal “maioria nominal”, mas não tem votado de acordo com os interesses da presidente e derrotou o PT em votações importantes para o partido. Para Pomar, o PT só deveria aliar-se na próxima eleição ao PMDB se o partido concordasse em votar a favor das reformas política e tributária defendidas pelos petistas.
Romper ou não romper?
Secretário-geral do partido, o deputado federal Paulo Teixeira (SP) disse que o PT não pode ser submisso ao PMDB e defendeu as alianças com partidos de esquerda, como PCdoB, PSB e PDT. Na avaliação de Teixeira, o acordo com o PMDB tem “diluído” programas defendidos pelos petistas. Apesar das ressalvas ao acordo, o dirigente disse não ser favorável à ruptura da aliança nacional.
O secretário nacional de movimentos populares, Renato Simões, disse que o PMDB precisa definir se quer participar do governo federal. “Hoje o vice-presidente, o presidente da Câmara e o presidente do Senado vêm fortalecendo as estratégias de impedir as reformas que o PT defende”, disse. “Se não temos acordo programático hoje, por que teremos em 2014?”, questionou.
Radicais
Markus Sokol classificou o vice-presidente da República e presidente licenciado do PMDB, Michel Temer, como “sabotador” do governo federal. A mesma linha crítica foi adotada por Serge Goulart. Ambos são de tendências consideradas mais “radicais” dentro do partido.
Isolado na defesa do PMDB, Rui Falcão disse que o PT deve manter a aliança no próximo período eleitoral. “Não pode haver tergiversação política”, afirmou.
(Cristiane Agostine | Valor)
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