As linhagens históricas das monarquias na Europa

Por Waldyr Kopezky

Comentário ao post “Qual o futuro das monarquias europeias?

Caros, vamos analisar as monarquias européias não pelas suas regências (reis ou rainhas coroados, em exercício), mas pela sua origem, linhagem e atual sustentação…

Há quatro grandes linhagens históricas européias, das quais derivam (por laço consanguíneo) monarquias não somente do Velho Continente, mas tb no mundo todo:

1. Habsburgos

2. Hohenzollernz

3. Romanovs

4. Windsors

Pelos nomes pode-se concluir alguma naturalidade (origem) nelas, mas há que se deixar claro – elas são linhagens de nobreza SUPRANACIONAIS, pois há muitos séculos elas atuam em vários países e possuem laços de consanguinidade entre si. Das 4, só a dos Romanov hoje praticamente não existe, pois toda a família real e descendência próxima foi executada na revolução russa (havia parentes na nobreza da Finlãndia e Suécia, mas não sei seu paradeiro).

O clã menos visível hoje é o dos Hohenzollernz, pois o Kaiser Guilherme e sua família na Alemanha também foram grandemente “suprimidos” pelos nazistas; mas sua linhagem é forte nos países Baixos (Bélgica e Holanda), tanto quanto nos países escandinavos (Noruega, Dinamarca, Suécia, Finlândia).

Os Habsburgos são o clã que mais prosperou, se disseminando a partir da França por toda a Europa latina e mediterrânea – bem como no centro-leste europeu (Áustria, Romênia, Hungria, Iugoslávia -,entrecruzando-se (casando) com as nobrezas nacionais e garantindo um forte parentesco. Mas foi além: Brasil, Arábia Saudita (e diversas monarquias extintas do Oriente Médio como a egípcia, iraniana e iraquiana), Indonésia e outros também possuem sangue azul habsburgo (creio, sem certeza, que Japão e linhagens nobres da África tb tenham). Para nós, o melhor exemplo disso são D. Pedro I e II, que buscaram na corte austríaca suas três impereatrizes (sim, pois D. Pedro I teve duas!).

Os Windsor são a família nobre de maior visibilidade – mas também a de maior debilidade de sangue azul entre as três grandes casas da Europa: há uma pulverização histórica da nobreza britãnica em inúmeros ramos, de tal monta que a princesa Diana (sem ser uma Windsor por sangue) tinha uma linha genealógica de nobreza maior que a do príncipe Charles, quando casaram. E há que se explicar isso ao lembrar da competição com as casas nobres escocesas (Bruce e Stuarts), da interrupção abrupta da monarquia por Cromwell e vários episódios de morte ou execução de soberanos (com colapso consequente de suas famílias aristocráticas). Fiz essa (longa) digressão para chegar à questão: há decadência das Casas Reais européias, com um gradual caminhar na direção de uma inequívoca extinção?

A resposta, para mim, é não. Há que se levar em conta não só a realeza em exercício efetivo de um trono, mas sua linhagem e sustentação financeira. Basta dizer que todas – TODAS – são prósperas em posses e de forte atuação na estrutura econômica moderna da Europa (o board de inúmeras multinacionais tem executivos e até CEOs dessas linhagens), o que vale afirmar que nenhum deles (por mais irresponsável que possa vir a ser com seu legado) chegue a mendigo. Sequer a “petite borgeoise”. Ainda hoje são poderosíssimos, inclusive com parentescos diretos junto a sheiks, emires e sultões, tendo direito a decisão nos petrodólares destes (cristãos ou islâmicos, não há obstáculo – os casamentos são consumados e a fé, suprimida).

Na cultura, então, nem se fala – é emanada deles aquela história do Código Da Vinci em que as linhagens nobres européias (através dos “reis cabeludos” francos, os Merovíngios) teriam descendência direta de uma suposta linhagem de Jesus Cristo com Maria Madalena. E, assim, buscam disseminar a justificativa de um inequívoco (tão pretensioso quanto irreal) “direito divino” de liderar a humanidade…

Obs. – Pra se ver o grau de inferência dessas linhagens de nobreza no sistema econômico e mundo de hoje: sabiam que o Daniel Dantas tem título de duque por herança de consanguinidade (nobreza)? É mole? Isso é pra quem ainda acredita que coronel só tem no Norte e Nordeste. Abs.

Luis Nassif

5 Comentários

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  1. A monarquia Européia ainda

    A monarquia Européia ainda domina o mundo, haja visto que o capital dita as regras da humanidade em todos os ramos:

    A rainha da Inglaterra considerada como um poder ” simbólico”, é detentora de muitas terras no mundo todo, e dentre outros países, o CANADÀ responde à rainha, ou seja, o país que está entre os maiores do mundo é “súdito” da rainha !!!

    Casamento entre consanguineos é muito comum na nobreza, a fim de manter a linhagem e o poder na mão de poucos !!!

    Até a liderança política, econômica e religiosa do novo mundo tem ligação e origem na nobreza européia, compartilhando os mesmos objetivos comuns ; A família Windsor tem origem na nobreza alemâ, e alguns deles apoiaram Adolf Hitler na subida ao poder !  A família Bush(USA) teve ligação com Hitler e patrocinou seu governo! Outra coisa: Só entra no poder quem é apoiado por essas linhagens “reais” , claro, na Europa, sua influência é muito maior, entretanto, estão ramificados no mundo todo !!!!

    1. Concordo com o que voce diz

      Concordo com o que voce diz amigo, quando sai alguma briga, sao brigas entre parentes da mesma “familia”.

      Esse é o verdadeiro poder oculto.

  2. DANIEL DANTAS

    Muito bom mesmo o seu artigo sobre a nobreza, tanto pra informação quanto para posterior pesquisa.

    parabens.

    Me surgiu uma duvida caro amigo.

    Daniel dantas a quem voce se refere, é o banqueiro ?

    E tambem existe mais nobres que exercem cargos politicos ou pertence ao alto escalao economico no Brasil que voce saiba ? 

     

    Desde ja muito Obrigado ….

  3. família real

    Gostaria de saber quem ou o que sustenta a família real inglesa.

    Na Inglaterra existe um imposto específico para isso????

    Obrigado.

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