As manifestações marcadas para hoje em São Paulo

Por Marco Antonio L.

Do iG

Em resposta à violência, manifestantes preparam maior protesto em São Paulo

Movimento Passe Livre (MPL) ganha força em página de rede social e promete quinto ato contra “injustiças” nesta segunda-feira (17), no Largo da Batata, zona oeste

Carolina Garcia

  

Reprodução da página do MPL na rede social Facebook

A cidade de São Paulo deve ser palco de novas manifestações nesta segunda-feira (17) contra o aumento das tarifas do transporte público. Usando as redes sociais como catalisador do protesto, o Movimento Passe Livre (MPL) marcou para as 17h, no Largo da Batata, na zona oeste, o quinto encontro. E poderá ser maior do que os anteriores devido ao confronto de quinta-feira (13), onde a força imposta pela Polícia Militar gerou críticas e revolta .

Naquela noite, manifestantes se reuniram no centro para o 4º dia de protestos contra o aumento de R$ 0,20 na passagem de ônibus. A PM prendeu mais de 200 pessoas , a maioria antes do protesto começar, porporte de vinagre  e outros objetos suspeitos.

5º protesto: Secretário de Segurança convida Movimento Passe Livre para reunião na 2ª

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Neste domingo, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella Vieira, convidou o Movimento Passe Livre para uma reunião às 10h de segunda-feira, data marcada para a quinta passeata contra o reajuste. “Queremos que os manifestantes exerçam seu papel de protestar e queremos garantir que quem trabalha e estuda e não quer fazer parte protesto possam fazê-lo da melhor forma possível.”

 

Panfleto convoca para 5º protesto marcado para segunda-feira, no Largo da Batata

O objetivo do encontro, de acordo com Grella, é conhecer o trajeto proposto pelos estudantes para que seja feito “um ordenamento do trânsito com bloqueio de ruas adjacentes”. O secretário disse ainda que nenhum policial está autorizado a atirar. Questionado sobre a prisão de manifestantes que portavam vinagre para combater os efeitos das bombas de efeito moral, o secretário foi taxativo: “Ninguém vai ser detido por levar vinagre […] o que ocorre é que o policial se depara com o liquido e não sabe do que se trata, por isso houve a detenção de alguns.”

Na sexta-feira, o prefeito Fernando Haddad (PT) declarou que as imagens de quinta  sugerem o abuso do poder policial e que a prefeitura já se colocou à disposição de um diálogo com o movimento, desde que os protestos não apresentem atos de vandalismo. Já o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que os“possíveis abusos serão investigados” .

Novo protesto

Com o título de “Quinto grande ato contra o aumento das passagens!”, o evento criado na rede social Facebook já conta com mais de 200 mil presenças confirmadas. A concentração será realizada na região da Estação Faria Lima e o protesto pode seguir para importantes vias da cidade. Em ações anteriores, as avenidas Brigadeira Faria Lima e Paulista e a marginal Pinheiros foram tomadas pelos manifestantes.  

Na página da rede social, entre enquetes e postagens com as palavras “injustiça” e “sentimento de revolta”, manifestantes interagem e combinam os detalhes da mobilização de segunda-feira. O perfil interativo e de web ativismo das recentes manifestações nacionais e internacionais tem chamado a atenção.

Policiais atiram contra manifestantes nesta quinta-feira, em São Paulo. Foto: Gabriela Bilo/Futura Press1/25

Renato Fel, um dos coordenadores do movimento Mudança Já, que também apoia a ação em São Paulo, garante que a internet tem sido essencial. “Pessoas que nunca conseguiríamos atingir off-line passaram a dividir os mesmos ideais. Virou muito além do que os 0,20 centavos.”

Para Gil Giardelli, especialista em redes sociais e professor das universidades ESPM e FIA-SP, o crescimento dos protestos é consequência do uso das plataformas sociais. Fora da capital paulista, o professor citou que “se sentiu em São Paulo” na última semana. “O fluxo de informações e em tempo real nos colocou ali, na rua, entre polícia e manifestantes.”

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Giardelli disse ainda que alguns grupos manifestantes se organizaram pelo smartphones no aplicativo Whatsapp (de mensagem instantânea), criando comandos com 15 a 20 integrantes. “Trocamos as baionetas e armas de guerra pelo Facebook, Twitter, YouTube e Whatsapp. Esses artigos, cada um com suas funções, transformaram jovens em ativistas”.

Outro ponto importante, segundo o especialista, é a nova sociedade formada pela era online. “O Facebook, por exemplo, uniu tribos diferentes e formou uma sociedade rede. O interesse de um passou a ser o de todos”. Ele explicou ainda que as redes sociais derrubaram “filtros” entre o acontecimento e o leitor, mas que a imaturidade dessa sociedade rede dá voz aos mais extremistas.

“Com o compartilhamento de fotos, vídeos e versões ficou mais fácil criar sua própria opinião e responder a isso. Agora o que falta é o crescimento dessa sociedade para que possamos deixar o conceito mais extremo (das manifestações) e promover o diálogo. Entre as ideias opostas, nasce a inovação.”

Luis Nassif

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