Bancada evangélica seria o 3º maior partido da Câmara

Sugerido por Ed Doer

Comentário ao post “O Estado Laico, as religiões e a esquerda

“Penso que o fenômeno do “avanço” das religiões na vida política brasileira é mais uma fantasia e um temor (oriundos possivelmente do desconforto católico) do que uma realidade objetiva. “

Obrigado por alertar que o Feliciano (e cia) não são reais e sim algo como um bicho-papão embaixo da cama.

Da Gazeta do Povo

Bancada evangélica seria 3.º partido da Câmara

Crescimento de denominações protestantes aumentou representação na Câmara. Eleitores religiosos escolhem candidatos com valores parecidos aos seus 

Se a bancada evangélica fosse um partido, ela seria o terceiro maior na Câmara Federal. A frente parlamentar evangélica, que conta com parlamentares das mais diversas denominações, tem 76 deputados, número superado apenas pelo PT (89) e pelo PMDB (82). Com tantos deputados, o grupo começa a ocupar espaços importantes na Câmara, como a liderança do PMDB e o comando da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara – fato que colocou o pastor Marco Feliciano (PSC) nos holofotes neste início de ano.

Não se trata de uma superrepresentação: hoje, os evangélicos são 22,2% da população do país. O crescimento ocorreu nos últimos 30 anos. Em 1980, eram apenas 6,6% da população, a maioria ligada a igrejas tradicionais. Eram 7,2 milhões de pessoas, o equivalente à população atual do Pará. Segundo o IBGE, em 2010 os evangélicos já eram 42,3 milhões, população equivalente ao estado de São Paulo, a maioria em igrejas pentecostais.

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Eleições

Apoio de igrejas pode ser decisivo para Dilma Rousseff em 2014

Desde o início do governo Dilma Rousseff, as relações entre o governo e a bancada evangélica têm sido marcadas pela tensão. Parlamentares evangélicos foram aliados de Dilma nas eleições de 2010. Entretanto, o PSC já ameaça lançar candidatura própria para a Presidência, e outras legendas ligadas aos evangélicos vêm sendo sondadas por adversários de Dilma.

Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias e foco recente dos atritos entre petistas e evangélicos, o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) declarou recentemente que o partido pretende lançar candidato – possivelmente, ele próprio.

Para o cientista político da PUC-RJ Cesar Romero Jacob, trata-se de um blefe. Candidatos essencialmente ligados às igrejas partem de um piso alto, mas têm também rejeição alta e um teto eleitoral baixo – como foi o caso de Anthony Garotinho (PRB-RJ), candidato à Presidência em 2002. Entretanto, manter as grandes igrejas na base aliada é importante para o sucesso da empreitada eleitoral. “Desde a eleição de 1989, nenhum presidente foi eleito sem o apoio dos evangélicos”, afirma.

Para o cientista político Cesar Romero Jacob, da PUC-RJ, esse fenômeno coincide com o período de estagnação econômica ocorrido entre 1980 e 2000. As igrejas pentecostais cresceram na periferia dos grandes centros urbanos, regiões com população de baixa escolaridade e com pouco ou nenhum acesso ao poder público. A partir da última década, essas igrejas, assim como boa parte da periferia, migraram também para a classe média baixa.

Para o cientista político Luiz Domingos Costa, do grupo Uninter, os pastores souberam compreender o sistema representativo brasileiro. O eleitor evangélico vota dentro de sua comunidade, em candidatos com um perfil socioeconômico e um sistema de valores ideológicos e religiosos parecido com o seu – uma efetiva representação. Costa destaca também que os evangélicos souberam ocupar legendas pequenas e médias, como o PSC e o PRB.

Jacob, porém, aponta problemas na relação eleitoral das igrejas com os fiéis. Para ele, uma parcela considerável de igrejas pentecostais usa o culto como um espaço para propaganda eleitoral.

Colaborou Isabella Lanave, especial para a Gazeta do Povo

Em Curitiba, grupo tem 11 vereadores

No mês passado, a Câmara de Curitiba oficializou a criação de uma bancada evangélica. Ela é composta por 11 vereadores – em um colegiado de 38. Com mais dois vereadores, a bancada teria um terço da Câmara, o suficiente para apresentar emendas à Lei Orgânica ou impedir a aprovação de matérias que exigem maioria qualificada. A bancada é liderada por Noêmia Rocha (PMDB), da Assembleia de Deus, e conta com vereadores de diversos partidos e igrejas.

Segundo o vereador Ailton Araújo (PSC), a bancada não foi criada para pensar em projetos e sim para trabalhar em problemas pontuais que cheguem até a Câmara. “Não temos a intenção de nos caracterizar como uma bancada específica”, diz. A bandeira do grupo, não diferente de outras frentes evangélicas, é a defesa da Família. “Mas não queremos polemizar”, afirma Noêmia, idealizadora da bancada.

Além de Noêmia e Aílton, estão na bancada Cacá Pereira e Chicarelli (PSDC), Tiago Gevert e Carla Pimentel (PSC), Cristiano Santos (PV), Chico do Uberaba (PMN), Dirceu Moreira (PSL), Jorge Bernardi (PDT) e Valdemir Soares (PRB).

 

Luis Nassif

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