Boicotado por americanos, jantar com Bolsonaro terá patrocínio do Banco do Brasil e Consulado brasileiro

Banco do Brasil, que não participou do evento em outras edições, não quis responder a jornal se Bolsonaro autorizou o gasto de R$ 47,5 mil por uma mesa com 10 lugares

Jornal GGN – O Banco do Brasil, que não patrocinou homenagens promovidas pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos nos últimos anos, decidiu gastar R$ 47 mil por uma mesa no jantar que terá Jair Bolsonaro como estrela. A decisão ocorre depois que empresas e políticos americanos lançaram uma campanha de boicote ao evento com o presidente brasileiro, previsto para o dia 14 deste mês.

Na semana passada, Bolsonaro mandou demitir um diretor de marketing do BB porque não gostou de uma propaganda que abordava a diversidade da sociedade brasileira. Entre seus admiradores, contudo, Bolsonaro argumentou que a demissão foi porque o gasto com a veiculação daquela peça era inadmissível.

Folha perguntou ao Banco do Brasil, então, se Bolsonaro também deu aval ao gasto de R$ 47 mil por uma mesa com 10 lugares no jantar. A instituição não quis responder. Informou apenas que a decisão de patrocinar o evento foi para “estreitar o seu relacionamento negocial com investidores”.

O consulado brasileiro em Nova York, que tem a atribuição de ajudar brasileiros que vivem ou estão de passagem pelos EUA, também nunca patrocinou o jantar antes. Agora, desembolsará cerca de R$ 39 mil por uma mesa.

O evento com Bolsonaro teve dificuldades para encontrar um espaço para sua realização em função da figura do ex-presidente, mal vista entre setores da elite e empresários americanos.

O mais recente boicote foi feito pelo jornal Financial Times, que retirou o patrocínio do jantar. O Museu Americano de História Natural foi o primeiro a recusar-se a receber o evento depois de saber quem seria homenageado. A empresa Delta Airlines também boicotou Bolsonaro, assim como a consultoria Bain & Company.

No total, de 57 patrocinadores do evento do ano passado, 17 boicotaram neste ano. O levantamento foi feito pela Folha.

Em entrevista ao El País e Folha, o ex-presidente Lula ironizou a situação. Ele disse que, em seu governo, o Brasil tinha bom trânsito internacional, sendo convidado, inclusive, para reuniões do G20. Bolsonaro, por sua vez, não consegue consenso para um jantar em Nova York.

Redação

14 Comentários

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  1. Tá tudo virado em eras bolsonarianas. Associação de Juristas (dos EUA) declara que Lula é preso jurídico e o judiciário brasileiro faz de conta que não tem nada a ver.
    Câmera de Comércio com sede nos EUA, precisa de dinheiro brasileiro para dar troféu de “homi” do ano que pouco fez até agora, mas justiça feita, foi em prol da economia, empresas e empregos americanos e por ganhar eleições graças ao uso ilícito de aplicativos dos EUA. Ajuda do DoJ e da CIA, com STF, com tudo.
    Moro o ano passado também, teve cerimônia com mesas vendidas a milhares de dólares para a Petrobras, afim dos EUA lhe darem a medalhinha. Mutley? Medalha, medalha, medalha.
    Estes liberais que dependem tanto do estado.

  2. É dinheiro público e a oposição deve acionar judicialmente pra ressarcir o erário, qual a importância de tal evento????

    O governo retira todos os patrocínios do banco, entretanto usa esse dinheiro pra autopromoção????

  3. Acredito que o nosso presidente incomoda muito a esses patrocinadores. Será que eles têm o rabo preso? Como o ex presidente era mais populista conseguia enganar direitinho gastando milhões em um jantar de boas vindas.

  4. Isso é market do próprio Bolsonaro com essa homenagem a ele mesmo nos EUA, um presidente que não fez nada por merecer essa honradez. Bolsonaro é fascista de direita com certeza, não é visto com bons olhos pelos cidadãos Americano; agora ainda vai gastar dinheiro do erário, através do Banco do Brasil!

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