Bolsonaro diz que democracia e liberdade só existem quando Forças Armadas querem

Em discurso para Fuzileiros Navais no Rio, presidente faz ameaças a democracia prometendo uma “retaguarda jurídica” para que a categoria possa “exercer seus trabalhos” em “missões extraordinárias”. Hamilton Mourão diz que presidente está sendo mal interpretado.

Jornal GGN – Em menos de quatro minutos de discurso, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) conseguiu produzir mais uma polêmica do seu governo. Aconteceu na manhã desta quinta-feira (07) enquanto falava em uma cerimônia de aniversário do Corpo de Fuzileiros Navais do Rio de Janeiro. O contexto do discurso foi a participação dos militares na democracia e na Previdência Social.

“A segunda missão será cumprida ao lado das pessoas de bem do nosso Brasil, daqueles que amam a pátria, daqueles que respeitam a família, daqueles que querem aproximação com países que têm ideologia semelhante à nossa, daqueles que amam a democracia e a liberdade. E isso, democracia e liberdade, só existe quando a sua respectiva Forças Armadas assim o quer” (sic), disse o presidente.

No meio da tarde desta quinta-feira (07), a imprensa recorreu ao vice-presidente Hamilton Mourão, questionando a fala de Bolsonaro. Ele respondeu que o presidente foi mal interpretado.

“O que que o presidente quis dizer? Está sendo mal interpretado. O presidente falou que onde as Forças Armadas não estão comprometidas com democracia e liberdade, esses valores morrem. É o que acontece na Venezuela. Lá, infelizmente, as Forças Armadas venezuelanas rasgaram isso aí. Foi isso que ele [Bolsonaro] quis dizer”, justificou.

Além de jogar para o Exército a função de manter a democracia e a liberdade no país, Bolsonaro disse no discurso que quer incluir os militares na “missão de mudar o Brasil” e prometeu uma “retaguarda jurídica” para que a categoria possa “exercer seus trabalhos” em “missões extraordinárias”.

“Temos uma missão de mudar o Brasil. Esse foi nosso propósito, essa foi nossa bandeira ao longo de quatro anos andando por todo Brasil. […] O que eu quero para o senhores, meus irmãos militares. Sou do Exército brasileiro, mas tenho uma formação muito semelhante à de vocês. A minha última unidade foi a Brigada de Infantaria Paraquedista. Eu quero a vocês conversando, ouvindo, debatendo uma retaguarda jurídica para que vocês possam exercer seus trabalhos, em especial nas missões extraordinárias da tropa”, afirmou.

*Com informações do G1

Redação

5 Comentários

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  1. Quer dizer que a existência das forças armadas não garante a liberdade nem a democracia mas a sua garante a supressão da liberdade e da democracia.

    Por falar em FFAA, cadê o Queiroz?

    1. Quer dizer que a existência das forças armadas não é uma garantia da continuidade da liberdade nem daa continuidade da democracia mas a sua a dissolução implicaria na extinção da liberdade e da democracia?

      Quer dizer que a existência das forças armadas não garante a liberdade nem a democracia mas a sua garante a supressão da liberdade e da democracia?

      Liechtenstein aboliu o seu exército em 1868 devido ao seu elevado custo de manutenção. A constituição de um exército apenas é permitida em tempo de guerra, porém esta situação nunca ocorreu desde então. Contudo, este país detém uma força policial e uma equipa SWAT, ambas armadas para executar tarefas de segurança interna.

      Não há liberdade nem democracia em Liechtenstein?

  2. Sobre a polêmica a respeito dessa declaração de Bolsonaro, a esse respeito trago à lembrança a frase de Obama (democrata) no Memorial Day, quando o povo americano faz justas homenagens àqueles que lutam pela democracia em qualquer parte do mundo: “É graças aos soldados, e não aos sacerdotes, que podemos ter a religião que desejamos. É graças aos soldados, e não aos jornalistas, que temos liberdade de imprensa. É graças aos soldados, e não aos poetas, que podemos falar em público. É graças aos soldados, e não aos professores, que existe liberdade de ensino. É graças aos soldados, e não aos advogados, que existe o direito a um julgamento justo. É graças aos soldados, e não aos políticos, que podemos votar…”

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