Colômbia dá indulto a 30 guerrilheiros das FARC presos

Enviado por Nonato Amorim

Do operamundi

Como ‘gesto de confiança’, Colômbia concede indulto a 30 guerrilheiros das FARC presos

Governo anunciou que eles terão penas perdoadas e apoio para estabilização familiar, comunitária e social para reintegração na sociedade civil colombiana 

O governo colombiano anunciou neste domingo (22/11) a concessão de indulto a 30 guerrilheiros das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) que se encontram presos por “delito de rebelião”.

Segundo o escritório do Alto Comissariado de Paz, a decisão faz parte “dos gestos de construção de confiança entre o governo nacional e as FARC”. Representantes das duas partes seguem realizando em Havana, Cuba, os diálogos de paz para pôr fim às hostilidades entre guerrilha e governo no país.

Os 30 guerrilheiros a terem suas penas perdoadas não estão presos por delitos graves, informou o governo. Este primeiro grupo de membros das FARC a receber o benefício terá também apoio psicossocial, acompanhamento para sua estabilização familiar, comunitária e social, acesso à educação e formação profissional com o objetivo de reintegrar os guerrilheiros à sociedade civil colombiana.

“Igualmente, como parte das medidas de construção de confiança, o governo nacional coordenará com as entidades competentes brigadas com o fim de examinar as condições de saúde de 106 membros das FARC ainda reclusos em prisões do país, e disponibilizará o necessário para sua adequada atenção”, afirma o comunicado.

Além disso, de modo a preparar as condições para o fim do conflito, o governo também adequará pátios especiais dentro das prisões “para os quais serão transferidos os integrantes das FARC detidos ou condenados, para facilitar o estudo de sua situação jurídica como medida de preparação para sua futura reintegração à vida civil”.

Horas antes do anúncio do governo colombiano, as FARC pediram a libertação de 80 guerrilheiros que se encontram presos em todo o país, alegando suas “delicadas condições de saúde”.

“Passamos uma lista de 80 presos que estão em situação de urgência com relação à atenção médica; destes, 11 estão em estado muito grave e podem falecer a qualquer momento”, afirmou Rodrigo Granda, um dos líderes da FARC que se encontra em Havana.

Na última semana, porta-vozes das FARC informaram que cerca de 850 guerrilheiros presos estavam em greve de fome desde o dia 9 de novembro, com o objetivo de pressionar por melhores condições na prisão e por sua libertação.

Agência Efe

Luciano Marín (“Iván Márquez”), um dos líderes das FARC, e Bernard Aronson, enviado dos EUA para processo de paz em Havana

As FARC lembraram que realizaram “18 atos unilaterais” para reduzir a intensidade do conflito armado, e consideraram que a eventual libertação de presos doentes seria um ato de boa vontade.

Segundo fontes da Casa de Nariño, residência oficial do presidente, Juan Manuel Santos, citadas pelo jornal colombiano El Espectador, esta decisão e a suspensão dos bombardeios contra as FARC refletem a vontade do governo de construir uma paz estável e duradoura.

A guerrilha e o governo colombiano, que iniciaram um processo de paz em novembro de 2012 em Havana, debatem atualmente sobre os dois pontos restantes para assinar a paz, referentes a vítimas e desarmamento e desmobilização de guerrilheiros.

Ambas as partes demonstraram nos últimos meses o desejo de assinar a paz antes de 23 de março e de iniciar o cessar-fogo bilateral e definitivo em princípios de 2016, o que dependerá dos avanços nas conversas de Cuba antes do fim de 2015. 

Redação

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