Corrigindo a cobertura tendenciosa sobre a reforma da Previdência dando a palavra a Jandira Feghali

‘Modelo atual da Previdência é altamente sustentável por ser quadripartite. Contribuem trabalhadores, empregadores, União e o capital’, afirma deputada

Jornal GGN – No dia 8 de maio, os principais jornais do país divulgaram os resultados de uma pesquisa feita pelo Ibope, por encomenda da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostrando que 59% dos brasileiros consideravam a reforma da Previdência Necessária.

Todas as manchetes deram destaque no sentido de apontar que “a maioria da” população concorda com a reforma da Previdência. Porém deixaram em segundo plano que apenas 6% dos entrevistados disseram ter amplo conhecimento sobre a proposta da reforma discutida no Congresso. Outros 23% disseram que não sabiam que o governo tinha apresentado a proposta e 31% que não conheciam os pontos da reforma. Na mesma pesquisa, 30% disseram conhecer os principais pontos da proposta e 10% não souberam ou não quiseram responder.

A postura tendenciosa na cobertura jornalística sobre a reforma da Previdência foi tema de um vídeo divulgado no canal de José Fernandes Junior no Youtube. Formado em direito e telejornalismo, e atualmente coordenador do programa de TV do MPRJ na TV Justiça, Fernandes Junior usou como exemplo matérias veiculadas na TV Globo, que abordaram a necessidade da reforma da Previdência do ponto de vista do que está sendo defendido pela equipe econômica do governo, sem dar espaço a fala especialistas ou parlamentares com pontos de vista contrários à medida.

“Uma característica da propaganda da reforma da Previdência, feita com muita eficiência pelo ministro da Previdência [Paulo Guedes], é usar números espetaculosos”, destaca Fernandes Júnior sobre um trecho de matéria, veiculada no Jornal Nacional, onde Guedes fala que, nos anos 1980, o INSS recebia a contribuição de 14 trabalhadores para cada idoso aposentado. Atualmente, são 7 contribuintes para cada idoso e, em 2060, as projeções do governo é que serão 2,3 contribuintes na ativa para cada aposentado.

“Ele está fazendo a projeção para o ano de 2060. Em 2060 todos os números serão espetaculosos. Quando ele fala ‘nós vamos economizar tantos trilhões em 30 anos’, [Guedes usa] sempre números espetaculosos, justamente para reforçar a ideia positiva de que a reforma da Previdência vai mudar números gigantescos”, pontua.

O Jornal Nacional prosseguiu apresentado gráficos com dados produzidos pelo governo sobre os impactos da reforma da Previdência, sem dar espaço às análises que poderiam contrariar as falas do ministro da Economia.

Para fazer esse contraponto, o pesquisador divulgou o trecho da fala da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) durante a mesma sessão da CCJ que teve a participação de Guedes.

Jandira disse que interpreta o texto da reforma do governo Bolsonaro “como um projeto claro de eliminação da previdência pública brasileira”.

“Está escrito na lâmina sobre a capitalização [no material apresentado pelo governo aos parlamentares] que é um modelo alternativo ao atual modelo brasileiro. Se ele é alternativo, ele substitui o modelo de civilidade pelo modelo de capitalização”.

A deputada disse ainda que estuda o modelo previdenciário do país há 30 anos e afirma ser ele “altamente sustentável” por ser “quadripartite”.

“Ele não apenas tem a contribuição dos trabalhadores, dos empregadores e da União – porque a União está na Constituição como contribuidora e ela nunca passou de um terço [como contribuidora], mesmo nos momentos de maior crise -, mas também tributa o capital, através das contribuições sociais que são colocadas sobre o faturamento e lucro das empresas”.

No regime de capitalização defendido pelo governo Bolsonaro, apenas o trabalhador contribuirá com a sua própria previdência. O dinheiro recolhido mensalmente do seu salário será administrado por um banco. Assista a seguir o vídeo na íntegra.

Redação

1 Comentário

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  1. Com a rede bosta da Globo apoiando a reforma de Paulo Merdes, não e de se admirar que a mídia tendenciosamente está fazendo isso. Paulo estrume merdes só está interessado na capitalização da previdência porque vai ganhar muito dinheiro com isso. Ainda foi na CCJ tentar convencer com números estatísticos provaveis. Eu sou a favor da reforma em alguns pontos, mas mudar o regime solidário e universal para um de capitalização é afundar o país numa crise social completa

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