Talvez, ontem, na comemoração do aniversário de Marianilheira, com a presença de vários personagens e amigos, os leitores não tenham notado a ausência de um deles. Ligou-me hoje. Atendo.
– Blog do Rui Daher, Redação, pois não.
– Está sozinho?
De início, não reconheci a voz. Poderia ser D…, 01, 02, 03, o porteiro, sei lá. Menti.
– Não, Everaldo nosso segurança está comigo. Depois da exaltação às armas, pediu dinheiro emprestado a um cunhado e comprou uma dúzia de granadas ilegais.
Pensei assim afastar o perigo.
– Ruizinho, sei que faz tempo, mas não reconheceu minha voz, companheiro?
Cheguei lá em décimos de segundos.
– Harmônica!
– Aí! Ouço um fundo musical. O que está ouvindo?
– Cazuza.
– Bom, mas antes de tudo quero desculpar-me por não estar presente na festa de aniversário de sua filha. Dê meus parabéns a ela, e garanta que meus alvos não estão no hemisfério norte. Tudo por aqui.
– Ô Harmônica, saudade. O que tem feito?
– O mesmo. Destruí-los. Apenas mudei o método. Percebi que era cômodo para eles morrerem sem sofrimento, como se diz em inglês, at a glance.
– Qual o novo procedimento?
– Os.
– Entendo, diversificou.
– Exato. No momento, estou colado em certo jornalista covarde.
– Estou curioso em saber suas façanhas nessa nova fase. Me conta.
– Aqui, entre os espíritos, morando no inferno, pelos pecados que cometi, reconheço, diferente da Estação Céu de seu Conselho ‘Dominó de Botequim’, existem tecnologias incríveis para aqui trazê-los, aos poucos, com muitos incômodos e dor.
– Quero ouvir alguns exemplos, Harmônica.
– O tal jornalista machão, por exemplo. Está há uma semana em casa se coçando. Berra, chora, sofre, pelado, suas unhas gastas de tanto se coçar. Vergões sangrentos em seus membros superiores e inferiores. Por vergonha, não tem coragem de pedir ajuda a seus patrões.
– Algum antídoto, Harmônica?
– Sim. Confessar, também ser gay e ter feito sexo com alguns jornalistas da “Veja”, não sei quais.
– Aceitou?
– Vai pensar. Foram tantos que não gostaria de apontar ninguém indevidamente.
– Quem mais?
– Mourão. Especialista em temas agrários deve saber o que significa.
– Claro. Mas como militar ou como toco de madeira e baixa altura?
– Os dois.
– O que mereceu?
– Temos aqui no inferno uma tecnologia específica para militares que se tornam mourões. O arame farpado os envolve de tal maneira, que para se livrarem precisarão dizer: “parem com essa tortura, nunca perseguimos a esquerda”.
– Mas Harmônica, nunca confessarão isso.
– Pode ser. Mas o farpado atravessará apertará até transpuser todos seus órgãos vitais.
– Caro, nunca me deixe sem notícias sobre seus próximos passos.
– Beijos, Ruizinho. Inté.
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