Cuba e a lógica da diplomacia

A cobertura feita pela grande imprensa do caso dos presos políticos cubanos é irritantemente simplista. 

O Ministério das Relações Exteriores não é ONG. Se incorporassem em seu pano de fundo princípios simples como esse, os comentários de Merval Pereira (e de muitos outros) poderiam ganhar em substância, sem perder necessariamente o tom crítico. A política externa brasileira é feita, como qualquer outra de qualquer país do mundo, levando-se em conta aquilo que o governo entende (correta ou incorretamente) serem nossos interesses estratégicos. Se fosse agir pensando em “promover os direitos humanos”, o primeiro país a ser escolhido como alvo não seria Cuba, mas a Arábia Saudita, ou uma dessas republiquetas africanas. Ali, sim, a coisa pega. Não é o caso. Lula tem encontros amistosos com ditadores africanos do mesmo modo que Obama tem encontros amistosos com ditadores sauditas. O governo Lula escolheu uma estratégia de inserção internacional, e a tem levado adiante. É essa estratégia que jornalistas como Merval Pereira teriam a obrigação de estar criticando, se quisessem fazer uma crítica consistente.

Quando é que o jornalismo brasileiro vai parar de flertar com esse moralismo boboca?

Por Itamar

Nassif, pelo que eu entendi Lula disse que o comércio do Brasil com África e Oriente Médio, saltaram de US$ 4 bilhões em 2003, para US$ 46 bilhões atualmente.

Isso se confirmado é simplesmente extraordinário, e deve ser divulgado.

Do portal G1:

http://g1.globo.com/politica/noticia/2010/07/lula-diz-que-quer-comprar-a…

“Vocês, da imprensa brasileira, sabem o quanto eu fui criticado quando comecei a viajar para a África. Perguntavam: “O que o Lula vai fazer na África? Lá só tem miséria. O que ele vai fazer lá?”. Quando eu fui para o mundo árabe, a mesma coisa”, disse.

Segundo ele, a balança comercial com a África saltou de US$ 2 bilhões em 2003 para 26 bilhões atualmente. Em relação ao Oriente Médio, a balança foi de US$ 2 bilhões para 20 bilhões, disse.

“E assim, nós fomos percebendo que era possível comprar em outros lugares, vender em outros lugares, e ficar menos dependentes de um único bloco ou de um único país”, declarou.

Do G1

Lula diz que quer comprar avião da África do Sul para proteger pré-sal

Ele afirma estar ‘de olho’ em aviões não tripulados para defender reservas.
Presidente também propõe parceria com africanos em projeto de aeronave.

Do G1, em Brasília

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (9) em encontro com o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, que quer uma parceria com a África da Sul no desenvolvimento de um avião, que, segundo ele, deve estar pronto em 2015. Lula disse também que o Brasil tem interesse na compra de aviões não tripulados da África do Sul para atuar na defesa das reservas do pré-sal.

“Nós estamos querendo que o companheiro Zuma se junte ao Brasil na construção do avião KC-139, que é o novo Hércules que nós estamos construindo, um avião de caça, que é importante, a gente pretende que em 2015 ele esteja pronto”, afirmou. “O Ministério da Defesa e [o Ministério da] Ciência e Tecnologia vão continuar discutindo [a questão]”, disse. O Hércules é, na verdade, um avião de transporte usado pela Força Aérea Brasileira.

Lula toca vuvuzela em encontro com presidente da África do Sul, Jacob Zuma, em Pretória (Foto: Ricardo
Stuckert/Presidência)

O presidente afirmou também que o Brasil tem interesse na compra de aviões não tripulados da África do Sul para serem usados na defesa das reservas de petróleo na camada de pré-sal.

“Nós temos muita fronteira marítima, muita fronteira seca, nós temos o pré-sal a 300 quilômetros da nossa costa, e se a gente não tomar cuidado, é capaz que alguém tire lá, por debaixo”, disse.

“E pode ser que apareça algum esperto querendo pegar o nosso petróleo, e nós vamos ter que ficar lá, de olho, e por isso nós estamos de olho nesses veículos, esses aviões não-tripulados da África do Sul.”

Lula disse ainda que o Brasil tem interesse na oferta de tecnologia agrícola aos pa´sies africanos. “Nós temos como contribuir com o fortalecimento da agricultura na África do Sul e em todo o continente africano. Nós temos a tecnologia mais importante na agricultura tropical. Uma grande parte da savana africana tem a mesma qualidade do solo do cerrado brasileiro e, portanto, pode ter a mesma capacidade produtiva”, afirmou.

O presidente afirmou também o interesse do Brasil para que a África do Sul e outras nações do continente usem o mesmo padrão de TV digital adotado pelo Brasil.

“Nós temos interesse que a África do Sul e que outros países da África adotem o sistema de TV digital que o Brasil adotou. Já adotou o Brasil, já adotou quase toda a América do Sul, e nós queremos que outros países adotem porque isso vai permitir que os países em desenvolvimento tenham o mesmo modelo de TV digital, o que pode ser uma vantagem para nós nessa competição.”

Lula afirmou que pretende organizar encontros empresariais para incentivar o intercâmbio comercial entre os dois países. Ele lembrou que foi criticado quando incentivou o comércio com países com os quais o Brasil mantinha pouca tradição comercial.

“Vocês, da imprensa brasileira, sabem o quanto eu fui criticado quando comecei a viajar para a África. Perguntavam: “O que o Lula vai fazer na África? Lá só tem miséria. O que ele vai fazer lá?”. Quando eu fui para o mundo árabe, a mesma coisa”, disse.

Segundo ele, a balança comercial com a África saltou de US$ 2 bilhões em 2003 para U$ 26 bilhões atualmente. Em relação ao Oriente Médio, a balança foi de US$ 2 bilhões para US$ 20 bilhões, disse.

“E assim, nós fomos percebendo que era possível comprar em outros lugares, vender em outros lugares, e ficar menos dependentes de um único bloco ou de um único país”, declarou. 

Luis Nassif

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