David Cameron, o novo primeiro-ministro inglês

Do UOL

Conservador David Cameron é o novo primeiro-ministro do Reino Unido e põe fim a 13 anos de gestão trabalhista

O líder do Partido Conservador, David Cameron, é o novo primeiro-ministro do Reino Unido. Ele foi até o Palácio de Buckingham para atender ao pedido da rainha Elizabeth 2ª para formar o novo governo, minutos depois de o trabalhista Gordon Brown renunciar ao posto de premiê. Os conservadores retornam ao poder após um jejum de 13 anos da liderança trabalhista no comando da política britânica, a maior parte do tempo exercida por Tony Blair (1997-2007).

“A majestade pediu que eu formasse um novo governo, e eu aceitei”, afirmou Cameron após deixar o palácio, indicando que fará um governo de coalizão com os liberais-democratas.

Filho de um operador da bolsa de valores, David William Duncan Cameron estudou filosofia, política e economia na tradicional universidade de Oxford, onde se manteve mais ligado ao tênis do que aos movimentos políticos estudantis. Disputou uma vaga no Parlamento pela primeira vez em 1997, em Stafford, mas perdeu a eleição. Sua primeira vitória viria quatro anos mais tarde, quando ganhou uma cadeira na Câmara dos Comuns pela região de Witney, que viria a se tornar seu feudo eleitoral, reelegendo-o em 2005 e em 2010.

Aos 39 anos de idade, o jovem Cameron se tornou ao mesmo tempo o líder dos conservadores e o líder da oposição no Reino Unido. Desde então, operou uma mudança nas prioridades do partido, com mais ênfase na questão do sistema de saúde público e nos temas ambientais, e menos foco da tradicional preocupação dos conservadores em manter a ilha independente das influências da Europa continental.

“David foi eleito líder do Partido Conservador em dezembro de 2005, em um mandato para mudar o partido e mudar o país. Desde então ele lançou planos para reconstruir nossa abatida economia, reanimar nosso sitiado sistema público de saúde e reformar nossa rompida sociedade”, afirma a página oficial de Cameron no Facebook.

“Sua meta é um país no qual as pessoas tenham mais poder sobre suas próprias vidas; um país no qual as famílias sejam mais fortes e a sociedade seja mais responsável; uma Inglaterra mais segura e mais verde”, acrescenta seu perfil.

Cameron também tentou construir nos últimos anos uma imagem de político moralizador, em grande parte capitalizando os escândalos de corrupção e as críticas contra a guerra do Iraque que atingiram o governo trabalhista. Seu desafio era renovar o Partido Conservador, que havia deixado a chefia do executivo em 1997 com o fim do governo de John Major.

Desde então o Reino Unido viveu uma década trabalhista liderada por Tony Blair, que foi continuada a partir de 2007 por Gordon Brown. Menos popular que seu antecessor e atacado pela oposição, Brown colocou seu cargo em jogo três anos depois de assumir a chefia do governo, convocando uma eleição parlamentar em um período de alta na popularidade dos conservadores.

No final de maio passado, com as eleições já no horizonte, o jornal britânico Financial Times perguntou a Cameron se, depois de anos como líder da oposição, ele estaria preparado para chefiar um governo. “Estou pronto para assumir o que é, com certeza, uma tarefa intimidante. com muitos desafios intimidantes, mas estou pronto para enfrentar tudo isso, sim”, respondeu.

Entre os temas que Cameron pode ter pela frente como primeiro-ministro está a desaceleração econômica do Reino Unido e o aumento da dívida pública, um cenário que vai demandar políticas econômicas impopulares de cortes de gastos.

*Com informações da BBC, do Financial Times e do The New York Times

Luis Nassif

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