Demissão na Apex coloca em xeque critério técnico do governo

Durante campanha, Bolsonaro prometeu que faria escolha de cargos no seu governo seguindo “critérios técnicos”. Carreiro foi afastado por não cumprir estatuto da Apex 
 
Foto: Reprodução de Redes Social
 
Jornal GGN – Com apenas uma semana no cargo, o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex), Alecxandro Pinho Carreiro, pediu demissão do cargo. Os motivos da saída, não foram publicados pelo Executivo. 
 
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, para quem a Apex se reporta na hierarquia do governo, comunicou no Twitter apenas que Carreiro pediu demissão e divulgou o novo nome que será apresentado à Bolsonaro. 
 
Mas o afastamento está ligado ao currículo de Carreiro, não alinhado ao estatuto da agência que, entre as regras para comandar a Apex, exige fluência em inglês e experiência no setor público, duas qualidades que Carreiro não possui. 
 
“O Sr. Alex Carreiro pediu-me o encerramento de suas funções como Presidente da Apex. Agradeço sua importante contribuição na transição e no início do governo. Levei ao presidente Bolsonaro o nome do embaixador Mario Vilalva, com ampla experiência em promoção de exportações, para presidente da Apex”, escreveu o chanceler na rede social.
 
Antes de anunciar a saída, nesta quarta-feira (09), o publicitário passou o dia em reuniões com membros do governo. A Apex responde pela promoção de produtos e serviços brasileiros no exterior, atraindo investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia. A agência passou por reformulação ainda no governo Temer, saindo da alçada do comércio exterior para o Itamaraty. 
 
A saída de Carreiro, que tomou posse no dia 2 de janeiro e vinha atuando na equipe de transição de Bolsonaro, é a primeira baixa do novo governo. 
 
Ainda, durante a campanha, o presidente prometeu que faria a escolha de cargos no seu governo seguindo “critérios técnicos”. Entretanto, ao olhar a escolha da composição dos 22 ministérios que instituiu a realidade aponta para o contrário. 
 
Para o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, por exemplo, escolheu a pastora e advogada Damares Alves. Em duas pasta atendeu aos pedidos do escritor da extrema-direita, Olavo de Carvalho, emplacando Ernesto Araújo, na Relações Exteriores, e Ricardo Vélez Rodríguez, no Ministério da Educação.
 
Bolsonaro também se alinhou a DEM escolhendo três nomes do partido para ocupar ministérios importantes: Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Tereza Cristina (Agricultura) e Luiz Henrique Mandetta (Saúde). 
 
Redação

4 Comentários

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  1. A acertada nomeação do embaixador Vilalva para Apex

    A despeito das circunstâncias que levaram a isso http://blogs.correiobraziliense.com.br/vicente/pivo-da-demissao-de-alex-carreiro-da-apex-se-chama-leticia-catelani/ , o chanceler Ernesto tomou uma corretíssima decisão ao nomear para o cargo de presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos, um diplomata de primeira linha: o embaixador Mario Vilalva. Certamente, será um nome estratégico e de grande peso a compor a estrutura exterior. http://berlim.itamaraty.gov.br/pt-br/espaco_do_embaixador.xml

    Com larga experiência em questões da diplomacia econômica, além de ter sido embaixador do Brasil no Chile, em Portugal e, mais recentemente, na Alemanha, o embaixador Vilalva atuou, por considerável tempo, no anos 2000, como chefe da Promoção Comercial do Itamaraty. Sucede na Apex-Brasil um outro nome de relevo do Itamaraty, o diplomata Roberto Jaguaribe (filho do grande intelectual Helio Jaguaribe), ex-embaixador do Brasil em Londres e Pequim. Certamente terá um grande desafios, entre eles, o de blindar a agência contra quaisquer influências exógenas que não a sua competência essencial: alavancar ainda mais grandes potenciais de internacionalização de empresas, marcas, conceitos, projetos, talentos, tecnologias, sobretudo de start-ups e de pequemas e médias do Brasil. 

  2. Vamos esperar a manifestação do Juiz Marcelo Bretas

    Certamente de olho numa boquinha no $TJ ou NO $TF, o Juiz Marcelo Bretas virou advogado do Governo Bolsonaro. De acordo com o mencionado juiz:

    “Alguns Países estão democraticamente mudando a orientação de seus governos, de esquerda (viés mais populista) para centro-direita (VIÉS MAIS TÉCNICO) [sic]. Respeitemos a vontade da maioria e aguardemos o cumprimento das propostas. Críticas prematuras são claramente oportunistas”.

     

    O mencionado JUIZ TECNICISTA e sua mulher, que também é juíza, recebiam, ambos, auxílio-moradia. Com a perda do referido cascai, por conta do reajuste de quase 17% que tiveram os Magistrados, o Marcelo Bretas entrou com uma ação judicial contra a União, a fim de não perder essa mamata/privilégio.

    O referido Juiz disse:

    “Sim, propus ação judicial contra a União (processo público) contra a restrição imposta pelo CNJ. Pois é, tenho esse ‘estranho’ hábito. Sempre que penso ter direito a algo eu VOU À JUSTIÇA e peço. Talvez devesse ficar chorando num canto, OU PEGAR ESCONDIDO OU À FORÇA. Mas, como TENHO MEDO DE MERECER ALGUM CASTIGO, peço na Justiça o meu direito”.

    Pergunta-se:

     

    A Lei deve ser cumprida por amor ou por temor?

    https://midiaindependente.org/pt/red/2014/04/531041.shtml

    Demócrito de Abdera responde:

    “Quem evita ser injusto por temor à lei, provavelmente cometerá o mal em segredo; quem, ao contrario, for levado ao dever pela convicção, provavelmente não será injusto nem em segredo e nem abertamente.”

     

    /humanaesfera.blogspot.com/2014/05/contra-as-recompensas-e-punicoes-isto-e.html

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