Por Luciano Alvarenga
O projeto antiterrorismo do senador do PT do Acre, Jorge Vianna, aponta o clima e, até onde vai a disposição do partido do governo, em resolver os problemas da violência nas ruas. Aponta mais, o governo está alerta para o fato de que existe um difuso e desejoso sentimento – em amplas parcelas da população, especialmente aquelas nas classes média e alta – de ordem e solução de teor autoritário. Nesse sentido, o PT se antecipa ao surgimento de um nome na oposição que possa catalisar tais sentimentos autoritários (nas urnas) e, ruma ele mesmo nessa direção, “atendendo”, a partir de agora, as classes médias, órfãs de melhor projeto.
O PT, ainda que tenha desenvolvido um importante conjunto de ações que permitiram um realinhamento/atualização do que seja pobreza no Brasil, manteve intocada a estrutura que mantém a realidade de pobreza, injustiça e péssimos serviços públicos oferecidos no país, com acento na educação.
Ainda que estes setores mais pobres da população, tenham tido a possibilidade de emergir acima da miséria em que viviam, as classes médias brasileiras, por seu lado, assistiram nesse mesmo período de governos petistas – pra não mencionar a mesma coisa nos dois governos FHC – a um crescente processo de empobrecimento, perda de status, perda de poder compra e perda de capital simbólico.
A desconstrução da estrutura do estado na era neoliberal do PSDB e, relativamente no PT (que nada mudou na ordem econômica), redundou num estado falido. Educação, saúde, segurança pública, justiça, sistema prisional, nada funciona. O colapso dos sistemas públicos de atendimento a população caminhou junto com a privatização dos serviços e, o fato de que a classe média se viu forçada a recorrer a serviços privados como forma de garantir acesso a um nível razoável de produtos de qualidade.
Eis que moradia em condomínio, escola particular, plano de saúde e segurança privados, crescente uso do transporte individual, tornou a vida na classe média e alta cada vez mais cara, especialmente à classe média, em franco processo de perda de poder aquisitivo.
Aos problemas históricos de uma sociedade em que as agendas mudancistas, nada mudam, em que os problemas se acumulam sem que as coisas pareçam se resolver de forma significativa, somam-se os apelos, nas classes médias, para soluções de teor autoritário que visem dar cabo, ingenuamente, dos problemas, a partir da mão pesada de um líder salvador.
A realidade hoje exposta tem um tom dramático, à medida que é nas ruas e, na violência nelas vivida que, grupos como black blocs, justiceiros urbanos e, outros tantos que recorrem a violência como tática e, que são reveladores do profundo descontentamento de importantes setores da sociedade brasileira urbana que, a pelo menos duas décadas estão largados aos próprios esforços.
Essa é a mudança. Ao descontentamento silencioso da classe média, verbalizado apenas nos jornais e imprensa, seus representantes, soma-se agora a crescente violência, gratuita, nas ruas. A violência instilada pelos jovens e adolescentes, muitos deles das classes médias, é uma violência que se quer política, ainda que não seja.
É uma violência, entretanto, que diz, sim, alguma coisa. Essa é uma violência filha da inoperância política; da desconstrução do estado e de suas primordiais funções; da transformação da democracia num açougue político em que minorias de todas as cores e cacifes, esquartejam o país em nome de seus exclusivos interesses; de uma justiça que se comporta como casta de nobres; da ausência irresponsável de uma elite que cultiva como único valor, o dinheiro.
A história mal resolvida da ditadura militar brasileira, que ainda hoje padece de um processo, julgamento e condenação dos criminosos daquele sistema, ameaça se repetir e, nos circunda com o mesmo bailado sinistro daquele tempo. A novidade é se será o partido nascido do combate à ditadura o responsável em ressuscitá-la, ainda que meio zumbi. Luciano Alvarenga
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Grande Luciano Alvarenga!
Está aqui um artigo que o autor deveria ter vendido à FSP ou ao O Globo. Eivado de diagnósticos enviezados, pessimista e saudosista. O autor conseguiu produzir uma bela peça escatológica. Que bom ver que ainda existem bons escritores!!
“O projeto antiterrorismo do
“O projeto antiterrorismo do senador do PT do Acre, Jorge Vianna, aponta o clima e, até onde vai a disposição do partido do governo, em resolver os problemas da violência nas ruas. Aponta mais, o governo está alerta para o fato de que existe um difuso e desejoso sentimento – em amplas parcelas da população, especialmente aquelas nas classes média e alta – de ordem e solução de teor autoritário. Nesse sentido, o PT se antecipa ao surgimento de um nome na oposição que possa catalisar tais sentimentos autoritários (nas urnas) e, ruma ele mesmo nessa direção, “atendendo”, a partir de agora, as classes médias, órfãs de melhor projeto”:
Pode ser que o projeto seja mesmo uma antecipacao de algum futuro projeto da direita. Mas ele ignora o basico: que a legislacao ja existente foi ignorada.
Toda vez que a gente precisa de uma coisa no Brasil a lei ja existente tem que falhar? Antes fosse so na seguranca, nao eh, eh nos transportes, nas telecomunicacoes, e na saude tambem!
Ora, pra que servem as leis ja existentes?
A resposta nao eh nem um pouco agradavel, mas eh visivel: elas so servem elites, e quando elites se sentem ameacadas, elas so preenchem os brancos e encomendam leis novas de protecao a si proprios.
Essa eh a razao que as leis ja existentes vao se tornando irrelevantes. Como lei de protecao ao consumidor vai funcionar pra milhoes de clientes de telecoms quando a elite ganha rios de dinheiro com as telecoms?
Essa estrutura esta bem montadissima e repetida em TODAS as areas de funcionamento DO ESTADO. Foi arquitetada pra fazer o ESTADO falhar.
“O PT, ainda que tenha
“O PT, ainda que tenha desenvolvido um importante conjunto de ações que permitiram um realinhamento/atualização do que seja pobreza no Brasil, manteve intocada a estrutura que mantém a realidade de pobreza, injustiça e péssimos serviços públicos oferecidos no país, com acento na educação”:
Errado. O PT comecou a desmantelar essa estrutura anos atraz.
“Ainda que estes setores mais pobres da população, tenham tido a possibilidade de emergir acima da miséria em que viviam, as classes médias brasileiras, por seu lado, assistiram nesse mesmo período de governos petistas – pra não mencionar a mesma coisa nos dois governos FHC – a um crescente processo de empobrecimento, perda de status, perda de poder compra e perda de capital simbólico”:
Impossivel. A classe media brasileira nunca fez tanto dinheiro na existencia do Brasil. A logica eh simples? Eh sim: se nao havia dinheiro em circulacao e subitamente ha trilhoes, de onde ele veio?
Eu cansei, alguem quer continuar?
Ivan, continuando, tomando
Ivan, continuando, tomando como referência a classe média que eu conheço:
– durante os anos FHC, e mesmo no início do governo Lula, era comum ver amigos com qualificação técnica desempregados, ou com os salários em atraso, ou tendo que se submeter a sub-empregos disfarçados. Hoje não conheço ninguém assim.
– a maior parte das pessoas que trabalham comigo viajam pelo menos uma vez ao ano ao exterior. Há alguns anos, nem mesmo os donos das empresas em que eu trabalhava viajavam tanto assim. Nem mesmo a serviço.
– quase todos os meus amigos possuem carros de alto padrão, e costumam trocá-los com grande frequência.
– quas todos os meus amigos conseguiram comprar imóveis de padrão relativamente elevados nos útlimos cinco anos.
Em síntese, não sei do que esse cara está falando de perda de poder simbólico. Isso tudo que eu citei em relação a consumo está associado a elevados valores simbólicos em uma sociedade fetichista e consumista onde o capital econômico tem muito mais possibilidade de se tornar capital simólico do que o capital cultural, se pensarmos nos termos dos tipos de capitais de Bourdieu. Se pensarmos então na tal da pirâmide de Maslow, para uma sociedade tão consumista como a nossa, as conquistas que citei estão no topo, lá na camada da auto-realização. Não há como isso ser mais simbólico.
Mas, será que ele está falando em capital simbólico comparado? Será que ele está se referindo ao fato de que várias dessas conquistas chegaram a atingir de algum modo indivíduos com outros níves de renda, além dos que se enquadrariam nos estratos das classe A e B? O simbolismo então é a exclusão? O que dizer de sociedades europeias mais igualitárias que quase sempre são colocadas como parâmetro de comparação de muitos coxinhas? Será que lá não há então capital simbólico? Será que a classe média defende como valor de classe uma sociedade sempre altamente desigual de forma que seus inclusos possam olhar de suas posições, compararem-se com os excluídos e afirmarem: eu possuo o capital simbólico, aqueles sub-humanos, não?
Ocorre que se for capital simbólico comparado que essa classe média que está perdendo há aí uma imensa contradição. Essa classe média tem os mesmos traçõs daquela que agrega aqueles caras que nunca na vida haviam participado de sequer uma única manifestação de rua e agora reclamam da falta de educação pública de qualidade. Será que eles achavam ruim a falta de escola pública de qualidade na época pré PT? Ou eles estão apenas oportunisticamente apenas repetindo, sem ao menos saber o que significam, palavras de ordem de alguns poucos realmente engajados que sempre lutaram por uma escola pública e gratuita de qualidade? Se houvesse uma educação pública de qualidade como ocorre na Inglaterra ou França ou Finlândia, será que eles não entederiam como perda de capital simbólico matricularem seus filhos juntos aos filhos de seus empregados domésticos? E se houvesse hospital público de qualidade como há na Inglaterra ou na França, eles se submeteriam a esperar por um atendimento ao lado de um morador de periferia? Como ele vai tolerar isso, se muito provavelmente esse mesmo ser da classe média deve considerar uma enorme perda de capital simbólico até mesmo passear no mesmo shopping onde adolescentes da periferia combinam de se encontrar e dar um rolê?
Sem querer parecer ser
Sem querer parecer ser mineiro, afinal de contas sou cearense e não sou de ficar em cima do muro, tirando o que eu comentei a respeito da perda de capital simbólico, concordo com grande parte do resto do texto. Eu me assusto bastante com as possibilidades de uma lei anti-terrorismo, principalmente se for feita no calor de questões tão pontuais como as manifestações contra a copa do mundo.
Fantasmas ao meio-dia
O Aldo Fornazieri já tem companhia para o seu delírio. Ambos estão enxergando fantasmas ao meio-dia.
Existe muito mais gente preocupada com o retrocesso.
Você pode ler aqui mesmo no blog, postado hoje, mais um artigo contestando o projeto antiterrorismo do senador do PT:
https://jornalggn.com.br/noticia/os-motivos-que-tornam-a-lei-antiterror-um-erro
O troço é tão vergonhoso, que o PT veio a público mentir oficialmente, tirar o corpo fora dizendo em nota oficial que: “Em que pese nenhum parlamentar seu estar ligado à autoria de projetos dessa natureza”
Fonte: http://www.pt.org.br/noticias/view/nota_do_presidente_nacional_do_pt_rui_falcaeo
Quando se sabe das articulações notórias de senadores petistas na autoria de tais projetos, desde o final de 2011 tramita o PL 728/2011, com a co-autoria do senador Walter Pinheiro (PT/BA), além do projeto atual do senador Jorge Viana.
Fonte: http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=103652
Se o partido não assume publicamente o que fazem seus senadores – soltou a nota porque não teve coragem de emitir censura pública a seus parlamentares – é porque não tem identificação com esses projetos, ou seja, existem alas no PT que não aprovam essas medidas.
Delírio é? Vc garante?
Mesmo que nao fosse aplicada, uma legislaçao desse tipo já é uma ameaça aos direitos democráticos. Veja o Patriot Act nos EUA… E a gente nao tem certeza de que a esquerda estará eternamente no governo, ainda mais com a mídia que temos. A esquerda apoiar uma legislaçao desse tipo é TIRO NO PÉ.
Democracia de teor autoritário.
De acordo exatamente com tudo, mas tenho questões: não é a violência o mais alto grau de autoritarismo? aquele que se acha no direito de impor ao outro a sua avontade, o seu ponto de vista?
protestos e manifestações precisam ser acolhidas em diálogo com o estado democrático, e como lembra o prof Wanderley… se continente das manifestações sinaliza uma democracia desenvolvida com instituições sólida.
Os vários níveis de violência, verbal, psicológica, da sociedade, assim como a violência física, são todos expressões as mais autoritárias. Chega muitas vezes à animalidade de crimes indescritíveis. (e tem gente que é pago pra inventar ou inovar no ramo para as séries de TV norte-americanas.)
Se os jovens de classe média ou não estão partindo para a vilência é porque assim eles têm sido tratados, pela sociedade que o artigo desenha. Fator importante que se soma aos videogames de guerra dos norteamericanos, a exposição de violência na mídia diariamente, os jornais de TV só têm a “página” policial e flata pouco pra escorrer sangue da telnha.
Acolher a violência exige uma investigação ampla de suas causas e a busca sincera e incessante por caminhos de solução. Outra coisa é deixar que a violência se manifeste: são todos grandinhos, podem viver com essa pequena frustração de não poderem por fogo na casa…
Pior. Pelos fatos da hisória e pelo temos visto no momento em outros países, em meio a grupamentos maiores , a violência pode virar um rastilho de pólvora de uma hora pra outra, gerar tragédias, além de ser espaço de ação para bandidos e mercenários de todos os escalões.
Por sua vez a repressão também é igualmente autoritária, parte do mesmo sistema, e geradora de violência (a psicologia conhece o assunto).
Mas na emergência o queé que se faz?
Recentemente, na Onu, o presidente do Uruguai Jose Mujica, disse que enquanto recorrermos à guerra, não saímos da barbárie.
Precisamos evoluir, sair do tosco autoritarismo primitivo e abandonar toda e qualquer forma de violência. Talvez tenhamos isso no nosso caminho evolutivo, o que de fato comprovará que somos inteligentes, como costamos de nos colocar.
Convenhamos, eufemismo é pai
Convenhamos, eufemismo é pai da hipocrisia, que é mãe da dissimulação, que nos lega a espetacularização a serviço da manipulação, consorte da fraude, arcabouço do despotismo.
Ora, falar em “democracia de teor autoritário”, francamente, não é nem uma classificação, é admitir que em nome de falar pelo povo instaure-se uma ditadura, tal qual inúmeras que coalham, mais ou menos, sanguinolentamente, ainda que por sangue feito de lágrimas d’alma imersa na melancolia da apropriação por minorias arrogantes e prepotentes que se autonomeiam portadores da verdade.
Estas estocadas legiferantes (do terrorismo, da desordem, do marco civil na Internet entre outras mais sutis) são remates à derrocada da democracia (maltratada, desde a urna eletrônica, antes inda, o coeficiente eleitoral, o monopólio partidário para o candidatar-se e ser votado), conquanto por realizar, projeto retardado por manipulações de elites das mais variadas estirpes.
Democracia, é governo do, pelo e para o povo, como república é coisa pública, coisa de todos, coisa comum, coisa visível por todos. Já sofrem demasiada tergiversação na prática, para ganharem apelidos reducionistas.
Podemos falar de totalitarismo suave, pois, estaremos falando de totalitarismo. De democracia autoritária, como de república privada, isto é Estado de Exceção,além de fraude linguística, a serviço de maquilar a verdade para confundir sua imagem, é artifício estratégico a dominar as pessoas neutralizando sua capacidade de defender-se instaurando confusão a legitimar, mesmo, golpe de Estado.
Saudações libertárias e pasmas pela desfaçatez ideologista.
Pode falar o que quiser. Um
Pode falar o que quiser. Um mês só e PORRADA nos OPORTUNISTAS!
taí um claro perfil de
taí um claro perfil de governista muito mais representante do eleitorado do PMDB que do PT.
olha só….
veja este trecho do artigo…
“Ainda que estes setores mais pobres da população, tenham tido a possibilidade de emergir acima da miséria em que viviam, as classes médias brasileiras, por seu lado, assistiram nesse mesmo período de governos petistas – pra não mencionar a mesma coisa nos dois governos FHC – a um crescente processo de empobrecimento, perda de status, perda de poder compra e perda de capital simbólico.”
O que a classe média alta mais prezava era, na verdade, se sentir superior à camada mais pobre da população. Com a ascenção do PT ao governo, viram aqueles à quem oprimiam se levantarem das sombras,… estudarem, … tomar conciência da sua cidadânia, … dos seus direitos trabalhistas e das possibilidades de evolução que o pais tem para oferecer. Não mais a empregada doméstica será agredida com exigências absurdas, …. não mais a moça humilde do suburbio terá que “dar” para o chefete para permanecer no emprego,… e o filho do pedreiro vai poder ser chamado de doutor.
Parece loucura, mas com a econômia indo bem, em tempos de crise, … com emprego bombando para os mais pobres e para os da classe média alta, … o que prevalece na mente dos mais afortunados é a intenção de manter ou aumentar a distância que os separa das camadas mais pobres da população. É intolerável para eles dar de cara em Miami com o filho do jardineiro, ou com a ex empregada doméstica que se formou na faculdade e conseguiu um emprego melhor…
Esse tipo de atitude pode se notar nos comentários desse ou de qualquer outro blog,… as posições contra o governo ou pró oposição se diferenciam dos outros pela agressividade,… pela ironia,… pela raiva,… ou pela capciosidade…
Temos que conviver com isso, .. e esperar que o tempo depure esse tipo de atitude…
Torcida organizada
Chama a atenção a incapacidade de alguns leitore de ler uma proposta de discussão sem a camisa uniformizada do time do coração.
Acento na educação não seria
Acento na educação não seria “assento na educação?
Criticar erros d Português já é antidemocrático e mediocridade
Em discussoes de idéias, pior ainda.
E pior ainda criticar “erros” que nao sao erros! É exatamente acento na educaçao, igual a relevo na educaçao, e nao assento.
Eu também fico com um pé
Eu também fico com um pé atrás com a criação de leis repressivas, isso é uma faca de dois legumes. Mas eu acho um ato de terror invadir um terminal ferroviário na hora do rush, depredando tudo e soltando rojão, causando desespero e ferindo pessoas, colocando em risco a integridade física de milhares de pessoas. Um ato covarde e violento no qual ninguém foi responsabilizado. A PM é que foi violenta, tentando afastar aqueles idiotas de lá.
Engraçado é que muitas das pessoas que denunciam o autoritarismo de estado são os que incentivam ou pelo menos tentam justificar os atos de violência e vandalismo nas manifestações.
Não é vandalismo é uma tática. Filósofos, professores e outros estudiosos desencavam teorias anarquistas e quetais para tipificar quebra-quebras e depredações como legítima liberdade de manifestação e expressão, realçando sempre a natureza violenta do brasileiro. Quem não concordar é antidemocrático e reacionário. Reparem quantas vêzes a palavra violência é pronunciada num telejornal, parece que há um grande investimento nisso.
Hoje de manhã teve uma manifestação em Guaratiba-RJ por causa da superlotação e a demora dos novos BRTs. O povo cansou de esperar a condução e invadiu a pista paralisando o trânsito, causando um congestionamento enorme. O curioso é que não teve depredação da estação, ninguém quebrou nada, não teve violência. Mas causou, tanto que o prefeito rapidamente anunciou a duplicação do terminal e uma série de providências. Tremenda liberdade de manifestação e expressão de cidadania. E martelam todo dia que o povo é violento.
Teve até um cidadão que denunciou, ao vivo e a cores, o monopólio dos BRTs, dizendo que naquela região não existe outro tipo de condução e que as pessoas ficam reféns daquele modal, parece que até as vans foram retiradas. Se não me engano os BRTs estão sob concessão da CCR, a mesma que administra a ponte Rio-Niterói, as barcas e o metrô, todos com péssimo serviço e cujas concessões foram renovadas a pouco pelo governador, segundo alguns de forma obscura.
Pena que esse monopólio não é tema para a nossa combativa esquerda que faz uma zorra danada quando aumentam os preços das passagem de ônibus. Nem o aumento das tarifas das barcas, do metrô e dos trens mereceu protesto, talvez porque isso seja estadual, e o Cabral já é cachorro morto, e aí não dá para atingir a Dilma.
É tanto maniqueísmo que a gente fica sem saber direito o que pensar.
Post bom de se ler, mas pareceu-me inconclusivo
Luciano Alvarenga,
De quem é este texto? Não sou crítico literário, mas me pareceu texto de alguém com boa qualidade de escrita. O parágrafo a seguir foi o que mais me empolgou:
“É uma violência, entretanto, que diz, sim, alguma coisa. Essa é uma violência filha da inoperância política; da desconstrução do estado e de suas primordiais funções; da transformação da democracia num açougue político em que minorias de todas as cores e cacifes, esquartejam o país em nome de seus exclusivos interesses; de uma justiça que se comporta como casta de nobres; da ausência irresponsável de uma elite que cultiva como único valor, o dinheiro”.
Fico pensando que traduzido em que língua de que país o texto acima não encantaria o leitor.
Apesar de achar bem escrito, o texto pareceu-me um pouco inconclusivo. Não entendi direito a relação do título do post “Democracia de teor autoritário” com o seguinte parágrafo:
“A desconstrução da estrutura do estado na era neoliberal do PSDB e, relativamente no PT (que nada mudou na ordem econômica), redundou num estado falido. Educação, saúde, segurança pública, justiça, sistema prisional, nada funciona. O colapso dos sistemas públicos de atendimento a população caminhou junto com a privatização dos serviços e, o fato de que a classe média se viu forçada a recorrer a serviços privados como forma de garantir acesso a um nível razoável de produtos de qualidade”.
Normalmente o título do post não é do autor do comentário, mas eu acho bastante interessante o debate sobre a idéia de democracia autoritária. Será que o parágrafo que eu transcrevi esteja a indicar que para o autor a democracia sem adjetivos não funciona, pois há muitos problemas que só são resolvidos se houver um impulso autoritário? Não se estaria pedindo por mais força bruta para alterar o status quo? E vendo os outros comentários, eu diria que esta dúvida também me surgiu um pouco à semelhança do questionamento que o Tadeu Borges em comentário de hoje, quinta-feira, 27/02/2014 às 12:16, faz a você.
Talvez fosse bom fazer uma atualização no post deixando mais claro aonde se quer chegar.
Clever Mendes de Oliveira
BH, 27/02/2014
Sobre o texto. Clever Mendes de Oliveira
Clever Mendes de Oliveira.
Não entendi a suspeição sobre a autoria do texto. Está publicado com o meu nome, é meu.
Você me fez pensar sobre Democracia com adjetivo, não havia pensado nisso, mas você pode ter razão; pelo menos é um tema pra se pensar e discutir.
Quis na verdade apontar os descaminhos que podem levar a sociedade brasileira a um novo capítulo de sua linga história política sem democracia. E apontar que o PT pode ser arauto disso se entender que este impulso parte de importantes setories da sociedade e, que impeça de que alguém `a direita apareça pra ocupar o poder num clima autoritário.
O Brasil é um país de forte cultura autoritárua, 4 séculos de escravidão deixam suas marcas, e elas estão por ai.
O texto é inconclusivo… Muitos pontos está aberto e voltarei a eles quando os elementos que os forjam estiverem mais claros. Abraço e obrigado pelo seu comentário.
Democracia brasileira versão 2014
Na minha humilde opinião, o processo democrático brasileiro se aperfeiçoaria com o estabelecimento de Rumo, Norte e Estrela para o Governo. Uma arquitetura mais sofisticada que colocasse ferramentas a disposição dos governantes, bem como estabelecesse mecanismos automáticos para balancear seus pesos e contra-pesos, fornecendo meios para o florescimento de um democracia robusta e permanente dentro do quadro político institucional de Direito.