‘Desde quando o Brasil precisou da Argentina para crescer?’, diz Paulo Guedes

País é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil e crise com vizinho poderá prejudicar exportações

Jornal GGN – Segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, o Brasil não deve se preocupar com a nova recessão mundial que se desenha, isso porque o país não é tão dependente de outros mercados. As declarações aconteceram durante um evento organizado pelo Banco Santander e divulgadas na Folha de S.Paulo.

Para Guedes, por exemplo, o crescimento reduzido da China e a guerra comercial travada entre Estados Unidos e o país asiático, vão ajudar a reduzir a concorrência do Brasil com produtos chineses e levar o país a vender “menos soja e mais sapato”, por exemplo.

“A pergunta é se o dólar vai a R$ 3,30 ou R$ 4,30. Mas essa briga não vai afetar nossa dinâmica, que não é tão dependente assim.” Segundo Guedes, os problemas do mercado financeiro internacional não vão impedir a recuperação do Brasil e, ainda, disse que o país não precisa da Argentina (nosso terceiro maior parceiro comercial hoje) para crescer.

“O mundo estava acelerado e a gente estava descendo. Se o mundo desacelerar, tudo bem”, comentou. “Não tenho receio nem do balancê da Argentina nem dessa briga comercial. Não tenho receio de ser engolido pela dinâmica internacional. Não vamos afundar se estivermos fazendo a coisa certa”, acrescentou sobre a disputa comercial entre China e EUA.

“Se a Cristina Kirchner entrar e fechar a economia, a gente sai do Mercosul”, disse. “Desde quando o Brasil para crescer precisou da Argentina?”, concluiu.

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A tentativa de Guedes convencer a plateia sobre os planos do governo Jair Bolsonaro mostra que o ministro da Economia se apressa em enxergar a crise como uma marolinha. Na coluna desta sexta-feira (16), na Folha de S.Paulo, Bruno Boghossian, compara o episódio recente ao de 2008, quando o então presidente Lula atuou para transmitir segurança ao mercado brasileiro.

“Lá, ela é um tsunami. Aqui, se ela chegar, vai chegar uma marolinha que não dá nem para esquiar”, disse Lula. Naquele momento, ressalta Boghossian, a equipe de governo conseguiu adotar medidas para absorver os choques. “O país pagou a conta anos depois”, compreende.

“Desta vez, o Brasil tem menos opções dessa natureza para fazer frente a um esfriamento da economia global, mas o ministro encara os riscos de uma maneira pouco pragmática”, completa o articulista apontando como exemplo a fala de Guedes sobre a Argentina não ser necessária.

“O ministro tem razão quando questiona a eficiência do Mercosul caso a chapa de Cristina Kirchner vença a eleição no país e feche a economia, mas também ecoa o que há de pior no discurso ideológico de seu chefe”, conclui. Clique aqui para ler sua coluna na íntegra.

Redação

7 Comentários

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  1. Cara, esta turma que se aboletou no poder é composta por um bando acéfalo mesmo.
    Pleito no pais vizinho ainda nem decidido e os idiotas já cospem merda,
    comportando-se como cornos presumidos que, apesar de não confirmado o chifre, histéricos já rotulam o(a) parceiro(a) como prostitutas e já planejam retaliação que só prejudicará o corno.
    Pelo visto, o golpe aplicado aqui não está funcionando por lá.

  2. heheheheh… não precisa da Argentina, não precisa do Mundo Árabe, não precisa dos 290 milhões da Alemanha e Noruega, só precisa dos testículos do Trump.

  3. Triste pensar em cliente ou destino único para nossos negócios. Esta situação, vai completamente contra aquela posição de criar novas e improváveis parcerias e aumentar as possibilidades de negócios, o que fez com que a crise de 2008 não fosse tão dura em nossas terras.

  4. Se, mas na Argentina é mais fácil, pois lá os militares foram julgados e o golpe veio das urnas, não de maracutaias, nem do judiciário – é mais provável que Cristina volte e com ela o papel democrático e humano na politica e economia – sem neo-liberalismos.
    E ai, a China entra pesado na argentina, de tal forma que o “peso” vai ser o Brasil!

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