A probabilidade do 1o turno

Há um emaranhado excessivo de informações e às vezes parece que as candidaturas estão paradas ou mesmo que exista um sobe-desce para esta ou aquela. Mas isso não é assim tão expressivo.

Há sérias diferenças entre a metodologia do Datafolha e dos demais. Comparando a última Datafolha com a última Vox Populi nota-se que a primeira subestima Dilma, de 13 a 14%, para o gênero feminino, ensino fundamental, renda até 1 s.m. Para homens, ensino médio e superior e renda acima de 5 s.m. as diferenças entre esses dois institutos não passam de 3%. Então há problemas tanto na amostragem (pegar zona rural ou não, p.ex.) como também na forma de perguntar (sigla PT aparecer ao lado do nome Dilma ou não.) É evidente que o fator conhecimento pesa muito este ano.

Se retirarmos o Datafolha do acompanhamento já se elimina a maior parte da descontinuidade, como já foi demonstrado várias vezes. Mas também há diferenças entre os institutos no percentual de brancos/nulos/indecisos (nesta última Ibope foi 19%, na anterior foi 12%, por exemplo.)

Proponho um gráfico diferente agora : olhar para os percentuais de votos válidos no 1% turno, que afinal é o que importa, e somente para Sensus, Vox Populi e Ibope. Como só as últimas pesquisas mostraram candidatos de partidos pequenos o cálculo é ainda apenas considerando Dilma, Serra e Marina, mas isso só altera em 1 ou 2% os resultados (veja-se 49% quando aparecer 50%, e assim por diante.)

Assim podemos ver algumas coisas:

– a candidatura de Marina não está conseguindo deslanchar;

– as linhas de tendência de Serra e Dilma se cruzaram em meados de maio, é um exagero se falar em empate agora. Isso de “empate técnico” é apenas relativo, pois desde então houve duas pesquisas com empate, mas quatro com vantagem para Dilma (excetuando Datafolha, é bom repetir);

– o ritmo de decréscimo de Serra medido em votos válidos é mais intenso do que costumamos ver quando olhamos apenas intenções de voto. Isso ocorre por ele ser menos beneficiado com a redução geral de indecisão.

– se levarmos em conta evolução passada e perspectivas com a campanha, uma eleição em primeiro turno já é o mais provável. 


Luis Nassif

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