Copa 2014 e as eleições

Acho que a sede Curitiba da copa está em risco.

Tudo ia bem na roubalheira institucionalizada até o candidato a reeleição, apoiado pelo governador perder as eleições. 

Dinheiro público tava rolando solto numa obra privada, pois o estádio é do Atlético, através do tal de potencial construtivo e de um empréstimo feito no BNDES onde o governo do estado seria o principal fiador. Sem contar as benfeitorias em torno do estádio, incluindo desocupação e indenização de edifícios.

Mas, já na sexta-feira anterior as eleições, antevendo uma possível derrota, o prefeito retirou da Câmara um projeto de sua autoria, liberando mais 90 milhões para a obra através dos tais PCs.

Confirmada a derrota, um dos diretores do Atlético e da empresa criada para a obra, vem a imprensa e denuncia as falcatruas de compras superfaturadas. Detalhe, esse diretor já foi Secretário de Estado no governo Lerner, ligado ao atual prefeito e governador.

Alguém resolveu botar o bode na sala, pois não está a fim de passar para a história como quem “deu” o dinheiro público sendo que quem vai surfar na onda da Copa, em pleno ano eleitoral, é o concorrente.

 

 

 

Governo e prefeitura pedem esclarecimentos sobre obras na Arena

Políticos querem mais informações do clube em relação às contratações de parentes de Petraglia para as reformas na praça esportiva

Parceiros do Atlético na reforma da Arena para a Copa de 2014, governo e prefeitura pediram ontem esclarecimentos sobre as obras no estádio, sobretudo por causa da contratação de parentes do presidente do clube, Mario Celso Petraglia.

Na Assembleia Legislativa começou a articulação por uma Comissão Especial de Investigação (CEI). No dia anterior, a Câmara de Vereadores havia sugerido a suspensão de repasses públicos ao Rubro-Negro. Por fim, também nesta terça-feira, os candidatos à prefeitura de Curitiba, Ratinho Junior (PSC) e Gustavo Fruet (PDT) cobraram transparência.


“Meu posicionamento é sempre o mesmo: indício de irregularidade deve ser apurado e, se for constatado, exige punição com todo rigor”, disse o governador Beto Richa.
Consequências das denúncias do vice-presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, José Cid Campêlo Filho, na contratação de empresas para atuar na reforma do estádio: a Kango Brasil – de Mario Celso Keinert Petraglia, filho do mandatário atleticano – e a Carlos C. Arcos Ettlin Arquite(c)tura – de Carlos Arcos, primo do dirigente.

Do lado da prefeitura, o secretário municipal da Copa, Luiz de Carvalho, mandou um ofício à CAP S/A – empresa criada para gerir as obras na Arena – pedindo informações. “Emitimos essa notificação para que a opinião pública possa ter os esclarecimentos necessários, assim como o poder público”, afirmou ele, que garante que a fiscalização detalhada já é feita.

Enquanto isso, o deputado Fabio Camargo (PTB) anunciou que protocolará hoje na Assembleia pedido para a instalação de uma CEI para analisar o destino dos recursos públicos investidos nas obras da Copa no Paraná. “O governo do estado obteve um empréstimo no BNDES e repassou o dinheiro ao Atlético. É verba pública. Queremos analisar não só esse caso, mas todos aqueles que envolvem dinheiro investido pelo Executivo estadual”, discursou Camargo.

Ele nem chegou a se referir aos títulos do potencial construtivo (crédito virtual concedido pela prefeitura para construir imóveis de tamanho acima do estabelecido pela legislação municipal) repassados ao Atlético. Além de servirem como garantia para os empréstimos, a venda deles bancará a parte dos governos municipal e estadual na obra.

O candidato à prefeitura Ratinho Junior voltou a criticar com veemência a falta de transparência: “Tinha dito que sou contra dar o dinheiro na mão do [presidente do Atlético, Mario Celso] Petraglia para gastar como bem quiser. Mostrei que estava certo” afirmou. “Se eleito, vou pedir para o Ministério Público rever este contrato.”

Gustavo Fruet disse que “esse tipo de denúncia, de conflito, só aumenta a dúvida, só gera mais divergência em relação à solução a ser adotada pela cidade”. Ele acrescentou que a concessão de potencial construtivo, se não for tratada com clareza e transparência, será uma “bomba-relógio” para a próxima gestão. Porém explicou não ser contra a colocação de dinheiro público no projeto, desde que a contrapartida justifique.

O Atlético alega que critérios técnicos levaram à escolha das empresas para a obra. Petraglia ainda não veio a público prestar esclarecimentos. Já Campêlo renunciou ontem ao cargo no conselho de administração e de diretor-jurídico da CAP S/A. E promete deixar de ser vice-presidente do Conselho Deliberativo do clube em reunião do dia 24.

Colaboraram: Karlos Kohlbach, Sandro Moser, Fernanda Trisotto e Gustavo Ribeiro.

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