Cora não fala mais em política

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Recém-chegada de merecidas férias na Península Escandinava, Cora Rónai anuncia em sua coluna de hoje (11/9) em “O Globo”: “Não quero falar sobre isso”. “Isso”, naturalmente é aquele tema sujo, que não deve ser abordado por mulheres de boa família: política.

Fiel ao título da crônica, e sabedora de que não poderia ser “mais objetiva que o Merval” ou “mais sarcástica do que o João Ubaldo”, Cora não falou que considera a campanha atual “feia”, “mentirosa” e “marqueteira”. Os candidatos (dos quais ela só livra a cara de Marina Silva), são “fantoches de si mesmos, criaturas de propaganda”. Dilma, “prepotente e atrabiliária”, tenta “passar por senhora educada” e “mãe ocasionalmente severa”. Já Serra, “pretende ser acessível, religioso, popular”. Para não falar no “cardume menor”, “salpicado de criminosos e figuras ridículas” (ela não diz ao redor de qual dos candidatos orbita este cardume – por omissão, devem ser dos dois). Lula? Usa a “máquina do governo”, transformada em “criminosa ferramenta partidária”. A oposição? Tenta “ganhar no tapetão”, no que reproduziria “as práticas antidemocráticas do PT”.

Ainda sem falar em política, Cora afirma que a culpa desta situação, “de tudo que está aí” (frase, aspas e ironia minhas), pertence aos partidos de oposição, “que não conseguiram encostar ninguém contra a parede e dizer que certas coisas não se fazem”. Será que se “encostassem na parede” (ui!), eles teriam a educação para falar alguma coisa ou iriam logo baixando o braço? A conferir, diria o Noblat…

A diatribe termina com a cronista afirmando que não irá escrever sobre campanha política. Realmente, se é só para destilar a revolta da elite Zona Sul bem-nascida, é melhor mesmo que ela continue a fazer as suas resenhas sobre os últimos lançamentos de celulares ou de como ajuda a economia de países pobres da África importando contas pelo Correio. Contas que sempre chegam atrasadas, claro, por conta dos Correios aparelhados pelos petralhas.

Pobre Cora. Certamente, não merece um país assim. Antes tivesse ficado de vez na loura Escandinávia…

Redação

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