Folha não apresenta provas do suposto dossiê

O Painel do Leitor da Folha sempre foi um espaço diferenciado na mídia, por permitir a defesa de fato dos atingidos.

Mas os jornalistas questionados costumavam incorrer em uma atitude que sempre foi considerada um tiro no pé. Publicava-se uma carta com desmentidos cabais à matéria, ou então cartas de duas ou três fontes desmentindo o que havia sido atribuídos a elas. E a resposta padrão do repórter era: “Mantenho o que disse”. Uma tolice monumental, que desqualificava a resposta, revelando falta de argumentos e arrogância. Como assim, “mantenho o que disse”, sem se preocupar em responder aos argumentos da carta.

Esse estilo vigorou algum tempo, mereceu críticas (eu mesmo critiquei em minha coluna) e agora volta sem o menor controle.

É o caso do Leonardo de Souza, mais um caso de repórter que expõe nome e carreira sem perceber a conta que lhe será cobrada futuramente no seu currículo.

Do Painel do Leitor da Folha

Eleições

Pela terceira vez em 15 dias, a Folha tenta imputar ao PT e à campanha da candidata Dilma Rousseff algo que não fizemos, não fazemos, não faremos nem admitimos que em nosso nome se faça (“Dado sigiloso de dossiê saiu da Receita”, Poder, 19/6). Pela terceira vez, insistimos: se os repórteres da Folha vêm tendo acesso a dados de pessoas ligadas ao candidato do PSDB, cabe ao jornal esclarecer sua origem antes de atribuí-la, de forma direta ou insinuada, a quem quer que seja.

Afirmar que teriam sido “levantados por um grupo de inteligência (…) que começava a ser montado” ou que “circularam no comando de campanha do PT” (em reportagens nos dias 4, 12 e 19 de junho) é procedimento antiético e antijornalístico.

As três reportagens dão como certo e passado o que não existiu nem elas conseguem demonstrar.

Não apresentam provas, evidências ou fontes -nem mesmo supostas fontes anônimas- para sustentar a narrativa ilógica e infamante. Ofendem a inteligência do leitor. Expõem a Folha a um triste papel: preencher o conteúdo de um dossiê imaginário e oferecê-lo ao público em fascículos semanais.

Preocupa-nos sobremaneira a banalização desses vícios jornalísticos no ano eleitoral.

O PT interpelou judicialmente o candidato do PSDB, por ter feito acusação infundada e leviana a nossa candidata, Dilma Rousseff.

 Aguardamos sua resposta.

O PT solicitou à Polícia Federal abertura de inquérito para esclarecer a alegada quebra de sigilo do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge. Queremos toda a verdade.

Em respeito aos leitores, solicitamos, pela terceira vez, a necessária correção.

JOSÉ EDUARDO DUTRA, presidente nacional do PT (Brasília, DF)

Resposta do repórter Leonardo Souza – Os dados citados na reportagem “Dado sigiloso de dossiê saiu da Receita” estão em dossiê elaborado pela equipe de inteligência da pré-campanha presidencial do PT. 

Luis Nassif

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