O papel da pauta na velha mídia

“Ministros do TSE”, nenhum dos quais tem nome, “avaliam” fala de Lula no programa de Dilma como “inadequada”.

Se Lula foi “inadequado” porque cargas dagua os ministros nao tem nome? So porque a historia eh inventada?

Unicas aspas atribuidas da historia: Cureau.

Marquem essas palavras: ela vai ser queimada cedo cedo pela media. 

Comentário

Típico do subjornalismo nacional. A repórter sai com a incumbência expressa de levantar declarações contra a aparição de Lula no programa eleitoral. Não é para apurar fatos, ouvir argumentos contra e a favor: é expressamente para levantar respostas já previamente definidas pelo aquário.

Não consegue nenhuma de Ministro do TSE. Recorre, então, a um genérico “ministros e ex-ministros”. Depois, diz que “nos meios juridicos” não há dúvida de que Lula pode. O problema é o “ar institucional”. O que é isso? Lula de gravata, usando linguagem sóbria é “ar institucional”? Os mesmos especialistas “não-sei-quem-nem-me-pergunte-qual” dizem que Lula não deveria se pronunciar sobre fatos sob investigação. Ele falou sobre a exploração política. E porque a necessidade de um “off” para comentário tão inexpressivo de “especialistas”?

Sou capaz de adivinhar a pauta. Foi mais ou menos assim:

1. Vamos conversar com Ministros e ex-Ministros do STE que condenam a participação do Lula no horário gratuito, falando sobre o escândalo da Receita.

2. Vamos ouvir especialistas que digam que, apesar da legislação não vedar a participação de Lula, ele deu um ar institucional ao seu pronunciamento.

3. Encontre especialistas que mostrem que Lula não deveria falar sobre episódios que estão sob investigação.

4. Ouvir a Sandra Cureau para que ela condene a participação de Lula no horário eleitoral.

Aí a repórter sai a campo e resulta a matéria apontada pelo Ivan.

Para ministros, aparição na TV foi ”inadequada”

Avaliação é de que Lula transmitiu a impressão equivocada de que fazia pronunciamento oficial como chefe da Nação

Mariângela Gallucci – O Estado de S.Paulo

Ministros e ex-ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) avaliariam ontem que a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no horário eleitoral gratuito para defender a sua candidata, Dilma Rousseff, e atacar o tucano José Serra foi “inadequada” porque transmitiu aos eleitores a impressão equivocada de que ele fazia um pronunciamento oficial como chefe da Nação.

Lula ocupou mais de 20% do programa de Dilma veiculado na terça-feira.

Num ambiente sóbrio, mimetizando um espaço oficial, o presidente fez uma espécie de pronunciamento, no qual acusou a oposição de partir para o ataque pessoal e cometer baixaria.

“Nossa candidata Dilma tem feito uma campanha elevada, discutindo propostas, mostrando o que fizemos e o que ainda vamos fazer pelo Brasil”, afirmou Lula no programa do PT. “Infelizmente, nosso adversário, candidato da turma do contra, que torce o nariz contra tudo o que o povo brasileiro conquistou nos últimos anos, resolveu partir para ataques pessoais e para a baixaria.”

Ar institucional. Nos meios jurídicos, não há dúvidas de que Lula tem o direito de participar dos programas eleitorais de Dilma, que é a sua candidata e está no mesmo partido. O problema, na avaliação de especialistas, é quando ele tenta dar um ar institucional, de pronunciamento oficial, para atacar o principal adversário da petista. Outro detalhe mencionado pelos especialistas é que, como chefe do Executivo, Lula não deveria falar sobre episódios de quebra de sigilo que estariam sendo investigados no governo.

A vice-procuradora-geral eleitoral, Sandra Cureau, disse ontem que vai avaliar a participação de Lula no horário eleitoral. Segundo ela, no episódio da quebra de sigilo fiscal de tucanos, ainda é difícil comprovar intuito eleitoral no vazamento dos dados, “uma vez que essas informações ainda não foram devidamente usadas por nenhum partido na propaganda eleitoral”.

“Toda a dificuldade neste momento é demonstrar a conotação eleitoral”, explicou a vice-procuradora, argumentando que não há prova até o momento de que foi pedido pelo PT. “A única prova que tem é que o cidadão é filiado ao PT. As pessoas têm filiação com o partido da candidata, mas já que não foi usado, como é que a gente vai demonstrar que essas pessoas agiram a mando da candidata ou a mando do comando de campanha? A menos que apareça alguém dizendo isso, o que não aconteceu até agora.” 

Luis Nassif

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