Os atrasos de Serra

A média de atraso de Serra é de duas horas por compromisso. Agora exagerou: está entrando quatro anos atrasado na proposta de tentar dar sua cara ao PSDB.

Leia os seguintes posts: “A auto-ilusão do Serra faço-e-aconteço” e “Serra-FHC, uma relação delicada”.  Descrevo claramente o que deveria ter sido a estratégia de Serra, depois de eleito governador de São Paulo, se tivesse um pingo de fôlego político. Nesses quatro anos, poderia ter montado um governo em São Paulo para se rivalizar com o de Lula. Tinha todos os elementos – maior estado, melhor estrutura de cidades, melhores empresas, melhores institutos de pesquisa e universidades, maior organização da sociedade.

Poderia ter montado uma vitrine imbatível e definido uma marca – principalmente por contar com a maior exposição que a mídia já proporcionou a um governante no país. Mas não recebeu nem prefeitos, nem empresários, nem trabalhadores, nem universidade, nem movimentos sociais, nem sindicatos, nem nada.

Em quatro anos, com a faca e o queijo na mão, não fez nada. Agora decidiu ir à forra nos 12 minutos do Jornal Nacional. 

Do Estadão

Serra quer mudar suposta imagem ‘elitista’ do PSDB

AE – Agência Estado

Não é com a “cara do PSDB” que o candidato tucano a presidente, José Serra, vai se apresentar na entrevista desta noite ao Jornal Nacional da TV Globo e no programa eleitoral gratuito, na semana que vem. Serra quer que o PSDB tenha a cara dele na disputa presidencial – e não o contrário. Em reuniões com a coordenação da campanha, Serra e seus conselheiros avaliaram que, no embate com o PT, a acusação de representar um partido que defende menor presença do Estado na economia não é o que mais pesa. O problema maior é a suposta imagem elitista do partido que, na avaliação dos tucanos, não bate com o discurso nem com o perfil do candidato.

Diante disso, a ordem é reforçar a linguagem e a imagem de candidato distante da figura elitista. Seja no programa eleitoral ou na campanha de rua, o certo é que Serra vai bater bumbo naquilo que considera suas melhores marcas: os medicamentos genéricos, o seguro-desemprego, o perfil antifinancista, a defesa contundente da educação e da saúde públicas de qualidade e de empresas estatais postas a serviço da sociedade, e não de partidos políticos que se aboletam nos cargos os seus aliados.

Os tucanos entendem que Serra é “uma marca popular muito forte”, forjada ao longo da própria trajetória política e administrativa dele, e querem reforçar isto no horário eleitoral. Os estrategistas da campanha trabalham para descolar o candidato dos pontos negativos que pesariam sobre a imagem do PSDB e, assim, fazer valer as marcas pessoais do próprio Serra. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Tópicos: Eleições 2010, José Serra, PSDB, Imagem, Elite, Nacional, Política 

Luis Nassif

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