Jornal GGN – Jair Bolsonaro, presidente, fez pronunciamento de seis minutos em rede nacional de rádio e TV nesta sexta, 31 de dezembro. No cardápio, omissão de fatos e informações distorcidas sobre o combate à pandemia e ações do governo no período de sua gestão. Foram seis longos minutos.
Bolsonaro declarou que a vacinação demorou pois em 2020 ainda não existia vacina no mercado, mas esqueceu de dizer que o governo recusou ofertas da Pfizer para 70 milhões de doses logo para o início de 2021.
Quem escreveu o discurso se lembrou de citar a Bahia e o norte de Minas no final do discurso para minimizar as críticas das férias de Bolsonaro em meio à crise em dois estados e seu comentário de que esperava não ter que interromper o descanso por conta ‘daquilo’.
Citou o auxílio emergencial, sem contar que foi o Congresso que aumentou o valor do benefício. O governo Bolsonaro queria dar R$ 200, o Congresso aumentou para R$ 600.
Como esperado, Bolsonaro criticou o passaporte da vacina e vacinação de crianças de 5 a 11 anos. Voltou a plantar a cizânia, dizendo que ele e o Ministério da Saúde defendem que crianças sejam vacinadas com consentimento dos pais e prescrição médica. “A liberdade tem que ser respeitada”, disse ele em meio ao retorno provável da pandemia.
E, na esteira do inconformismo com passaporte e vacina, Bolsonaro voltou a criticar as medidas adotadas por governadores e prefeitos durante a pandemia. Jogou nas costas dos gestores, de novo, algo que é culpa absoluta de seu governo: a crise econômica.
Além disso tudo, ainda gabou de estar à frente de um governo ‘sem corrupção’. Três anos, frisou ele. Esqueceu de lembrar que familiares, amigos e aliados alvos de suspeitas de corrupção ainda são mantidos nos cargos e dificultam o trabalho da Polícia Federal.
Outra coisa forte dita por Bolsonaro foi de que levou tranquilidade ao campo com as medidas de flexibilização de posse e porte de arma de fogo no Brasil. Segundo a Comissão Pastoral da Terra, os números de conflitos e óbitos no campo podem ser os maiores que os 103 listados até agora.
O presidente disse que o ano termina com um saldo de 3 milhões de novos empregos. Disse que 5 milhões de empresas foram criadas, esquecendo que neste número estão incluídas as MEI (microempreendedores individuais).
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