Por Sanzio
Trechos da entrevista de FHC ao El País:
El País: Que imagem o Brasil deve projetar para o mundo?
Fernando Henrique Cardoso: O Brasil terá cada vez mais influência, não há dúvida. Mas não precisa de armas atômicas nem de um PIB espetacular para ser respeitado, e sim de uma ação internacional que tenha um conteúdo determinante, não somente impositivo.
El País: Qual a sua opinião sobre a atuação brasileira na crise iraniana?
FHC: Creio que Lula deveria ter pedido ao Irã a garantia de que o desenvolvimento de seu plano nuclear será para a paz…. Insisto, não critico o gesto do Brasil, mas a insuficiência do gesto, porque não pediu ao Irã as garantias suficientes.
El País: Como o senhor vê a política do Brasil para Cuba?
FHC: Lula se equivocou ao não se solidarizar com um preso político ….. quase justificar essa morte… Isso não pode ser. Sempre tivermos uma relação correta com Cuba. É preciso dizer: Que é isso, companheiro? Creio que nos últimos seis meses Lula agiu mais com o coração do que com a cabeça.
El País: O que o senhor teria feito?
FHC: O Brasil não pode ser o policial da América Latina, mas sim pode ter um papel pedagógico no que se refere à democracia. É lógico que tenhamos uma posição compreensiva e de não-ingerência, mas à frente sempre estão esses valores de paz e dos direitos civis. A região recuperou o maquinário da democracia, sim, mas não a alma da mesma. Ainda resta muito a fazer para que haja igualdade diante da lei e igualdade de oportunidades.
El País: O senhor e Lula demonstraram ter um caráter conciliador. Mas os dois candidatos favoritos para as eleições de outubro têm fama de duros…
FHC: José Serra …é um homem muito determinado, um bom administrador e tem uma grande vocação de serviço público. É também um grande latino-americanista.
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.