FHC quer que Serra retome os estudos

Do Uol

PSDB quer atrair Serra para órgão de ‘estudos’

Josias de Souza

Num esforço para impedir que José Serra deixe os seus quadros, o PSDB tenta acomodá-lo na presidência do Instituto Teotônio Vilela, órgão de estudos e formação política da legenda. Comandam a articulação Fernando Henrique Cardoso e o presidenciável Aécio Neves.

Em convenção marcada para 19 de maio, Aécio assumirá a presidência do PSDB no lugar do deputado Sérgio Guerra. No momento, negocia-se a composição dos outros postos de comando, da vice-presidência à tesouraria. O Instituto Teotônio Vilela entra nesse bololô.

Hoje, preside o instituto o ex-senador Tasso Jereissati. Velho desafeto de Serra, Tasso decidiu dedicar-se em tempo integral aos seus negócios. Inicialmente, Aécio planejava entregar a poltrona para Sérgio Guerra, outro tucano que não morre de amores por Serra. Porém…

Optou-se por fazer um aceno a Serra, oferecendo-lhe o braço acadêmico do partido. Curiosamente, Serra ambicionara o mesmo posto após ser derrotado por Dilma Rousseff na sucessão de 2010. E o partido lhe impôs um duplo constrangimento. Além de negar-lhe o instituto, entregou-o a um adversário político.

Nessa época, para atenuar o constrangimento, criou-se um decorativo conselho político, cuja presidência foi confiada a Serra. O colegiado reuniu-se um par de vezes. Depois, sem que houvesse produzido nada de aproveitável, foi desligado da tomada. Agora, sugere-se a Serra que assuma o órgão que lhe fora negado.

Reza a legislação que regula o funcionamento dos partidos que todos precisam manter uma entidade de cunho doutrinário. São custeadas com verbas públicas do fundo partidário. Como esses órgãos dispõem de relativa autonomia orçamentária, costumam despertar certa cobiça. Resta saber se Serra ainda considera a posição sedutora.

Nessa articulação conduzida por Aécio e FHC, o comando do PSDB tenta abortar o falatório sobre o sai-não-sai de Serra. Especula-se há semanas que ele poderia fazer as malas. O zunzunzum aumentou depois que o PPS de Roberto Freire, amigo de Serra, fundiu-se ao PMN, dando origem a um “novo” partido: o Movimento Democrático. Que pende para o apoio à candidatura presidencial de Eduardo Campos (PSB).

Luis Nassif

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