Governo Dilma não é mais unanimidade entre centrais sindicais

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Sugerido por Alfeu

Da Rede Brasil Atual

Centrais cobram mais atenção do governo e já olham para 2015
 

Quando cinco centrais sindicais se reuniram em 2010, no estádio do Pacaembu, em São Paulo, o país mostrava bom desempenho na economia, o que seria confirmado com o anúncio do maior Produto Interno Bruto (PIB) em 25 anos, recorde na criação de empregos com carteira assinada e reduzidas taxas de desemprego.

Naquele momento, as entidades aprovaram uma pauta, chamada de agenda trabalhista, para ser entregue aos então candidatos ao Palácio do Planalto. Quatro anos depois, as centrais têm avaliações diferentes do cenário econômico e político, mas coincidem ao afirmar, externa ou reservadamente, que faltou articulação ao governo Dilma Rousseff. Os sindicalistas reclamam que o Executivo ouviu pouco os representantes dos trabalhadores. Com a economia em ritmo mais lento – mas não tão ruim quanto querem fazer crer alguns comentaristas –, e candidaturas de oposição tentando crescer, a postura das entidades sindicais mudou.

Quatro anos atrás houve praticamente unanimidade em torno do apoio a Dilma na sucessão de Lula, e a proximidade de nova eleição presidencial move cada passo das centrais. Mas se é verdade que todas criticam um certo distanciamento entre o governo e os movimentos sociais, também é fato que, para uma parcela do movimento sindical, mais importante que o atendimento de algumas reivindicações é o projeto de governo e de país que estará em discussão até outubro.

Os destaques mais visíveis da agenda trabalhista são a redução da jornada legal de 44 para 40 horas semanais, o fim do fator previdenciário e o combate ao projeto sobre terceirização (PL 4.330). A pauta se compõe ainda da ratificação, pelo Brasil, de duas convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT): a 151 (sobre negociação coletiva e direito de greve no setor público) e a 158 (que coíbe demissões imotivadas). A bancada empresarial, três vezes maior que a dos trabalhadores no Congresso, é contra. E a Confederação Nacional da Indústria (CNI) tem ainda uma lista de 100 itens na qual defende a “modernização” das relações de trabalho. Para as centrais, isso é sinônimo de “flexibilização” e “precarização”.

Diante do confronto de agendas, as centrais programaram para este 9 de abril uma nova “marcha”, a exemplo da que fizeram em março do ano passado, quando também reclamavam atenção do governo (ou “Que a Dilma nos ouça”, como chamava a capa da edição nº 82). A diferença é que, agora, há posicionamentos mais distantes. Uma central chegou a defender o cancelamento do evento, por receio que se tornasse um ato mais de protesto de viés eleitoral do que de reivindicação.

Para um dirigente sindical, falta à gestão Dilma um “cabeça de área”, aquele jogador que no futebol tem a função de proteger a defesa e iniciar as jogadas. O jornalista Ricardo Kotscho, em artigo publicado no mês passado, fez outra metáfora futebolística. “Ao comprar uma briga que não precisava, levando a reforma ministerial em banho-maria até secar a água, os articuladores do governo pareciam até o zagueiro artilheiro Antônio Carlos, que marcou dois gols contra o São Paulo no jogo de domingo contra o Corinthians”, afirmou, referindo-se a uma partida disputada (no mesmo Pacaembu) em 16 de março, quando o tricolor venceu o alvinegro por 3 a 2, mas antes de marcar, no final, o gol da vitória, viu seu defensor jogar a bola duas vezes para as próprias redes.

Data de validade
Em entrevista no início de março à Rede Brasil Atual, o presidente da CUT, Vagner Freitas, disse que faltou diálogo por parte do governo, que também deveria ter apoiado com mais intensidade reivindicações das centrais como a redução da jornada e o fim do fator previdenciário. “Seriam as grandes marcas que este governo poderia deixar”, afirmou Freitas. E que tornariam menos espinhosa no meio sindical a discussão da sucessão presidencial, como ele admitiu.

Mesmo assim, Freitas adiantou que se lançará “de corpo e alma” na campanha pela reeleição de Dilma: “Não é questão de nome ou de partido, mas de projeto”. O cutista considera que há dois em disputa em 2014. No primeiro, está a possibilidade de avançar na agenda trabalhista, talvez com menos dificuldades na interlocução. O outro projeto apontaria para um retrocesso: “Que conquista os trabalhadores têm para lembrar daqueles oito anos?”, questiona, referindo-se à gestão de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), em que a interlocução inexistia.

“Nós apostamos num projeto de mudança”, diz o presidente da CTB, Adilson Araújo. “A política de valorização do salário mínimo, combinada com programas sociais, colocou o Brasil em outro patamar. Mas a nossa pauta (trabalhista) está contingenciada”, acrescenta. “Achamos que o governo não tem dado a devida atenção a essa base eleitoral importante. A retomada do diálogo seria uma boa sinalização.”

Além de tentar incrementar direitos, os sindicalistas se preocupam com a permanência dos atuais. Um se refere ao salário minimo, cuja politica de valorização é considerada uma das principais conquistas obtidas pelas centrais com o governo. Mas o acordo tem prazo determinado: vai até 2015, e já se ouvem vozes no chamado “mercado” pedindo o fim dos aumentos automáticos – baseados na variação da inflação acrescida do resultado do PIB. Outra questão considerada importante, a correção automática da tabela do Imposto de Renda, já não está mais garantida.

O presidente da CTB diz que a militância da central está “liberada” para apoiar quem quiser. Mas ele considera que a reeleição de Dilma representaria “a quarta vitória do povo brasileiro”, considerando nessa conta as duas eleições de Lula. E cobra mais celeridade no investimento em infraestrutura – cita “gargalos” em questões como segurança pública, saúde, mobilidade urbana e moradias populares. E aponta a necessidade de aumentar a bancada de representantes dos trabalhadores no Parlamento, que é onde a pauta trabalhista fica parada: “A correlação de forças no Congresso Nacional ainda não nos é favorável. As centrais precisam ter essa visão”.

Em março, as centrais se reuniram com o procurador-geral do Trabalho, Luis Camargo, e combinaram atuar em conjunto pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 231, que reduz a jornada semanal de 44 para 40 horas. Essa PEC tramita desde 1995 e está pronta para ir a plenário na Câmara, assim como o Projeto de Lei 3.299, de 2008, que propõe o fim do fator previdenciário.

O presidente da UGT, Ricardo Patah, diz que ele não pode “impor à base” a candidatura que defende. No caso, Dilma, que regulamentou a categoria de comerciário, da qual ele é originário. “Reconhecemos a importância do trabalho que ela desenvolveu. Tem tudo a ver com o DNA da UGT, que está na base da pirâmide”, comenta. Mas também ele considera que “falta conversa”, dizendo-se “muito decepcionado” com a manutenção do fator previdenciário. A fórmula, que leva em conta a distância entre a idade com que a pessoa se aposenta e sua expectativa de vida estimada pelo IBGE, foi criada no final dos anos 1990: quanto mais precoce é a aposentadoria, menor o valor do benefício.

Candidaturas
Os seis meses que separam abril das eleições tendem a ser “encurtados” por causa dos 32 dias de Copa do Mundo. Mas o ambiente político pegou fogo logo depois do carnaval, com crise entre o governo e a bancada do PMDB na Câmara. A relação sofreu um arranhão mais ardido com a saída do PT do governo do Rio de Janeiro. O presidente da CGTB, Antônio Neto, membro do diretório nacional do PMDB, defende sua legenda na crise, critica os aliados, mas mesmo assim acredita que a aliança com o PT se manterá para a disputa por mais quatro anos no quarto andar do Planalto.

Neto avalia que o país segue em bom caminho. “Há um trabalho da mídia contra os resultados do governo Dilma, que não são pífios. O Brasil está dentro da média internacional. Mas a gente sabe que é uma preparação eleitoral.” Para Neto, só existe risco de recuo na politica de valorização do salário mínimo em um caso: “Se a direita ganhar”. O sindicalista elogia a “história de luta” de Dilma, mas critica a postura do governo, “de cintura dura”, com dificuldade para conversar com movimentos sociais.

Quem se define desde já como um não eleitor de Dilma é o presidente da Força Sindical, Miguel Torres. “Ela só teve todo apoio (em 2010) porque o movimento sindical acreditava que ela daria continuidade (ao governo Lula). Acho que ela perdeu muito apoio. Na base da Força, perdeu 90%. O que ela fez para o movimento sindical foi traição. Ela fechou portas. A pauta praticamente não andou nestes quatro anos”, critica. Torres também identifica uma “ofensiva” para acabar com direitos sociais ou dificultar o acesso a eles, citando itens como auxílio previdenciário e seguro-desemprego. Como os demais, ele destaca a importância de se manter a política de reajustes do salário mínimo.

Em 2010, o então presidente da Força, o deputado federal Paulo Pereira da Silva, apoiou Dilma. O dirigente, que saiu do PDT para criar o Solidariedade (SDD), começou a manifestar contrariedade de forma sistemática justamente na marcha que as centrais promoveram em março do ano passado. Mas Torres afirma que não é a totalidade da Força que acompanha a posição de ruptura com o governo.

Isso se repete em outras centrais: o presidente da UGT, por exemplo, é filiado ao PSD do ex-prefeito paulistano Gilberto Kassab. Mas a central tem entre seus diretores Francisco Pereira de Sousa Filho, o Chiquinho, do PPS, que faz frontal oposição a Dilma. A própria CTB, majoritariamente composta por gente do PCdoB, que apoia Dilma, tem também nos seus quadros militantes do PSB, do presidenciável Eduardo Campos.

Marcha
Mesmo mais fraca, a economia joga a favor de Dilma. Os primeiros resultados sobre a indústria permitiram, ao menos, acreditar em uma recuperação. A inflação anualizada se mantém abaixo dos 6% e a taxa de desemprego continua em seus menores níveis históricos. A criação de empregos formais em fevereiro foi a segunda maior para o mês desde 1992. Em março, a gestão Dilma estava próxima de alcançar o saldo de 5 milhões de vagas com carteira assinada.

Em debate promovido em março pela revista CartaCapital, o norte-americano Paul Krugman, prêmio Nobel de Economia em 2008, afirmou: “O Brasil saiu da crise mundial muito bem e não se justificam preocupações com sua economia”. Para ele, o país deixou de ser vulnerável há muito tempo. No mesmo evento, a empresária Luiza Trajano, da rede de lojas Magazine Luiza, atribuiu uma suposta imagem de incerteza no Brasil à má comunicação por parte do governo.

Parar tirar dúvidas, o cientista político Wanderley Guilherme dos Santos, pega carona na efeméride de 50 anos do golpe e, em artigo no site Carta Maior, sugere ao governo fazer seu próprio comício da Central do Brasil – realizado no Rio de Janeiro em 13 de março de 1964, quando o presidente João Goulart afirmou compromisso com as chamadas reformas de base.

“De dentro do Legislativo para todos os brasileiros. O que mudou no Brasil e é incontroverso, e o que é necessário que se continue a fazer para mudar o Brasil de país de miseráveis para país sem miseráveis”, propõe. “Nenhum lugar mais apropriado do que uma das Casas do Congresso como sede e palanque para um grande comício democrático, de prestação de contas, de esclarecimentos de dúvidas e, também indispensável, a declaração de compromissos inquebrantáveis com os rumos traçados tendo o povo brasileiro como norte, dispensando a tecnocracia dos manuais financiados pelos rentistas das dificuldades alheias.”

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

19 Comentários

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  1. Nem com os índios, nem com as

    Nem com os índios, nem com as minorias.

    Mas, há quem diga que não houve afastamento.

    Tivéssemos um partido mais à esquerda e com musculatura a eleição de Dilma estaria em riso já nestas eleições.

      1. Errado, Weber

        Você acerta ao prever a eleição de Dilma.

        Você erra ao afirmar que ela perderá para os brancos e nulos.

        Os demais candidatos, sim, perderão de lavada para os votos brancos, nulos e os que não comparecerem para votar.

        As centrais sabem que tá ruim com Dilma, mas não são ignorantes e sabem que com qualquer outro seria bem pior.

        Tanto que marcaram as manifestações só para o ano que vem para, exatamente, não fazer pessoas desatentas pensarem que elas são contra Dilma.

        Acorda, Weber

      2. Candidato do Litoral

        Este é o nosso ex-candidato à vereador. Se não desistir, vai disputar todas as eleições e NUNCA se eleger.

        Acorda Candidato.

  2. O fim da esperança

    O escândalo de Pasadena que faliu a Petrobras, encurralou o Brasil e matou a esperança do desenvolvimento com empregos para os brasileiros não podia gerar outro resultado. A destruição do equilibrio em nossas contas externas, com o aumento dos juros pornográficos da Selic, acabou com a esperança de um Brasil melhor para o trabalhador.

    Esperar o masoquismo dos que foram lesados e traídos pelos que detinham o manejo do dinheiro do povo e o usaram para se locupletar e não fazer o bem a Nação e ao povo é de um ingenuidade de dar dó.

    Só mesmo uma militância de imbecis para acreditar que o dinheiro desviado que é o leite das crianças, o esgoto que impede doenças, a água tratada na torneira de casa, o leito hospitalar para os que morrem em macas nos corredores, a educação de qualidade e oportuna que alavanca vidas e muito mais não é percebido pelos trabalhadores e seus orgãos de classe.

    Dilma, acorda!

    1. Hã?

      Hã? Petrobras falida?

      Menos Weber, você parece desconhecer o dia a dia da rotina da luta sindical, está dando a entender que faz os mesmos julgamentos dos reacionários que a acham “moleza”, ignorando a rotina e os horários massacrantes, aqueles de fazer o cônjuje muitas vezes largá-lo…

      Ademais, nem o mundo, nem as lideranças sindicais são um bando de parvos a espera da sua “iluminação”…

      Vai dormir Weber!

    2. QUANTA TRISTEZA

      QUANTA TRISTEZA

      Como é que é ? “O escândalo de Pasadena que faliu a Petrobras, encurralou o Brasil e matou a esperança do desenvolvimento com empregos para os brasileiros não podia gerar outro resultado.”

      Noto que o vírus das putas tristes da Casa Grande contaminou o nosso bom amigo de blog Alexandre Weber.

      Faz isso, não, Alexandre. Já basta os Gullares, Caetanos, Jabores e tantos outros. Anima, homem de Deus.

    3. Está louco?

      Desde quando Pasadena faliu a Petrobrás?

      Aumento pornográfico nos juros? Está certo que aumentaram, mas depois de cair bastante, e ainda estão mais baixos do que jamais estiveram na era FHC.

      Vai com calma, o governo de fato não está bem, mas não é essa catástrofe que você pinta não.

    4. O antigo Alexandre Weber – Santos – SP era mais lúcido

       

      Alexandre Weber – Santos – SP (domingo, 13/04/2014 às 10:33),

      De tantos caminhos que o homem percorre sobre a terra, o deblaterar contra a corrupção e o corrupto é provavelmente o menos racional e lúcido que lhe pode ocorrer. Ao fim e ao cabo só restam no caminho os de má-fé que lançam sobre outrem aleivosias abjetas, achincalhes vis e vitupérios torpes e os ingênuos onde os de má-fé se ancoram e se protegem. Restam ainda também os homens da lei que tem por obrigação combater o crime de corrupção como juízes, promotores e procuradores de justiça (no âmbito estadual) e procuradores do Ministério Público Federal (no âmbito da União), policial civil investigativo e defensores dos réus e, no plano mais da Administração Pública, os agentes das controladorias, auditorias ou corregedorias dos órgãos internos de controle.

      Não há outros que não os relacionados acima no caminho apontado acima.

      Seus últimos comentários estão como que perdidos neste mundo que aparentemente vasto é bastante restrito. Em respeito aos seus comentários antigos, seus colegas de comentários são comedidos nas críticas que fazem a você. Não é por outra razão que seu comentário recebeu as respostas que se seguem a este meu comentário. E não é por outra razão que eu repliquei em comentário enviado domingo, 13/04/2014 às 17:58, uma resposta sua enviada quinta-feira, 10/04/2014 às 22:40, junto o post “Delfim acredita que Dilma será reeleita” de quinta-feira, 10/04/2014 às 11:10, originado de sugestão de Mário de Oliveira para a matéria de Mario Sergio Conti no Globo intitulada “Vai dar Dilma, diz Delfim”. Você enviara comentário um tanto fora do lugar para comentário meu enviado quinta-feira, 10/04/2014 às 21:03, junto a comentário de Chico Pedro enviado quinta-feira, 10/04/2014 às 12:20. O endereço do post “Delfim acredita que Dilma será reeleita” é:

      https://jornalggn.com.br/noticia/delfim-acredita-que-dilma-sera-reeleita

      Lembro que naquele post “Delfim acredita que Dilma será reeleita” além do comentário seu para mim e que me pareceu bastante confuso, você, em comentário enviado quinta-feira, 10/04/2014 às 22:16, para junto do comentário de Homero Pavan Filho enviado quinta-feira, 10/04/2014 às 18:47, também deixa o link de um vídeo que pareceu-me sem nenhuma utilidade ou mesmo se poderia dizer infantil. O endereço do vídeo que é intitulado “From Crystal Ball to Magic Wand: The New World” é o que se segue:

      http://www.youtube.com/watch?v=AErRh_yDr-Q&feature=player_embedded

      Um longo vídeo tautológico e cheio de truísmo que não traz nenhuma novidade, uma vez que nada mais diz a não ser que o acúmulo de informações pode ser útil no futuro à medida que se aprende a manipular mediante sistemas complexos uma quantidade cada vez maior de dados.

      Interessante que na semana passada em homenagem a uma velha observação sua que me pareceu bastante perspicaz, eu dei como título a um comentário meu a seguinte afirmação:

      “Alexandre Schwartsman e Alexandre Weber-Santos-SP têm razão”

      Não tive tempo para esclarecer o significado de minha afirmação. Assim não expliquei que ela era uma tentativa de trazer para a discussão a sua antiga frase dita em comentário de quinta-feira, 03/03/2011 às 17:25 para o post “A inflação distante do umbigo da blogosfera” de sexta-feira, 04/03/2011 às 09:41, contendo um debate entre Gunter Zibell e Luis Nassif sobre inflação e juros. A sua frase que atualmente em um post de 4 páginas com 174 comentário está no início da terceira página pode ser vista no endereço geral do post e posteriormente indo para a terceira página no link a seguir:

      https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/a-inflacao-distante-do-umbigo-da-blogosfera

      Vez em quando faço um comentário só para reproduzir o que você disse lá naquele post e que volto a transcrever a seguir. Disse você lá:

      “Só por curiosidade, com a dívida pública preponderantemente em Reais, uma inflação que diminua a taxa de juros reais, diminui, sobre qualquer ponto de vista, a transferência de dinheiro do povo para os rentistas. É lógico que os rentistas, a mídia e seus funcionários vão pregar uma redução da inflação e maliciosamente pedir ainda um aumento dos juros nominais para prevenir uma futura inflação que corroeria os seus ganhos.

      Esta estratégia é interessantíssima e seu eu fosse rentista ia mover os Céus e a Terra para implementá-la, como não sou, observo o que acontece”.

      E buscava ao mesmo tempo repercutir um post de Alexandre Schwartsman que fora primeiro publicado como artigo na Folha de S. Paulo de quarta-feira, 02/04/2014, e só aparecera no blog dele na terça-feira, 08/04/2014. O título do post é “Derruba sim . . .” e ele pode ser visto no seguinte endereço:

      http://maovisivel.blogspot.com.br/2014/04/derruba-sim.html

      Eu equivocadamente fizera duas menções ao post na semana anterior a publicação na Folha de São Paulo porque estava interessado em dar destaque ao gráfico que sem justificativa aparecera antes junto ao artigo “Imunes” que fora publicado na Folha de S. Paulo de quarta-feira, 26/03/2014. O artigo “Imunes” transformou no post “Imunes” de terça-feira, 1/04/2014 e pode ser visto no seguinte endereço:

      http://maovisivel.blogspot.com.br/2014/04/imunes.html

      Pois bem o gráfico, que primeiramente saíra no artigo “Imunes”, mas sem guardar relação com o artigo, apresenta uma curva mostrando a taxa de juro real e a inflação acumulada nos últimos doze meses tomados 18 meses à frente. O que o gráfico evidencia é que para quem vive de rendas manter uma inflação muito baixa é uma estratégia abençoada para poder duplicar seus depósitos em prazo muito curto.

      E o comentário ao qual eu dei o título de “Alexandre Schwartsman e Alexandre Weber-Santos-SP têm razão” fora enviado sexta-feira, 04/04/2014 às 14:19, para Luis Nassif no post “Como tornar o mercado financeiro sócio da inflação” de sexta-feira, 04/04/2014 às 06:00. O endereço do post “Como tornar o mercado financeiro sócio da inflação” é:

      http://www.jornalggn.com.br/noticia/como-tornar-o-mercado-financeiro-socio-da-inflacao

      O que eu queria então dizer com a afirmação “Alexandre Schwartsman e Alexandre Weber-Santos-SP têm razão” era que o seu velho dito lá no post “A inflação distante do umbigo da blogosfera” estava absolutamente correto. E a correção do seu argumento podia ser percebido no gráfico que Alexandre Schwartsman apresentava. E ao mesmo tempo, ao dizer que Alexandre Schwartsman estava certo, eu aproveitava para fazer a crítica a Luis Nassif que utiliza o mesmo argumento de Yoshiaki Nakano que Alexandre Schwartsman criticava no artigo dele “Derruba . . .”. Para Yoshiaki Nakano e Luis Nassif, pequena variação na taxa Selic não teria influência na taxa de inflação.

      Enfim, Alexandre Schwartsman estava certo em deixar implícito como se conclui pelo título “Derruba sim . . .” do artigo dele que o juro derruba a inflação. Evidentemente que esta discussão não está terminada, pois é fácil verificar que ocorrem variações na taxa de câmbio no período considerado para a construção do gráfico que ajudam a reforçar o papel da variação da taxa Selic no combate à inflação.

      Os seus últimos comentários, entretanto, nada trazem daquela capacidade de vislumbre que lhe parecia peculiar, e agora depõem contra você e a maioria dos comentaristas são mais comedidos na crítica apenas em deferência aos seus antigos comentários.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 14/04/2014

  3. A reeleição da Presidenta

    A reeleição da Presidenta Dilma, em primeiro turno, será marcada pela grande maioria dos votos de eleitores filiados e de seus familiares, às 5 grandes sindicais, pois são trabalhadores originados naquilo que o PT sempre lutou, por emprego recorde, aumento real de salários, respeito aos direitos dos trabalhadores,  inúmeras garantias aos trabalhadores, e outras muitas conquistas conseguidas com Lula, com PT , com a Dilma nesses tantos anos que ela dedica as causas dos trabalhadores, e isso o trabalhador nunca esquece e nunca vai esquecer.

    As discussões políticas sempre existiram. A luta das classes trabalhadoras com os governos sempre existiram e sempre vão existir, mais isso está longe de separar a fidelidade, tanto do trabalhador quanto de um governo voltado para o trabalhador , alterar postura de idealismo.

  4. As Centrais estão reclamando da Dilma?

    Tudo bem que os sindicatos lutem mesmo e queiram sempre mudanças para melhor para os trabalhadores, mas quanto a apoiar outros candidatos, só para os que não leram as últimas declarações do Armínio Fraga, que certamente terá cargo de mando num eventual governo do Aécio, e o traíra reza pela mesma cartilha. As tais “medidas impopulares” que o Aécio se propos a adotar, hoje está nos jornais sua defesa pelo Armínio. Então, caros sindicalistas, se defendem o voto no Aécio, estão defendendo o arrocho salarial e muitas outras perdas que eles querem impor aos trabalhadores.

  5. Dilema malufiano

    Os trabalhadores e boa parte de seus líderes vivem um dilema malufiano. O governo Dilma os estupra mas não mata, e com o Aécio sabem que o estupro seguido de morte é certo. Já com as “velhas novidades”, E. Campos e Marina, há uma proposta vaga de sado masoquismo não consensual praticado à três… O certo é que o orgasmo anda cada vez mais distante…

    Um abraço.

  6. Quando uma bancada de

    Quando uma bancada de deputados federais (PT) se reúne e a frase mais ouvida é: Essa mulher é uma desgraça, é um horror! – é porque algo de muito errado acontece na coalisão governista…Na verdade, o erro atende pelo nome de Dilma Roussef…

  7. Até onde eu sei, nunca foi.

    Até onde eu sei, nunca foi. Onde Lula, Dilma e o PT são unanimidades mesmo, e já faz tempo, é nos sindicatos patronais.

    Cadê a redução de jornada, PT ? Esqueceu ? 

    Cadê o imposto sobre fortunas, PT ? Esqueceu ?

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