Haddad: “Serra tem ética seletiva”

Para quem gosta de entrevista cortada, tem essa quentinha, do Estadão, vejam só que não saiu a resposta à pergunta dos repórteres sobre o uso do “mensalão” por Serra neste segundo turno. Tudo bem que o Estadão apoie Serra mas um mínimo de ética jornalística não faz mal a ninguém, kd a liberdade de expressão, censura prá que mesmo ou será que a liberdade de imprensa significa que a empresa noticiosa pode publicar uma “entrevista” sem a resposta do entrevistado, depois da invasão do quarto do Dirceu pela Veja só faltava essa. Francamente, não entendi o motivo do corte, será que o Haddad citou aquele livro que foi selecionado para o Prêmio Jabuti, o Privataria Tucana. Ou será que a culpa foi do mensalão tucano.  Nassif, vai aqui minha reclamação: Olá Estadão, por favor, publiquem a resposta do Haddad, tenho todo o direito de saber. E uma sugestão para melhorar a combalida credibilidade da imprensa brasileira: Publiquem os áudios das entrevistas!

http://www.estadao.com.br/noticias/politica,serra-tem-etica-seletiva-afirma-haddad,942665,0.htm

Do Estadão

‘Serra tem ética seletiva’, afirma Haddad ao rebater mensalão

Candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Haddad afirma que tucano não menciona mensalão mineiro nem escândalos de Kassab durante o debate eleitoral

Vera Rosa e Bruno Lupion, de O Estado de S.Paulo

Um dia depois de José Serra (PSDB) ter admitido que usará o julgamento do mensalão na campanha, o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, elevou o tom do duelo. “A ética do Serra é seletiva. Só vale para os seus adversários”, reagiu.

Haddad mostrou que o segundo turno será mais agressivo e citou escândalos que pairam sobre o PSDB, como o mensalão tucano e a compra de votos para a reeleição do então presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1998. Depois de gravar na segunda-feira, 8, ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cena de agradecimento aos eleitores para o reinício da propaganda política na TV, Haddad comemorou o apoio do PMDB e disse esperar a adesão de Celso Russomanno (PRB).

O candidato derrotado do PRB Celso Russomanno vai apoiar sua campanha?
Tivemos um contato já. Vamos aguardar. Eu entendo que há duas circunstâncias favoráveis para o entendimento entre nós. A primeira é que nossas três candidaturas – a minha, a de Russomanno e a de Gabriel Chalita – sinalizaram pela mudança e adotaram um tom crítico a atual administração. E a segunda é o fato de pertencermos à mesma base de sustentação do governo federal.

Até agora, o sr. só tem fechado o apoio do PMDB?
Temos uma ritualística que precisamos respeitar. O vice-presidente Michel Temer sinalizou o apoio, o que muito me honra.

O sr. disse que Russomanno não tinha plano de governo, que a tarifa de ônibus proporcional aumentaria o preço da passagem e que a eleição dele seria um salto no escuro. O sr. retira o que disse para tê-lo no palanque?
Fiz uma crítica à ideia e mantenho essa crítica. Não acredito nessa tese da tarifa proporcional. Essa proposta traria prejuízo à população mais pobre da cidade e não retiro o que disse. Eu mantive sempre um debate em torno de ideias. Nunca desdenhei da pessoa dele.

O sr. vai buscar o voto dos evangélicos da Igreja Universal?
A aliança no plano federal com o PRB passa longe dessa questão religiosa. Jamais trataria do assunto nesses termos. Sou filho de imigrante libanês, que sofreu na pele esse tipo de confusão entre religião e política.

O candidato do PSDB, José Serra, avisou que usará o mensalão contra sua campanha. Ele disse que fará discussão de valores com o PT porque quem tem mal entendido com o passado é o seu partido. Como o sr. responde?
A ética do Serra é seletiva. Só vale para seus adversários. Aos amigos, tudo. Aos inimigos, a lei. Ela não vale para dentro, só vale para fora. Porque, caso contrário, ele faria menção ao mensalão tucano, que é anterior, é a matriz, e está para ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal na sequência desse processo. Ele mencionaria a suspeita de corrupção em torno da gestão do prefeito Gilberto Kassab.

A que denúncia o sr. se refere?
O secretário de Saúde (Januário Montone) é réu num processo de desvios de recursos da merenda escolar. O vice de Serra, ex-secretário da Educação (Alexandre Schneider), é réu em processo de improbidade administrativa por contratação sem licitação. O Hussain Aref, que Serra nomeou, adquiriu mais de cem imóveis com um salário de servidor público. O secretário do Meio Ambiente (Eduardo Jorge) é réu, junto com o prefeito, num processo que o Ministério Público encaminhou sobre o contrato com a Controlar. No que me diz respeito, vou defender sempre a investigação até as últimas consequências. Não farei seleção por partido. Não abafamos as investigações.

Do que o sr. está falando?
Na década de 90, nada era investigado pelo PSDB. A compra de votos para a reeleição (do ex-presidente Fernando Henrique), as privatizações que até hoje não foram esclarecidas… Nenhuma CPI foi instalada em função da pressão do governo da época.

O seu contra-ataque no horário eleitoral vai ser nessa linha?
Não se trata de um contra-ataque. É uma discussão. Serra é incapaz de comentar se ele é a favor ou contra a condenação do Eduardo Azeredo (no mensalão tucano), se é a favor ou contra o Aref, que ele nomeou.


Luis Nassif

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