Impeachment de Gilmar pode muito bem prosperar, por Janio de Freitas

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
[email protected]

Pedro Ladeira – 1°.set.16/FolhapressBRASILIA, DF, BRASIL, 01-09-2016, 17h00: O ministro do STF Gilmar Mendes. Solenidade de posse da nova presidente do STJ, Ministra Laurita Vaz, que susbtitui o ministro Francisco Falcão na presidência. Participam o presidente em exercício deputado Rodrigo Maia, o vice presidente do senado senador Jorge Viana (PT-AC), o presidente do STF ministro Ricardo Lewandowski e o PGR Rodrigo Janot. No plenário do STF. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes

Jornal GGN – Sem baixar o santo e sem pagamento, um grupo de renomados signatários entrou com pedido de impeachment de Gilmar Mendes, para destitui-lo do Supremo Tribunal Federal e, na esteira, do Tribunal Superior Eleitoral. Segundo Janio de Freitas, em sua coluna de hoje, o pedido pode muito bem prosperar. O pedido cairá nas nãos de Renan Calheiros, no Senado, que responde a oito ações judiciais no STF e na Lava Jato.

O senador em questão é mestre em artifícios. Pode jogar para a geral resolver ou resolver sozinho. Mas não é o ponto, o que deve ser observado é que a intenção maior do pedido de impeachment de Gilmar cumpre sua função, que é registrar e assegurar a atenção de todos para o que foi denunciado pelos signatários, como atitude de Gilmar que são incompatíveis com os dispositivos legais e regimentos do Supremo.

Leia a coluna de Janio de Freitas de hoje.

da Folha

Mendes está moralmente impedido de atuar em ação da chapa Dilma/Temer

por Janio de Freitas

O pedido de impeachment de Gilmar Mendes, com a intenção de destituí-lo do Supremo Tribunal Federal e, por consequência, do Tribunal Superior Eleitoral, tem estreita possibilidade de prosperar. Seus signatários, todos de alta qualificação e reputação, e ninguém dado a receber “santo” ou dinheiro pelo pedido de impeachment, adotaram sua iniciativa com pleno conhecimento da dificuldade que a esperaria: receber, encaminhar ou recusar o pedido são tarefas do presidente do Senado, o acossado em oito ações judiciais no Supremo e na Lava Jato, Renan Calheiros.

Costumeiro criador de artifícios para esgueirar-se entre o contra e o favorável, o senador não surpreenderá se o fizer mais uma vez, e nem seria a última. Delegar a decisão ao plenário, por exemplo, em nome de uma definição institucional e não apenas pessoal. De qualquer modo, parte da intenção do pedido estará assegurada, ao registrar e chamar a atenção para o que os signatários denunciam como atitudes de Gilmar Mendes incompatíveis com os dispositivos legais e regimentais do Supremo.

Manifestação pública sobre processo em curso no tribunal, protelar julgamento, quebra do decoro, manter-se como juiz quando deveria dar-se por impedido, são algumas das acusações e exemplificações do pedido de impeachment. Mas, neste momento, transcorre um caso de anormalidade engrandecida pelas atuais circunstâncias institucionais e políticas.

Ao assumir a presidência do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes recusou a transferência, para outro ministro, da parte que conduzia sobre possíveis irregularidades na campanha Dilma/Temer. Atitude capaz, por si só, de suscitar suspeitas de sua motivação. Gilmar Mendes foi mais longe: já com o impeachment correndo no Senado, foi ao Palácio Jaburu para longa conversa fechada com Michel Temer, que é tão suscetível quanto Dilma nas possíveis irregularidades sob exame no TSE.

Gilmar Mendes está moralmente impedido de se pronunciar no processo e julgamento da campanha Dilma/Temer. E talvez até de presidir o provável julgamento. Nada indicando, porém, que o reconheça.

Quando em processos judiciais surge justificada indagação sobre eventuais motivações de quem acusa ou julga, algo vai mal, com tendência a piorar. Não foram poucos os estranhamentos da suspensão, pelo procurador-geral Rodrigo Janot, das negociações para delação premiada de Léo Pinheiro, presidente da OAS.

A ocorrência de vazamento foi a pretensa explicação de Janot, sem que os vazamentos de todas as outras delações premiadas as suspendessem. O teor do vazamento nem ao menos convinha a Pinheiro, enquanto na própria Lava Jato o vazamento é irreparável.

Com a mesma falta de explicação convincente, Sergio Moro determinou a volta de Pinheiro para a cadeia. Sob a ameaça de perder o direito à delação premiada e já de volta à cadeia, Léo Pinheiro foi cercado pelo mínimo de ética judicial e o máximo de pressão. Condições ótimas para desdizer que o apartamento em Guarujá é da OAS, como sustentou em depoimentos anteriores, e enfim apontar Lula e Marisa como donos. Pelo visto nesta quarta (14), nada feito, ou Léo Pinheiro seria a estrela da nova carga da Lava Jato contra Lula. 

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

9 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Dificilmente Gilmar vai ser

    Dificilmente Gilmar vai ser impedido, mas duvido que o psdb volte ao poder no próximo ano via Golpe 2.0. Pontos para reflexão: o psdb é um partido pequeno. O pmdb está no poder e é o partido majoritário na câmara e no senado; nunca se ouviu falar que um partido majoritário ceda o poder, principalmente sendo fisiológico como é. Coligações que o psdb possa fazer a esquerda, mais ou menos do meso tamanho, também pode e estas jamais votariam no psdb. Renan Calheiros, muito mais raposa que todas as raposas do psdb e aliados, não mais será o presidente do senado e estará disponível para ser o candidato do partido majoritário no congresso. Outros candidatos como Ciro Gomes e Marina Silva (esta com certeza) vão se colocar e todos tiram votos do psdb e aliados. O centrão vai onde a maioria vai e o fisiologismo oferece mais. Não sei se haverá 2º turno, mas se houver o psdb não chega sequer lá.

    Com isto a posição do psdb e aliados (os aliados vão topar entrar nesta roubada de apoiar um candidato presumívelmente derrotado do psdb?) vai se dissolver diante da vergonha de sua inépsia após ter perdido 4 eleições, dar o golpe e não levar, dar outra vez o golpe e perder de novo. Que delícia!

  2. As armas contra o golpe estão

    As armas contra o golpe estão ficando mais fortes:

    1 – Pedido de impeachment de Gilmar:

    2 – A carta do Aragão;

    3 – O power point dos “meninos” procuradores;

    4 – As ruas

    Tá ficando bom o trem!!!!!!!

  3. E quem entraria no lugar do Dantas?

    É essa a pergunta que faço. O PT, em seu republicanismo infantil, indicou um ministro pior que o outro. Quem vocês acham que os golpistas iriam indicar?

  4. Se o Renan não colocar em

    Se o Renan não colocar em plenário, em janeiro o Gilmar passa a bola para o Aécio.

    Já está TUDO PREPARADO…

    O Temer fará o trabalho sujo e ficará FEIO junto até com os coxinhas!

    E se não fizer NADA s desculpa vai ser a economia…

    E será uma forma de INSTITUCIONALIZAR junto a opinião publica mundial que o traidor foi destituido por meios DEMOCRÁTICOS e um candidado com 52 milhões de votos assumiu a presidência!

    Por isso o aécio emplacou o vice no MP e nenhuma delação contra ele prospera!

    Ai, além do Temer CAIRÁ O PRÓPRIO RENAN ALEM DOS OUTROS CACIQUES DELATADOS, que hoje AINDA é útil ao PSDB!

    Quem precisa do Moreira Franco?

    O PSDB manda no MP…

    O galinheiro está TODO CERCADO!

    As raposas decidirão a hora de começar o almoço…

  5. Nessa legislatura acho

    Nessa legislatura acho difícil prosperar.

    A força dos tucanos junto com os golpistas é maior. Dá para livrar a cara desse juiz tucano

    Mas serve para fazer barulho, para jogar luz sobre a atividade politica do Gilmar

  6. Tem que fazer pressão

    Com um senado com a faca da lava jato no pescoço e Gilmar Mendes sendo que é, não vai sair da gaveta de Renan Calheiros. Mas a iniciativa é boa e seria bom se houvesse pressão popular, maaasssssss….

  7. Corrijam o título, por favor

    É exatamente o oposto do que diz o Jânio de Freitas:

    “O pedido de impeachment de Gilmar Mendes, com a intenção de destituí-lo do Supremo Tribunal Federal e, por consequência, do Tribunal Superior Eleitoral, tem estreita possibilidade de prosperar.”

    Desenhando:

    estreita – adjetivo

    pouco larga

    apertada

    delgada

    escassa

    única

    íntima

    cordial

    concisa

    exata

    rigorosa

    áspera

    severa

    trabalhosa

    cheia de dificuldades

    1. Pouco largo.

    2. Apertado, delgado.

    3. Escasso.

    4. Único.

    5. Íntimo, cordial, conciso.

    6. Não prolixo.

    7. .Exato, rigoroso.

    8. Áspero, severo.

    9. Trabalhoso.

    10. Cheio de dificuldades.

    “estreita”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/estreita [consultado em 15-09-2016].

    1. Pouco largo.

    2. Apertado, delgado.

    3. Escasso.

    4. Único.

    5. Íntimo, cordial, conciso.

    6. Não prolixo.

    7. .Exato, rigoroso.

    8. Áspero, severo.

    9. Trabalhoso.

    10. Cheio de dificuldades.

    “estreita”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/estreita [consultado em 15-09-2016].

    1. Pouco largo.

    2. Apertado, delgado.

    3. Escasso.

    4. Único.

    5. Íntimo, cordial, conciso.

    6. Não prolixo.

    7. .Exato, rigoroso.

    8. Áspero, severo.

    9. Trabalhoso.

    10. Cheio de dificuldades.

    “estreita”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/estreita [consultado em 15-09-2016].escassaúnica
     

     

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador