Impeachment de Trump e a polarização americana

Democratas dizem que acusações serão mantidas até que seja feito um julgamento justo; presidente republicano se diz vítima

Jornal GGN – O processo de impeachment do presidente norte-americano Donald Trump evidencia a polaridade política do país: enquanto o processo foi aprovado pelos deputados na Câmara (em sua maioria democrata), tudo indica que ele deverá cair no Senado, de maioria republicana.

Trump é acusado de abuso de poder e obstrução de investigação parlamentar após as acusações de pressionar o Governo da Ucrânia com finalidade eleitoral – o governo norte-americano estaria condicionando apoio ao país europeu ao andamento das investigações sobre as operações do filho de Joe Biden, provável candidato democrata à presidência.

O primeiro artigo do processo de impeachment, sobre o abuso de poder, foi aprovado por 230 votos (229 democratas e 1 independente) a 197 (195 republicanos e 2 democratas). A acusação de obstrução do Congresso foi aprovada por 229 votos a 198 (o voto de todos os republicanos, mais 3 democratas e 1 abstenção).

Segundo o jornal El Pais, os dois lados se acusam de má-fé. A presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, já sinalizou que não vai mandar as acusações aprovadas ao Senado enquanto as bases para um julgamento justo não forem estabelecidas. Trump é o terceiro presidente a passar por um processo de destituição no século, após Richard Nixon (1974) e Bill Clinton (1998).

Já o líder dos republicanos no Senado, Mitch McConnell, tem coordenado o procedimento com a própria Casa Branca, e considerou os planos de Pelosi um sinal de que as acusações contra Trump são frágeis.

A polaridade também se reflete na sociedade. Levantamento elaborado pelo Pew Research em 2014 já indicava que, entre os adultos que dão suporte a alguma sigla, a antipatia ao rival era maior que em qualquer outro momento nas duas décadas anteriores. Os dados mostram que os votantes republicanos com uma imagem “muito negativa” dos democratas duplicou, de 16% para 38%, entre 1994 e 2014. No sentido dos democratas contra republicanos, o desagrado disparava de 17% para 43%.

Redação

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