Do Instituto Carbono Brasil
Tepco enfrenta problemas para conter vazamento de água radioativa em Fukushima
Fernanda B. Müller
Na terça-feira, autoridades japonesas confirmaram um novo vazamento de água altamente radioativa, utilizada para resfriar reatores danificados e estocada em tanques subterrâneos na Usina Nuclear de Fukushima Daiichi, atingida fortemente pelo terremoto seguido de tsunami em 2011.
Aproximadamente 120 mil litros vazaram de dois tanques para o subsolo e um terceiro tanque também estaria comprometido, segundo a Tokyo Eletric Power. Porém, a empresa alega que a água contaminada não teria alcançado o oceano, a 800 metros de distância, segundo o Greenpeace.
Os trabalhadores da usina nuclear haviam transferido mais de nove mil toneladas de água para o último tanque a ser julgado comprometido, sobrando outros quatro. Os tanques são essencialmente buracos maiores do que um campo de futebol cavados no solo e revestidos com duas camadas de polietileno e uma de argila, segundo a ONG.
Inicialmente, os oficiais pretendiam mover a água para outros tanques, que não apresentavam problemas. A comunidade de Fukushima protestou e pediu que fossem usados tanques acima da superfície para estocar a água contaminada, porém a Tepco alega não haver mais espaço nestes locais.
No meio da semana, Toshimitsu Motegi, chefe do Ministério da Economia, Comércio e Indústria (METI), proibiu o uso dos tanques subterrâneos e criticou a Tepco pela resposta lenta.
A empresa anunciou que construirá mais 38 tanques acima do solo até o final de maio, transferindo toda a água contaminada até o final de junho. Isso significa que água altamente contaminada provavelmente continuará a vazar para o subsolo até lá, critica o Greenpeace.
A Tepco se comprometeu a não utilizar os tanques que apresentaram o vazamento e a instalar mais equipamentos para monitorar a radioatividade. A causa exata do vazamento dos tanques subterrâneos não foi identificada e provavelmente apenas será determinada quando forem drenados.
Como se tudo isso não bastasse, a Tepco ainda anunciou que uma cerca submarina instalada perto da usina, destinada a impedir que a vida marinha já atingida pela radioatividade contaminasse ainda mais a cadeia alimentar, também está danificada.
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