O inferno astral de Obama

Não é o Cara: Obama em desaprovação inédita.

De O Globo

Rejeição a Obama nos EUA ultrapassa aprovação

24/08 às 22h35 Fernando Eichenberg, correspondente

WASHINGTON – As pacatas férias do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na ilha de Martha’s Vineyard, foram perturbadas nesta terça-feira pelos resultados da nova pesquisa de opinião Reuters/Ipsos. Pela primeira vez, a maioria dos entrevistados, 52%, desaprovou o desempenho de Obama na Presidência; apenas 45% lhe deram uma nota positiva – o menor índice registrado até agora (48% no mês passado). Em janeiro de 2009, o índice de aprovação do recém-eleito presidente atingia um confortável percentual de 69%. Desde janeiro deste ano, no entanto, a popularidade do titular da Casa Branca está em queda do simbólico patamar de 50%.

Outros dados da sondagem também deverão servir de reflexão para o presidente durante seus dias de descanso insular. Entre as pessoas ouvidas, 92% manifestaram inquietação com o atual índice de 9,5% de desemprego, e 72% se disseram extremamente preocupadas com o desemprego em geral no país. Outros 67% igualmente expressaram sua extrema preocupação com os atuais gastos do governo – 54% consideram mais importante reduzir o déficit público, e 43% priorizam o corte de impostos para todos os americanos. Na avaliação geral, 62% apontaram que o país está no rumo equivocado.

Em relação às eleições legislativas de 2 de novembro, 46% dos eleitores registrados disseram que votariam no Partido Republicano, e 45% escolheriam candidatos democratas. Entre o total de entrevistados, o partido do governo supera por pouco a oposição: 45% a 43%. O Partido Democrata, no entanto, perdeu 10% da importante vantagem que possuía na pesquisa de fevereiro último.

Como consolo ao presidente, sobre o mau funcionamento da política em Washington a pesquisa apontou um maior número de queixas aos republicanos (36%) do que aos democratas (28%). A sondagem Reuters/Ipsos, de margem de erro de 3 pontos percentuais, ouviu 1.063 adultos entre 19 e 22 de agosto.

Em pleno clima de campanha eleitoral, e aproveitando os desfavoráveis índices do governo, o líder da minoria republicana na Câmara, John Boehner (Ohio), exigiu, também na terça, a demissão da equipe econômica de Obama – incluindo o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, e conselheiro da Casa Branca, Larry Summers – pela sua incapacidade de estimular a economia e gerar empregos.

Na ausência de Obama, o vice-presidente Joe Biden se encarregou de responder com ironia às declarações do parlamentar republicano.

– Um conselho muito construtivo e agradecemos aos líderes por isso – disse Biden, ao deixar claro que o governo não levaria a sério suas provocações. 

Luis Nassif

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