Repórteres Sem Fronteira e a crítica ao Wikileaks: risco ao futuro da internet.
Da Folha.com
Organização critica site Wikileaks por divulgar documentos militares secretos
DA EFE, EM PARIS
A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) lamentou nesta quinta-feira que o site Wikileaks –que recentemente publicou milhares de documentos militares com dados sobre a guerra no Afeganistão– tenha colocado em perigo a vida dos colaboradores afegãos da coalizão internacional no país, ao revelar a identidade deles.
“Os talebans e outros grupos armados podem estabelecer, a partir de tais documentos, uma lista negra de pessoas a quem matar e contra as quais realizar sangrentas vinganças”, assegurou o secretário-geral da RSF, Jean-François Julliard, em carta aberta dirigida ao fundador do Wikileaks, Julian Assange.
A ação não só põe em risco as fontes mas também “o futuro da internet como suporte de informação”, acrescentou a ONG, que teme que as filtragens possam constituir “uma boa razão para que Estados considerados democráticos vigiem a internet mais de perto”.
A RSF criticou também a “metodologia” usada pelo Wikileaks, pois “um trabalho jornalístico requer uma seleção das informações”, e não apenas “publicar sem discernimento 92 mil documentos secretos”.
“O Wikileaks é um meio de comunicação e, como tal, está submetido às normas de responsabilidade de publicação” de todos os demais, acrescenta a RSF.
No entanto, a ONG pela liberdade de imprensa reconhece a utilidade do trabalho do Wikileaks, que em outras ocasiões disponibilizou ao público “informações que ressaltavam as graves violações aos direitos humanos e às liberdades públicas cometidas pela Administração” do ex-presidente americano, George W. Bush.
A RSF cita como exemplo o vídeo divulgado pelo site em abril no qual se via um helicóptero americano atacando uma equipe de colaboradores da agência de notícias Reuters em Bagdá.
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