Líder da oposição na Bolívia pede ajuda de militares e lança ultimato contra Morales

Tensão aumentou após reeleição de Evo Morales; Líder da oposição de Santa Cruz de La Sierra chamou militares para intervirem na crise política

Jornal GGN – Um dos principais líderes da oposição na Bolívia, Luis Fernando Camacho, lançou um ultimato ao presidente reeleito no país, Evo Morales, durante um comício no sábado (2) à noite.

“[Morales] tem 48 horas para renunciar, porque nesta segunda-feira às sete horas da noite (20h00 no horário de Brasília), vamos tomar medidas e garantimos sua saída”, declarou diante de uma multidão em Santa Cruz, uma das regiões mais ricas do país e reduto da oposição.

Camacho e grupos contrários à Evo Morales exigem a anulação da eleição de 20 de outubro e a convocação de um novo pleito, tanto presidencial quanto legislativo. Eles alegam que a eleição foi “fraudulenta”.

Durante seu discurso no sábado, Camacho leu uma carta dirigida aos chefes das Forças Armadas, pedindo para “estarem ao lado do povo”, se tornando o primeiro político do país a pedir a intervenção militar na crise política recente.

Os primeiros protestos na Bolívia começaram no dia seguinte à votação que reelegeu Morales, quando cerca de 140 foram feridos. Mais recentemente, dois manifestantes da oposição foram mortos em Santa Cruz. Apesar de seis suspeitos pelo crime terem sido presos na última sexta-feira (1), Camacho responsabiliza Morales pelas mortes.

Entre os argumentos da oposição para tirar Morales do poder está o fato de o presidente ter ignorado um referendo realizado em 2016, no qual 51,3% da população rejeitou o reeleição por tempo indeterminado. Cerca de um um ano depois, em 2017, o Tribunal Constitucional permitiu que o presidente se recandidatasse.

A oposição também aponta que o sistema de contagem de votos ficou paralisado por 20 horas. A situação levou a Organização dos Estados Americanos (OEA), que enviou 92 observadores para acompanhar as eleições no país, pedir que o Tribunal Supremo Eleitoral boliviano explicasse porque a transmissão dos resultados preliminares foi interrompida.

Na quarta-feira (30) passada, a missão da OEA ainda concordou em realizar uma auditoria das eleições no país. Entretanto, no domingo (3), o chefe da missão, o mexicano Arturo Espinoza, pediu demissão admitindo ter publicado artigos críticos sobre Morales.

Morales foi eleito em primeiro turno com uma margem apertada, de apenas três pontos percentuais em relação a Óscar Ortiz, de Santa Cruz de La Sierra. O presidente enfrenta forte crise da oposição desde que assumiu o comando do país pela primeira vez, em 2006.

Pesquisas realizadas antes do pleito mostravam que a rejeição a Morales no departamento de Santa Cruz, o reduto da oposição, caiu em relação aos anos anteriores. O instituto IPSOS, apontou que Morales teria 24% das intenções na região, empatando com o atual ex-presidente Carlos Mesa e três pontos atrás do senador “camba” Óscar Ortiz.

Redação

2 Comentários

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  1. Esta direita na america do sul é mesmo uma merda. Nao aceitam derrota e nao têm escrupulos em falir um país e sacrificar um povo para atingir seus objetivos.
    Vide o crapula do Aécio. Hoje comprovadamente corrupto e que levou o país ao caos junto com seu partido, psdb e com o dem, que foram os espermatozóides desta cagada que se instalou no Brasil.
    É recomendavel que Fernández fique atento a golpes similares ou mais subrepiticios, como por exemplo a atitude do canalha do macri que acaba de liberar aumento de combustivel, o que parece uma tentativa de criar um efeito dominó negativo na economia.

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