Maia oficializa suspensão de 14 parlamentares do PSL, incluindo Eduardo Bolsonaro

Grupo foi enquadrado por agir contra o presidente do partido, o deputado federal Luciano Bivar (PE), na crise que se abriu entre ele e o presidente Jair Bolsonaro

Jornal GGN – Todos os 14 deputados do PSL, suspensos pela liderança da sigla, tiveram as sanções confirmadas pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O anúncio foi realizado nesta terça-feira (12).

“Os deputados sancionados ficam afastados do exercício de funções de liderança ou vice-liderança, como ficam impedidos de orientar a bancada em nome do partido e de participar da escolha do líder da bancada durante todo o período de desligamento”, afirmou Maia em ofício.

O presidente do Legislativo observou, por outro lado, que as punições trazem consequências negativas à própria sigla, “uma vez que certos institutos regimentais têm como referência o tamanho atual da bancada do partido ou bloco, a exemplo do cálculo do tempo das comunicação de liderança, da definição sobre o número de requerimentos de destaque de bancada”.

As sanções foram divulgadas pela direção do PSL contra um total de 18 parlamentares no dia 3 de dezembro. O grupo foi enquadrado por agir contra o presidente do partido, o deputado federal Luciano Bivar (PE), na crise que se abriu entre ele e o presidente Jair Bolsonaro. 14 deles foram suspensos, entre eles o filho do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) e líder do PSL, Eduardo Bolsobaro. Os demais receberam apenas advertências.

A crise dentro do PSL começou quando, em outubro, quando, ao sair do Palácio da Alvorada, Bolsonaro pediu para um apoiador esquecer o PSL e, ainda, que o presidente nacional do partido, Bivar, estava queimado.

Bivar é um dos nomes do PSL citados nas investigações sobre as candidatas laranjas do partido nas eleições de 2018. A denúncia do esquema, iniciada a partir de reportagens da Folha de S.Paulo, gerou dois inquéritos. Um deles está na Justiça Eleitoral de Pernambuco, reduto de Bivar.

O outro inquérito tramita na justiça de Minas Gerais. Nele a Polícia Federal e o Ministério Público acusam o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, e outras 10 pessoas pela prática dos crimes de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa.

A ação de Bolsonaro em abandonar a liderança do PSL que, mais tarde, acabou oficializando sua saída da sigla, aponta para uma estratégia do presidente se afastar das denúncias sobre o esquema de candidaturas laranjas.

Alguns dias antes de ele pedir para o apoiador esquecer o PSL, a Folha havia divulgado uma reportagem com o depoimento de Haissander Souza de Paula à PF, que foi assessor de Álvaro Antônio. Ele afirmou achar que “parte dos valores depositados para as campanhas femininas”, empregadas como laranjas do partido, “na verdade, foi usada para pagar material de campanha de Marcelo Álvaro Antônio e de Jair Bolsonaro”. A matéria traz ainda dados de uma planilha apreendida em uma gráfica pela PF sugerindo que o dinheiro desviado de candidatas laranjas do PSL mineiro foi para montar caixa dois à produção de materiais das campanhas de Bolsonaro e Álvaro Antônio.

O clima de tensão no PSL entre as alas bivaristas e bolsonaristas aumentou em outubro, quando o filho do presidente, deputado Eduardo Bolsonaro articulou uma lista para assumir liderança do partido na Câmara. Em meio a guerra, o então líder, deputado Delegado Waldir (GO), apoiador de Bivar, decidiu entregar o cargo. Os aliados dos Bolsonaro ainda conseguiram derrubar mais de 100 diretórios municipais do PSL, que chegou ater 340 em 645 municípios.

O grupo bolsonarista tenta articular a oficialização de um novo partido, chamado de Aliança pelo Brasil. Pelas regras da legislação eleitoral, deputados estaduais e federais precisam esperar a janela partidária, período aberto a poucos meses antes da eleição, para mudar de sigla. Apenas políticos eleitos para cargos majoritários podem se filiar a um novo partido, portanto prefeitos, governadores, senadores e o presidente da República.

Entre os parlamentares do PSL que receberam as maiores penalidades estão, além de Eduardo, Bibo Nunes (RS), Alê Silva (MG) e Daniel Silveira (RJ). Todos estão suspensos de todas as atividades parlamentares por 12 meses.

Já Carlos Jordy (RJ) recebeu suspensão por 7 meses e Carla Zambelli (SP) e Bia Kicis (DF) por 6 meses, cada uma. Entre os parlamentares que sofreram a advertências (a pena mais branda) estão Aline Sleutjes (PR) e Hélio Lopes (RJ).

Além dessas medidas, o Diretório Nacional do PSL dissolveu o diretório de São Paulo, retirando da presidência Eduardo Bolsonaro. A nova direção no estado será decidida após a escolha do novo líder do partido na Câmara, que passa a não ser mais Eduardo Bolsonaro.

Apesar de todas essas sanções, o deputado, filho 03 de Bolsonaro, continuará na presidência da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional por ter sido eleito pelos membros do órgão para assumir o posto.

Redação

2 Comentários

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  1. Nassif: esse chileno não é de dá ponto sem nó. Poderia enrolar o caso, até as coisas desanuviarem pra cima do Messias e o PartidoDaBala, à todo vapor, deslanchar. Que será que tá tramando?

  2. Ou seja, a referida comissão da câmara de deputados (em minúsculas), esquece que o tal filhote-hamburguês do bolsonazi só lá estava por ser o representante do psl (mais minúsculas) e que, agora, sendo suspenso das atividades daquele partido, perdeu a representação e, por consequência, a presidência da mesma. Mas, como esses deputados chupam-cana-e-assobiam impropriedades (talvez, até mesmo, criminosas), fica tudo por isso mesmo. Bando é muito pouco: batalhão.

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