Manifestação pede melhoria da Comissão da Verdade

Atualizado às 17h55

Da Agência Dinheiro Vivo

Acompanhe ao vivo – via twitcam – protesto realizado na Av. Paulista, para pedir alteração no projeto da Comissão da Verdade, criada para investigar crimes de violação de direitos humanos praticados durante a ditadura militar no Brasil:
http://twitcam.com/6ox5k 

Da Rede Brasil Atual

Protesto em São Paulo pede alteração no projeto da Comissão da Verdade

Nesta sexta-feira, ativistas vão defender que mudanças sejam realizadas pelo Senado, onde o texto tramita depois de ter sido aprovado pela Câmara

São Paulo – O Comitê Paulista pela Memória, Verdade e Justiça promove manifestação nesta sexta-feira (30) para pressionar o Senado a promover modificações no projeto que cria a Comissão da Verdade. O ato está programado para as 16h30, no vão livre do Masp, na avenida Paulista, região central da capital paulista. Ativistas de direitos humanos, ex-presos políticos, parentes de mortos e de desaparecidos políticos são esperados no protesto.

Aprovado na semana passada pela Câmara Federal, o projeto está no Senado. Apesar de ter origem no Executivo, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) assumiu a relatoria, como forma de dar um caráter pluripartidário à iniciativa. Por causa de acordos entre governo e oposição, o parlamentar – que tem histórico de participação na guerrilha armada contra a ditadura – deve ter pouca margem para alterar o texto.

Depois da concentração no Masp, o ato prevê uma passeata até o prédio da Presidência da República na capital paulista, na esquina da avenida Paulista com a rua Augusta.

No local, representantes do comitê pretendem protocolar um manifesto encaminhado à presidenta Dilma Rousseff com as demandas de alterações no projeto. Segundo os ativistas, o manifesto é assinado por nomes como Chico Buarque, Frei Betto, João Pedro Stédile, além de juristas, magistrados, entre outros.

Durante a caminhada os manifestantes entregam uma Carta Aberta à População em que pedem a abertura imediata dos arquivos da ditadura, a punição dos torturadores e o cumprimento da sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA). A referência é à decisão de que o Estado brasileiro não pode usar a Lei de Anistia de 1979 como desculpa para deixar de investigar e punir os culpados pela repressão a militantes contra a ditadura no episódio conhecido como Guerrilha do Araguaia.

Nova linha

Entre as reivindicações dos ativistas está impedir que militares participem da Comissão da Verdade e que os resultados das investigações possam ser entregues ao sistema judiciário para a responsabilização civil e criminal de torturadores, assassinos e empresários que financiaram a repressão política no país durante os chamados anos de chumbo.

São pleiteadas ainda questões como a substituição da expressão “reconciliação nacional”  por “consolidação da Democracia”, na lista de objetivos da comissão. Segundo os organizadores, o ajuste reduziria a possibilidade de repetição dos excessos da ditadura.

Os manifestantes também querem que a Comissão que vier a ser formada tenha poderes para apurar os responsáveis pela prática de violações de direitos humanos no período e o dever de enviar suas conclusões para as autoridades.

Luis Nassif

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