MASP proíbe lançamento de livro escrito por Guilherme Boulos; editora vê “atentado à liberdade de expressão”

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Editora Contracorrente já havia assinado a minuta do contrato de locação do auditório do MASP quando recebeu a notícia de recuo da diretoria

Guilherme Boulos e o livro novo
Fotos: Brasil 247/Divulgação

A diretoria do MASP – Museu de Arte de São Paulo – proibiu a locação de um espaço já visitado e reservado pela Editora Contracorrente para lançamento do livro “Sem medo do futuro”, escrito pelo político e líder de movimento social Guilherme Boulos (PSOL), pré-candidato a deputado federal por São Paulo.

Em nota de repúdio publicada nas redes sociais, a editora Contracorrente afirma que recebeu um aviso, no dia 29 de abril, dando conta de que a “diretoria do museu” mandou avisar que o lançamento do livro no auditório do MASP, programada para o dia 3 de maio, às 19 horas, fora cancelada.

Lançamento do livro de Guilherme Boulos mudou para a Livraria da Vila, em Pinheiros

“Para nossa surpresa, o Museu, quatro dias antes de evento, recusou-se a alugar o auditório para a Editora Contracorrente, sob o argumento de que é ‘uma instituição privada sem fins lucrativos, independente e isenta’, cujo estatuto proíbe a realização de quaisquer manifestações de caráter político. Convém observar que a equipe da editora já havia realizado visitas técnicas, avaliado e assinado a minuta contratual e iniciado a divulgação do lançamento”, afirma a editora.

Para a Contracorrente, houve “cometimento de um grave atentado à liberdade de expressão por uma das mais importantes instituições culturais do país.” A nota registra “nossos mais veementes protestos contra a mencionada decisão do MASP de proibir o lançamento de um livro escrito por um dos mais relevantes homens públicos do Brasil.”

“Não é aceitável que também o MASP confunda cultura e livros com disputa política, nas sombras da polarização mais rasteira. A confusão esclarece que, também a direção do MASP, ou alguém nela, tem posição: o obscurantismo e a intolerância.”

A nota é assinada por Camila Valim, Gustavo Marinho, Rafael Valim, Silvio Almeida e Walfrido Warde.

O livro será lançado no dia 3 de maio, às 19 horas, na Livraria da Vila (Rua Fradique Coutinho, 915), em São Paulo.

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Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

3 Comentários

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  1. O DNA Esquerdopata-Fascista ainda está presente em todas estruturas da Nação. São 92 anos de Ditadura, Arbitrio, Censura. Um Espaço Cultural de tamanha relevância Mundial como o MASP, não poderia descer tanto. Um Espaço que homenageia a Cultura de todo Planeta não pode virar as costas para o Cidadão Brasileiro, tentando limitar a transmissão de sua visão e perspectiva da Sociedade que ajuda a construir. Mostra o quanto a Direção do Museu se apequenou nestas décadas todas.

  2. Seria “liberdade de expressão”se tivessem proibido o livro , apenas barraram no seu local , se foi correto ou não são outros 500 mas jogar tudo em “liberdade de expressão” é até vulgarizar o problema.

  3. O preconceito da elite paulistana é terrível. Nos EUA os elitistas brasileiros são capazes de lamber os chinelos dos milionários norte-americanos. Aqui, eles odeiam ver pobres de chinelos palmilhando Shoppings, Teatros e Museus que foram construídos por operários mas só podem ser frequentados pelos “bem nascidos”. Curiosamente, as matronas da elite geralmente são sexualmente muito ativas, debochadas e promíscuas. Em São Paulo, todo “bem nascido” é um pouco filho da puta. Essa filhadaputisse se confirma sempre que alguém profere uma decisão como essa do MASP.

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