Militares não querem novo aliado de Olavo no MEC

Caso Bolsonaro decida por pessoa ligada ao guru para o MEC, haverá chiadeira "sem precedentes" entre integrantes das Forças Armadas

Jornal GGN – A exoneração do ministro da Educação, Ricardo Vélez deve ser publicada no Diário Oficial nesta semana. Na sexta (04), o presidente Jair Bolsonaro confirmou que terá uma reunião com o colombiano naturalizado brasileiro nesta segunda-feira (08) para definir seu futuro no comando da pasta.

Enquanto a indefinição segue, o nome do presidente do Capes, Anderson Correia, volta à aposta para substituir Vélez na Educação. Outro nome que entra na disputa de aliados políticos do governo é o do senador Izalci Lucas (PSDB-DF).

Segundo informações da coluna Painel, da Folha de S.Paulo, integrantes do governo e pessoas próximas a militares que atuam no MEC e no Planalto não querem outra pessoa ligada ao escritor e influenciador digital Olava do Carvalho no comando da pasta.

Se isso acontecer “vai haver uma chiadeira sem precedentes entre integrantes das Forças”, escreve Daniela Lima que assina a coluna.

A gestão atrapalhada de Ricardo Vélez Rodríguez também mostrou que o governo Bolsonaro sofre tensões internas entre dois grupos, especialmente: de um lado os olavitas (ou “olavetes”) e, de outro, os técnicos, vindos do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, e os militares.

A crise se tornou visível na exoneração do coronel Ricardo Roquetti, antes braço direito de Vélez, como diretor do programa do ministro no MEC, e do secretário executivo, Luiz Antonio Tozi, o número dois da pasta. Olavo de Carvalho pediu a cabeça de Roquetti e Tozi porque os dois dirigiram uma reestruturação no MEC que remanejou os integrantes mais ideológicos do Ministério da Educação, afetando a carreira dos “olavetes”.

O embate entre as duas turmas no MEC existiu desde o início do governo Bolsonaro. No início os enfrentamentos eram respeitosos. Mas à medida que os dias se passaram o primeiro grupo (formado pelos mais técnicos e militares) passou a chamar os seguidores de Olavo de Carvalho de “malucos”, “bruxos” e “mestres espirituais”.

Leia também – Rasputin e López Rega: os bruxos terminam em tragédia, por Andre Araujo

Vélez, por sua vez, colocou em risco seu mandato por uma série de gafes. Em entrevista à Veja, chamou brasileiros de canibais porque, segundo ele, “roubam coisas dos hotéis e o assento salva-vidas do avião”. Mais tarde, recomendou às escolas que filmassem seus alunos cantando o Hino Nacional, terminando com a frase “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, o lema de campanha de Bolsonaro.

O ministro tentou contornar, pediu desculpas pelo primeiro episódio e voltou atrás em relação ao segundo. Mais recentemente, sua capacidade a frente do ministério mais cobiçado da Esplanada foi posto em xeque, quando foi incapaz de rebater as críticas da deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP), de 25 anos, durante uma sessão da Comissão de Educação, na Câmara dos Deputados.

Redação

1 Comentário

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  1. O astrólogo não merece qualquer crédito. Não entendo porque os militares dormem no barulho desse estúpido ignorante.
    Afinal, temos ou não temos inteligência nas FA?
    Mourão Presidente já!

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