MPL fará protesto contra cartel do metrô

Sugerido por Assis Ribeiro

Do O Globo

Caso Siemens levará MPL às ruas em SP

Gustavo Uribe

Protesto, marcado para quarta-feira, preocupa cúpula do governo paulista

As denúncias de formação de cartel em licitações do transporte público de São Paulo devem agitar as ruas com mais força nesta semana, o que tem causado dor de cabeça ao governo paulista. O Movimento do Passe Livre (MPL), que esteve à frente das manifestações de junho pela redução da tarifa de ônibus, voltará a protestar na capital paulista na quarta-feira. Desta vez, contra as supostas fraudes denunciadas por funcionários da empresa Siemens.

Desde o início do mês, denúncias sobre o envolvimento de governos do PSDB paulista com empresas privadas na manipulação de licitações públicas para a execução de projetos do metrô e de trens metropolitanos vêm sendo divulgadas pela imprensa. O caso ganhou mais repercussão também porque está sendo investigado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), autarquia ligada ao Ministério da Justiça.

A preocupação no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, é de que a manifestação desta quarta-feira reforce a associação da imagem do atual governo ao escândalo empresarial e, assim, produza mais estragos nos índices de aprovação do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que disputa, no próximo ano, sua reeleição.

Assessores próximos a Alckmin temem também que se repita em São Paulo a onda de protestos que acontece no Rio contra o governador Sérgio Cabral.

Para evitar uma crise maior, a Secretaria da Segurança Pública reforçará, nesta semana, a orientação aos policiais militares para que não entrem em confrontos com manifestantes. Tudo para evitar que se repitam os episódios de violência ocorridos nas manifestações de junho, em São Paulo.

O ato da próxima quarta-feira será realizado no Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo, e contará com a participação, entre outros grupos, do Sindicato dos Metroviários de São Paulo e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto. Um outro protesto, organizado por movimentos de moradia popular e por entidades sindicais, está previsto para a última semana de agosto e também terá como mote as denúncias de formação de cartel no setor de transportes do estado.

– Nós apoiaremos a manifestação, que, na verdade, foi convocada pelo Sindicato dos Metroviários de São Paulo. A reivindicação é de que o dinheiro público seja investido em transporte público, e não haja desvios – explicou o estudante Caio Martins, do Movimento do Passe Livre.

Alckmin tem convivido há dez dias com protestos em frente à sede do governo, na Zona Sul da capital. Um grupo de dez manifestantes está acampado diante do Palácio dos Bandeirantes. Eles não descartam deslocar o protesto para a frente do imóvel onde Alckmin mora.

Luis Nassif

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