No Twitter, Bolsonaro privilegia mais os eleitores radicais à direita

Levantamento do GPS Ideológico, da Folha, aponta que presidente responde mais à base social que segue Olavo de Carvalho

Jornal GGN – Quase 35% das pessoas que o presidente retuitou neste ano vêm dos 5% de usuários mais à direita, segundo a categorização feita pelo GPS Ideológico, ferramenta produzida pela Folha de S.Paulo para monitorar discussões políticas no Twitter.

Segundo o levantamento, os 5% mais radicais à direita também estão no grupo que mais compartilha textos do ideólogo e guru do governo Bolsonaro Olavo de Carvalho. O escritor é responsável por uma série de ataques aos militares, amplificados nas últimas semanas.

Ainda, segundo o GPS Ideológico, mais de 70% dos que retuitaram mensagens de Olavo com ataques aos militares estão no grupo dos 5% mais à direita.

O presidente Jair Bolsonaro, ao invés de se comportar no sentido de equilibrar o pêndulo da disputa entre o escritor e os militares, parece preferir seu guru. A ferramenta da Folha mostra que ao retuitar mensagens, o líder do Planalto tem privilegiado mais os radicais à direita: 35% do total de 58 pessoas que foram retuitadas por Bolsonaro estão entre os 5% mais à direita.

Modelo

Segundo a Folha, o GPS Ideológico categorizou 1,7 milhão de usuários do Twitter considerando quem eles seguem. Por exemplo, as pessoas que apresentaram na lista de segudiores o PSL, foram deslocadas para a direita, as que seguem Guilherme Boulos, líder do MTST, para a esquerda, e assim por diante.

A partir dessa divisão, a ferramenta conseguiu analisar o comportamento de diversos grupos categorizando, por exemplo, que as respostas dos generais Santos Cruz e Paulo Chagas ao ideólogo do bolsonarismo teve pouco compartilhamento entre os 5% de usuários mais à direita. Para ler a matéria da Folha na íntegra, clique aqui.

Pivô de crises no governo

O escritor e guru do presidente Bolsonaro vem atacando membros do Exército que fazem parte do governo desde fevereiro, especialmente o vice-presidente Hamilton Mourão e o general Santos Cruz, Ministro da Secretaria de Governo.

Segundo Olavo, o objetivo de Santos Cruz é “impedir a despetização da Apex”, agência de promoção de produtos e serviços brasileiros no exterior, já o general Mourão estaria por trás de uma tentativa de golpe.

No início da semana, o ex-comandante das Forças Armadas, general Villas Bôas publicou uma mensagem via redes sociais apontando Olavo como “verdadeiro Trotski de direita” e responsável por “acentuar as divergências nacionais”.

Em seguida, Olavo publicou que Villas Bôas era “um doente preso a uma cadeira de rodas“, onde militares fragilizados buscam proteção.

Em seguida, o ex-comandante das Forças Armadas disse à imprensa considerar o escritor escritor o pivô das crises enfrentadas na gestão Bolsonaro.

“Praticamente todas as crises que nós vivemos desde que o presidente Bolsonaro assumiu têm a participação direta ou indireta do Olavo de Carvalho, que não contribui”, pontuou. “Temos tantas questões importantes, e a gente fica dispersando energia com questões que absolutamente não contribuem para a solução dos problemas”, concluiu o general.

Na quarta-feira (8) a noite, o ideólogo divulgou um vídeo, visivelmente preocupado, justificando porque chamou Villas Bôas de doente e voltou a acusar Santos Cruz de impedir a “despetização” da Apex. Continue lendo mais sobre isso em: ‘Alguém vai parar na cadeia, e não sou eu’, diz Olavo se referindo a Santos Cruz

Redação

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