Novo número 2 da Abin, Marco Cepik sugeriu a desmilitarização da agência

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

Cepik assume o posto após a exoneração do delegado Alessandro Moretti, em meio ao escândalo conhecido como “Abin paralela”

Marco Cepik assume cargo de diretor-adjunto na Abin. | Foto: Reprodução/Lattes CNPQ

O chefe da Escola de Inteligência da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Marco Aurélio Chaves Cepik, foi nomeado como novo diretor-adjunto do órgão, nesta terça-feira (30). O professor foi um dos autores das propostas ao grupo de transição de governo que moldaram a atual configuração da Abin.

Cepik assume o posto de número 2 da agência após a exoneração do delegado Alessandro Moretti, em meio ao escândalo que ficou conhecido como “Abin paralela”. O ex-diretor foi apontado como o elo entre a atual gestão e a de de Jair Bolsonaro (PL), que teria orquestrado um esquema monitoramento ilegal de pessoas, sob a supervisão do ex-chefe do órgão Alexandre Ramagem. 

Doutor em Ciência Política e docente na Universidade Federal do Rio Grande do Sul desde 1995, hoje Cepik é professor titular do Departamento de Economia e Relações Internacionais (DERI) da instituição. Entre 2011 e 2021, foi diretor-executivo do Centro de Estudos Internacionais sobre Governo (CEGOV) em Porto Alegre (RS) e teve uma boa avaliação no comando da Escola de Inteligência da Abin.

Na transição de governo, Cepik sugeriu a desmilitarização da agência e subordinação à Casa Civil, o que foi seguido pelo governo Lula (PT). Até então, na gestão Bolsonaro, hoje alvo de investigações da Polícia Federal (PF), a Abin era braço do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), então comandado pelo general da reserva Gonçalves Dias.

Segundo o Valor, o projeto de transição assinado por Cepik revelou uma preocupação com a governança e o controle externo da Abin e sugeriu que órgãos de supervisão da Política Nacional de Inteligência (Sisbin), como o GSI, a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Casa Civil ficassem de fora do sistema para que fosse preservada a “isenção” de suas funções, o que também foi seguido.

Sobre os atos golpistas de 8 de Janeiro, Cepik já afirmou que são um marco antidemocrático sem precedentes, mas que no sentido tático não houve fala da Abin, já que alertas antecipados foram emitidos pelos órgãos de inteligência responsáveis.

Vale ressaltar que, assim como o próprio Moretti, Cepik também é do mesmo grupo de policiais e acadêmicos próximos de Tarso Genro (PT), que foi ministro da Justiça do primeiro governo Lula.

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1 Comentário

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  1. Saúdo a entrada de Cepik na direção da ABIN. Uma lufada de profissionalismo numa agência onde corria a desbragada busca de interesses particulares ao arrepio da lei.
    Igualmente a desmilitarização e o controle civil são urgências.
    Os militares têm seus órgãos de informações voltados a seu campo de ação o que também é necessário e de grande importância.
    Cada macaco no seu galho.
    Uma limpeza talvez tenha atos importantes sem a sempre lembrada caça às bruxas o que, tenho certeza, será evitado sob a nova visão a ser, seguramente, definida por Cepik.

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