O sistema político brasileiro precisa recuperar a sua honra, por J. Carlos de Assis

Mais do que as campanhas eleitorais anteriores, a que acaba de ser ganha por Dilma deixa marcas profundas nas relações pessoais entre os brasileiros. Disputas políticas sempre correm o risco de extrapolar para a radicalização emocional. Em última instância, é a emoção, não a razão que conduz o voto da maioria dos eleitores. A identificação com um candidato não é diferente da identificação com um artista. O candidato não ganha, nós ganhamos; o candidato não perde, nós perdemos. Num caso é a exaltação. Noutro, a frustração individual.

Não tivemos um resultado eleitoral trivial. Tivemos quase um empate. A sociedade ficou virtualmente dividida em partes iguais. Embora o perdedor tenda a considerar-se dono da metade que o apoiou, não obstante a significativa ausência de José Serra e Alkmin em seu discurso de perdedor no Senado, seria uma tragédia nacional que isso significasse um impasse permanente da política até as próximas eleições. Quatro anos é tempo demais para que a sociedade fique entregue a querelas políticas entre governo e oposição. Como as relações pessoais, também as públicas, em nome do interesse nacional, tem que ser reconstituídas.

Entretanto, é a vitoriosa, não o perdedor quem tem o dever político de construir pontes com os eleitores que votaram contra ela. É um equívoco confundir esse apoio com os lemas ideológicos dos partidos perdedores. Pensar que quem votou contra Dilma fez uma opção pelo neoliberalismo, pelo tripé macroeconômico, pelo banco central independente é ignorar o fato de que a esmagadora maioria da sociedade não tem a menor ideia do que significa neoliberalismo e todos esses mantras recorrentes da ortodoxia econômica.

Se eu puder fazer uma conjectura – e conjecturas é o máximos que nós, analistas políticos e econômicos, podemos fazer -, votaram contra Dilma milhões de eleitores que tem em seu inconsciente coletivo o sentimento de repulsa ao que eles acreditam tenha sido o chamado “mensalão”, ao qual se acrescentou a sombra ainda mais negra do “petrolão”. Se a presidenta quiser fazer uma ponte com a oposição, ela, ou os partidos que a apoiam, tem o dever cívico de tirar esses dois esqueletos do armário e expô-los à opinião pública.

O “mensalão” está enterrado até os ossos no inconsciente coletivo brasileiro. Não falo apenas dos opositores de Dilma. Falo também de milhões de militantes do PT que tem profunda vergonha do que aconteceu com muitos dos principais líderes de seu partido apresentados pelo STM, sem defesa eficaz, como criminosos, quadrilheiros e prevaricadores. Quando digo a qualquer pessoa, do PT ou fora do PT, que os réus do chamado “mensalão” foram julgados e condenados sem prova eles se espantam e mudam de assunto.

Como a mais alta corte do país, onde se sentam luminares do Direito, poderia cometer esse crime contra a Justiça e contra os homens? Pessoas de senso comum rejeitam a hipótese de que um procurador geral da República e um ministro togado do STM possam ter protagonizado uma farsa cujo objetivo último era destruir as possibilidades eleitorais do PT na linha exata do que havia sido proposto, publicamente, por Roberto Jefferson, o primeiro acusador. A acusação, curiosamente, acabou saindo do seu controle pois quando afirmou que realmente não havia “mensalão”, ninguém acreditou: fala-se ainda hoje em “mensalão”, sua primeira versão, como se fosse fato consumado.

É que, sem “mensalão”, caía por terra a narrativa construída pela Procuradoria Geral da República de corrupção ativa e passiva – a grotesca relação entre saques em banco e votações no Congresso -, de peculato, de gestão temerária. E com ou sem “mensalão” se construiu a grande monstruosidade jurídica armada para condenar Dirceu, o infame domínio do fato sem prova de culpa, pelo qual nada que acontecesse abaixo ou acima da direção do PT poderia escapar ao seu controle ou sob sua ordem, a exemplo dos generais de Nuremberg condenados (porém com provas) pelos crimes de seus subordinados.

Quanto ao “petrolão”, ao contrário, trata-se de uma gigantesca fraude com ramificações reais que possivelmente ultrapassam de muito as modestas dimensões do caixa dois do “mensalão”. A dois senadores amigos meus, a Presidenta Dilma teria dito que, na medida em que as investigações vão a fundo, não restará pedra sobre pedra da estrutura política brasileira. Em verdade, o que está em jogo nesse escândalo não é apenas corrupção passiva e ativa, mas os esquemas de captação de recursos para partidos políticos (ou para políticos individualmente) através de diretorias de empresas estatais disputadas ferreamente pelos partidos em troca de garantir base eleitoral no Congresso para o Governo. Portanto, um subproduto da multiplicidade disfuncional de partidos políticos no país, suportados por um imoral fundo partidário e por imorais compras e vendas de tempo de televisão nas eleições.

Algum tempo atrás um gerente intermediário da Petrobrás me relatava como era possível “captar” recursos para o partido que o indicasse. Não era através das grandes licitações, como foi o caso de Paulo Roberto. Era através de licitações médias através de cartas-consulta. Eram exigidas três, e a vencedora, mesmo ganhando a licitação, era convencida a reduzir um pouco mais o preço e dar a diferença para o partido (e o gerente). Como o valor bruto do produto ou serviço era o menor da licitação, era possível racionalizar a correção do processo porque, afinal, a Petrobrás não saía no prejuízo!

Não sei como seria possível impedir de forma absoluta esses atos de corrupção em empresas estatais. Os ideólogos neoliberais aproveitam-se da situação para dizer que a solução definitiva é a privatização delas. É uma simplificação grosseira. Os Estados Unidos, o país mais privatista do mundo, tem milhares de casos de corrupção por ano. A única solução realista, a meu ver, é a punição exemplar. E é isso que se espera do processo do “petrolão” – este, espera-se que sem o viés político do inacreditável “mensalão”, embora certamente afetando a credibilidade de vários partidos, inclusive do PT.

Voltando ao inconsciente coletivo, não são os fatos do “petrolão”, mas o que se divulgou em torno dele, por enquanto sem provas explícitas – inclusive através da capa infame de Veja querendo imputar o “petrolão” a Dilma e Lula -, que se somou ao fatídico “mensalão” para criar uma animosidade difusa contra a reeleição de Dilma. Muitos votaram contra a corrupção do PT, “esse partido de mensalões e petrolões”, não contra Dilma nem a favor de Aécio. E é justamente a esses que a Presidenta deve uma satisfação. Aos quais convém somar os que, votando nela, não o fizeram por ela, mas contra Aécio, com medo de uma virada regressiva na política econômica.

Contudo, como a eleição já foi decidida, o leitor poderá perguntar: por que voltar ao tema do “mensalão”, ou por que relacionar “mensalão” e “petrolão” como fatos políticos relevantes? Isso não é assunto vencido? Não. Mais do que a credibilidade do PT e de partidos da base governo, e da própria oposição, está em jogo. Está em jogo a credibilidade do sistema político brasileiro. Se não houver uma limpeza de área em relação a esses dois escândalos –ou escândalo fabricado, no caso do “mensalão” -, o sistema político brasileiro terá perdido a honra. E um sistema político sem honra não poderá salvar-se a si mesmo, e muito menos a nação.

O grande teste será a composição do Governo no segundo mandato. Como conciliar a necessidade de ter uma base estável com o imperativo de preservar as estatais de assaltos por parte de algumas lideranças partidárias mais famintas? Já disse que não sei. A técnica da Presidenta tem sido a de nomear e depois demitir ao primeiro indício de irregularidade, como fez no início de seu primeiro mandato. Contudo, isso não foi suficiente, conforme prova o escândalo na Petrobrás. Talvez ela deva correr o risco da minoria, ou de uma maioria instável no Congresso. Para cada votação significativa, convocaria uma rede de tevê. E traria o adversário, conforme Gramsci, para uma posição da qual ele só possa recuar com desonra!

 

*Economista, doutor pela Coppe/UFRJ, professor de Economia Internacional da UEPB.

Redação

19 Comentários

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    1. Domesticar a mídia? kkk.

      Domesticar a mídia? kkk. Quanto mais livre e libetária ela for, melhor para qualquer governo. E melhor ainda para a sociedade que estará sendo conduzida por esse governo, que tem um poder enooorme. Lembre-se: governos vêm e vão. O estado, a sociedade  e suas instituições ficam.

  1. Re primeira sentenca:
    “Mais

    Re primeira sentenca:

    “Mais do que as campanhas eleitorais anteriores, a que acaba de ser ganha por Dilma deixa marcas profundas nas relações pessoais entre os brasileiros”:

    Acabei de conversar com minha irma, ela tava preparando pra janta e resolveu me chamar.  (So que sao seis da tarde na Australia e eram 3 horas da manha aqui e ela pensou que era 6.)

    Ela me disse que a Australia e Nova Zelandia estao cheias de estudantes brasileiros do Ciencia Sem Fronteiras.  E que eles falam horrores de Dilma.  So essa parte da conversa levou uns 5 minutos.  Ela esta chocada com a falta de respeito que os brasileiros tem com Dilma, como tiveram com Lula, alias.

    Lembrete aos brasileiros no exterior:  va pro caralho de uma vez, porra.

    Nao, esse prejuizo nao eh so no Brasil.  Eh pro mundo todo que os brasileiros estao levando sua ignorancia.

  2. O fascismo congelado por mais 4 anos.

    Dilma fez um bom governo, mas votei, principalmente, contra os métodos do PSDB, que após oito anos de privatizações deixou o país praticamente falido, mesmo depois de recorrer ao FMI por três vezes. Naquela época, eu pensava que o desemprego era passageiro, apenas ajustes do Plano Real. Não era, o desemprego era Real, era uma necessidade dos tucanos para manterem a inflação baixa numa situação de alto desemprego.

    As vendas das estatais foram transformadas num dinheiro invisível, ninguém viu e nem FHC sabe explicar exatamente o que aconteceu com ele. Todos sabem como o dinheiro entrou, ninguém viu como ele saiu. Além do mais, naquele governo, vi a arrogância. Vi um colega, economista pela UFRJ e pós graduado em Sistemas de Auditoria pela FGV-RJ ser passado para trás por um bajulador infame, formado, perdoem a dureza da frase, pelas FMU de São Paulo.

    Era como tirar Pelé na final Brasil x Itália e eu entrar no lugar Dele. Eu que nunca soube passar de primeira e matar uma bola decentemente. Foi contra tudo isso que eu votei. Claro, pesou também a postura do playboy, suas façanhas nas noites cariocas e surras que aplicava regularmente nas vagabundas que conhecia nas boates do Rio. Eu não queria e não quero isso para o meu país. O jornaleiro da minha rua, supertucano, que se informa pelo excremento que vende (Revista do Esgoto à frente), votou no Aécio, mas nem sabia que ele era neto do Tancredo. Triste, muito triste. Medonho, até.

  3. Recuperar uma honra que nunca

    Recuperar uma honra que nunca teve é missão impossível. Tivemos e ainda temos políticos honrados, mas nunca nosso sistema político foi honrado e nenhum, sob a égide capitalista, o é. É apenas uma questão de quantidade e de modus operandi que os diferencia.

    Vencida esta etapa, tenho que concordar com a questão do mensalão. Um dia, o PT terá que honrar seus companheiros sacrificados, mas se Dilma o fizer logo no início do segundo mandato, aí a resenha do impeachment pode tomar corpo, pois as emoções ainda estão à flor da pele. Não é o momento; um líder tem que saber também os momentos de jogar.

    A questão dos desvios de dinheiro para campanhas só será resolvida com a reforma eleitoral e o fim do financiamento privado; não tem outro jeito e não tem investigações e punições que mudem essa realidade sem mudar o sistema. Nós bem conhecemos o funcionamento da polícia, do MP e do Judiciário para saber o tamanho do problema. Esperar que todos sejam punidos é esperar Papai Noel.

    Mas nada disso é o problema real. O problema real é econômico-político. O PT não pertence às elites e elas não os querem no comando. Se Dilma conseguisse, milagrosamente, acabar com a corrupção e bombar na economia, ainda assim surgiriam enormes e intransponíveis problemas que dividiriam o país novamnete. Nosso país nasceu dividido e, penso, que assim acabará, embora com uma divisão menos desigual. Se Aécio tivesse sido eleito, o problema da corrupção acabaria no mês seguinte; nós já vimos esse filme antes. O país não está dividido entre honestos e desonestos; o país está dividido entre a casa grande e a senzala, ainda. O resto é propaganda, como bem sabia Goebbles.

  4. Comunicação Decente Já!

    Etapa 1: Haddad combate eficazmente a corrupção em SP. Etapa 2: O PIG divulga, criminosamente, que Haddad (ou gente do seu partido) está enredado em corrupção. Pouco ou nada divulga sobre trapaças dos tucanos et caterva. Etapa 3: Aumenta a “sensação de corrupção” em SP; os paulistanos compram a ideia de que PT = corrupção.

    Isso ocorre também a nível nacional.

    Quanto mais a Dilma combater a corrupção, mais o PIG irá espalhar que “os políticos são todos corruptos” (solução: golpe militar) ou que “os petistas são todos corruptos” (solução: golpe e governo PSDB).

    Soluções?

    1 – Blog do Planalto. Ágil, bem feito, interessante, abrangente. Comunicação direta com o eleitor, em base permanente.

    2 – Coletivas de imprensa regulares, ao menos uma vez por mês.

    3 – TV Brasil: Noticiário de pelo menos uma hora e meia, começando MAIS CEDO (trabalhador dorme cedo, não pode ficar vendo TV até as 10 da noite). Melhorar o conteúdo (mais jornalismo!) e a forma (contratar gente experiente, ágil, jovem e articulada como âncoras do noticiário!).

    4 – FIM DA BOLSA PIG!!!!!

     

     

  5. Quem vem desonrando não sõ a

    Quem vem desonrando não sõ a política são os encarregados de fazer contas, auditá-las e aprová-las e que rezam pela cartilha do PIG. Mas, se tivéssemos quem investigasse e julgasse com imparcialidade e isenção, não só esses, como a mídia, se enquadrariam. Ou não é isso que está no centro dessa guerra onde, bandido é apresenado como mocinho e a imprecisão de dados leva a escandalização do escândalo. Foi muito dinheiro. Rios de dinheiro. Montanhas de dinheiro. Quanto exatamente e com quem, isso não interessa. Ou só interessa os que não saão praticados pelos cardeais do trensalão que se prestam a legitimar e legalizar até a compra da reeleição. Precede a moralização da política, outras moralizações.

     

  6. A justiça precisa  apurar com

    A justiça precisa  apurar com mais decencia as denuncias contra o PSDB e que nao fique pedra sobre pedra. Ou entao acharemos que o Brasil e mesmo um pais de corruptos, e, que inclusive o Babosinha e o maior corrupto de todos os tempos. Que a justiça revele quem o Barbosa e que os meios de comunicaçcao divulguem suas falcatruas de Toga .

  7. “O sistema político brasileiro

    O sistema político brasileiro precisa recuperar a sua honra.”

    “Como as relações pessoais, também as públicas, em nome do interesse nacional, tem que ser reconstituídas.”

    Os dois desafios acima colocados precisam de maiores diagnósticos além da corrupção na Petrobras e do judiciário na edição de medidas contra as políticas públicas, em função ao patrimônio nacional com as relações pessoais.

    Isso porque todos nós somos perdedores com qualquer resultado eleitoral no que diz respeito a conservação do Brasil como um todo.

    Estamos falando em recuperar os valores das relaçoes pessoais sem um meio natural para as situações criadas. Mas ora bem, onde está o conjunto dos critérios operativos da mecânica idêntica, que alteram os objetivos econômicos, para que haja a geração central do planejamento de sistema político?

    A dinâmica do desenvolvimento nacional e internacional, entretanto, tem se demonstrado como um tributo indevido à uma modelagem do sistema bancário. Os Estados estão sendo baixados pelo sistema computacional, tendo em vista o acesso à forma de reproduzir valores digitais de monitoramento que tem o poder de excluir as relações das pessoas nas mudanças sociais; de maneira que ao transformá-las em informações de conteúdo interno se supera a legitimidade para compensar e suprir gratuitamente a escassez de um modelo dinâmico da moeda física.

    Podemos dizer que, por meio de relações pessoais caracterizáveis com predicados sociais empíricos, de modo direto e indireto, mas explicito, nos basta para que todas as afirmações de pertinência identifiquem, a priori, a integralidade da Ciência da Economia.

    Um espaço na internet é fundamental para, de qualquer ponto da teoria do valor, retomar o poder do Estado como mediador sustentável, trazendo-o ao mundo real que gera diagnósticos de coordenação dos projetos nacionais – a verifiação do valor do sistema social desenvolvido como uma nuvem – de vital importância para varrer a apropriação indevida das relações pessoais. 

    Este é um projeto que elevei os limites do mundo físíco inanimado ao mundo real e institui o centro de ambientes sociais, em acesso ao software do sistema em si; o qual aprovado em parceria de gerenciamentos mutuos pode ser utilizado em todos os países para terem os valores do mundo eletromagnético como um serviço de natureza pública; antes de ser reentrado em resultados da reconversão de metas da propriedade privada.

  8. Concordo com o articulista. O

    Concordo com o articulista. O sistema político brasileiro  – sem exceção – tem que resagatar o respeito perdido junto a população. Hoje política virou sinônimo de tudo: menos de honra, de compromisso e de empatia com o eleitorado. Daí a prevalência dos escândalos, dos juízos de cunho pessoal e da própria comercialização do voto, em detrimento de escolhas sensatas e focadas em propostas. O ódio, dado isso, se tornou o maior eleitor.

    Pelo nosso lado já cansou esse discurso de PIG; que o PT e seus governos fizeram apenas o que já era assentado(práticas políticas). Que todos os malfeitos foram engendrados pelos inimigos. Não esqueçamos que o primeiro a condenar de própria voz o malsinado mensalão foi o próprio Lula em rede de TV aberta. Sou um crítico, e sempre serei da AP 470, não porque inexistiram crimes, mas porque os mesmos foram tipificados de maneira – aí sim! – a criminalizar um ideário político e certa figuras emblemáticas como José Genoíno e José Dirceu. O que faltou ao PT e seus hierarcas foi mais assertividade com relação a esse viés. E não transformá-lo apenas numa reles perseguição política. 

    Sei, parece ser tarde demais uma postura reflexiva  do PT e de seus líderes com relação a esse e outros encândalos  Já há, nisso concordo plenamente, uma predisposição candente na opinião pública, instigadas pela mídia partidarizada – nisso sou assente também –  com relação ao PT. Justa em parte, reconheçamos, mas principalmente pela feroz oposição política-ideológica-midiática desde que assumiu o Poder em 2003. 

    Nesse ponto é que se faz necessária uma  postura firme da presidente Dilma com relação a casos de corrupção ou outros que venham  conspurcar a imagem do governo. Não deixar “predra sobre pedra” tem que sair da retórica para a prática. Tem que ir fundo nesse caso da Petrobrás que certamente gerará inúmeros indiciamentos. 

    Se aprenderam alguma coisa com o apelidado mensalão a primeira coisa a fazer é tomar todas as medidas extrajudiciais pertinentes, a exemplo de exoneração dos cargos SEM HONRA,  e expulsão, se for o caso, dos quadro do partido. 

    Importante e crucial para reverter esse processo de deteriorização da imagem do governo é colocar em pratos limpos essa questão da governabilidade. Exigir dos partidos aliados indicações de pessoas com reputação ilibada e compromissada apenas com os interesses da administração pública. 

    Também já cansou esse vezo, do qual sofro também,  de debitar todos os erros e crimes na conta de uma reforma política não efetivada. Até lá, seria favor não corromper ou ser corrompido? Exercitar a probidade? Evitar nomeações de suspeitos oi incompetentes? 

    Respeito á coisa Pública, e por extensão aos cidadãos e cidadãs deste país,  não prescindem de reformas de estruturas. Aliás, de nada; somente de honra e integridade moral. 

    1. AP-470

      Parei aqui:

      “Sou um crítico, e sempre serei da AP 470, não porque inexistiram crimes, mas porque os mesmos foram tipificados de maneira – aí sim! – a criminalizar um ideário político e certa figuras emblemáticas como José Genoíno e José Dirceu. O que faltou ao PT e seus hierarcas foi mais assertividade com relação a esse viés. E não transformá-lo apenas numa reles perseguição política.”

      A AP-470 foi uma farsa engendrada por Joaquim Barbosa, e os PGR, Antônio Fernando de Souza e Roberto Gurgel. Os dez outros Juízes – inclusive Gilmar Dantas, foram enganados pelos autores da farsa. O que eles julgaram: foi o prato feito pelo relator do processo. O revisor – Ricardo Lewandowski, se serviu do cardápio, que lhe foi oferecido, daí ter acompanhado o relator em algumas condenações. O próprio Marco Aurélio Mello, confrontado com a informação de haver outro processo em paralelo (laudos que derrubavam a acusação) – questionou, perguntando se não era caso de ser apensado ao processo em andamento. Joaquim Barbosa desconversou, e se desviou do assunto. (Existe vídeo). Portanto, o que houve foi sim uma reles perseguição política. Não é conveniente – no momento – para os condenados se rebelarem contra a condenação, pois o corporativismo do Poder Judiciário, e a fúria do PIG, só agravaria as suas situações.

       

      1. Nos vários comentários que

        Nos vários comentários que emiti abordando esse tema sempre mantive a mesma posição: houve Caixa 2. Os próprios réus sempre admitiram isso. E isso é crime contra a Ordem Tributária e eventualmente lavagem de dinheiro. 

        Seria impossível enganar dez ministros de uma Corte Superior. Pode-se arguir até cumplicidade e deficiências técnicas com relação ao entendimento dos fatores envolvidos,  mas ingenuidade jamais. 

        Meu caro, ninguém mais do que eu foi, e continua sendo crítico desse julgamento. Estão aí meus inúmeros comentários para comprovar. Torço para que tenhas razões. Entretanto, até que se dissipem os véus que encobrem todos os passos dessa AP me restrinjo apenas a fatos, não a conjecturas. Para reelembrar:

        1) Sempre argui acerca das pressões midiáticas para a ultimação do julgamento. Por “coincidência” num ano eleitoral.

        2) Nunca me passou desapercebido a covardia do então presidente do STF, ministro Ayres de Brito, transmutado em verdadeiro sabujo da mídia partidarizada.

        3) Jamais aceitei a qualificação dos recursos da VISANET como públicos.

        4) Deplorei como poucos os votos do ministro Celso de Mello face a seu caráter nitidamente anti-político e elitista através de uma verborragia recheada de escárnios.

        4) Idem com relação a “compra de congressistas”. Uma tese absurda e engendrada apenas para “politizar” o processo e atingir a classe política, em especial o Partidos dos Trabalhadores.

        5) José Dirceu e José Genoíno foram condenados pelo que eram, e não pelo que fizeram.

        6) As penas foram super estimadas e destoantes para crimes da espécie. 

        Agora afirmar que não houve nada; que as mais de 50.000 páginas da Ação eram só de papéis sem nenhuma consequência, aí já é demais. 

         

         

        1. Resumindo…

          “Os dez outros Juízes – inclusive Gilmar Dantas, foram enganados pelos autores da farsa. O que eles julgaram: foi o prato feito pelo relator do processo. O revisor – Ricardo Lewandowski, se serviu do cardápio, que lhe foi oferecido, daí ter acompanhado o relator em algumas condenações. O próprio Marco Aurélio Mello, confrontado com a informação de haver outro processo em paralelo (laudos que derrubavam a acusação) – questionou, perguntando se não era caso de ser apensado ao processo em andamento.”

  9. “O sistema político

    O sistema político brasileiro precisa recuperar a sua honra, por J. Carlos de Assis

    pobrema dos doutores teólogo-políticos à esquerda do poder divino é a gritante alienação acadêmica da realpolitik

    estais pedindo muito além das contas a pagar pelas pornográficas orgiásticas altas dívidas de campanha política:

    o sistema político brasileiro recuperar a sua honra medieval perdida é condição cívico-moral de/missão impossível!

    estará de bom alvitre bom tamanho e ótimo custo/benefício se a vontade política recuperar a clássica cultura da vergonha.

     

     

  10. Falando francamente

    Adversários desleais, desonestos, criminosos, devem ser combatidos sem dó  nem piedade.

    O assunto política não é coisa para ser gerido por gente mole, muito pura, ingênua e por

    demais envangelizada. No próprio Envangelho consta que ” ai daquele que for instrumento

    da justiça divina’. Quando duas partes equilibradas em armas se confrontam, a que ficar

    na defensiva nomalmente perde a batalha. O PT não fará mais do que sua obrigação se

    atingir exemplarmente pelo menos alguns dos chacais e hienas que sabotam os interesses

    da nação. Os adversários leais e honestos devem ser respeitados mas os bandidos e

    traidores não merecem refresco.

    A propósito, o julgamento de nuremberg tambem foi uma farsa grotesca, com uso do domínio

    de fato. Das oito toneladas de papeis remanecentes desse julgamento não havia um mísero

    que fosse original. Muito mais correto seria dizer, vamos enforcar alguns, prender outros e

    soltar uns poucos em função de terem perdido a guerra. Enfim foi um teatro, pois centenas

    de inimigos políticos e pessoas não gratas foram enforcadas e fuziladas sem mais ceriônias

    depois de finda a guerra.

  11. Ato que?

    “Pessoas de senso comum rejeitam a hipótese de que um procurador geral da República e um ministro togado do STM possam ter protagonizado uma farsa”

     

    Esse STM aí seria o que?

    Ato falho?

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