Pela primeira vez, Argentina condena civis que ajudaram ditadura militar

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

Foto: AFP

Jornal GGN – Em uma sentença histórica, a Justiça argentina condenou civis que colaboraram com a ditadura militar (1976-1983). Dois executivos da Ford foram sentenciados como cúmplices de sequestro e tortura de 24 trabalhadores. A empresa não teve envolvimento no processo. 
 
Segundo informações do El País, Héctor Sibilla, ex-diretor de segurança da Ford, e Pedro Muller, ex-gerente industrial, foram condenados a 12 e 10 anos de prisão, respectivamente.
 
Os dois condenados participaram de um “plano repressivo da ditadura”. Eles “marcavam” os empresados que confrontavam o regime e, posterioremente, eles foram sequestrados e torturados numa academia de ginástica dentro da fábrica da Ford que ainda hoje funciona em Pacheco, na cidade de Buenos Aires.
 
Dissimuladamente, a Ford emitiu telegramas demitindo os funcionários alegando que eles não compareceram para trabalhar. Depois de torturados, os sindicalistas eram levados a prisões comuns.
 
Por causa da idade avançada dos executivos, ambos cumprirão pena em casa. O ex-general Santiago Riveros, chefe de centros ilegais de detenção no regime militar, também foi condenado no processo, a 15 anos de prisão.
 
“Foi o primeiro julgamento na democracia que dá como provado de forma indubitável que a empresa Ford participou com a ditadura de crimes contra a humanidade. Dois gerentes foram condenados. É uma conquista histórica na Argentina, que confirma que se tratou de uma ditadura civil-militar”, diz ao EL PAÍS um dos advogados das vítimas, Tomás Ojea Quintana.
 
A defesa dos réus promete processar a Ford numa próxima etapa. “Investigar quais são suas práticas de produção e se respeita os direitos humanos.”
 
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador